Selecionado por edital, Porvir produzirá série de reportagens sobre EJA
por Mariana Rossi 24 de agosto de 2022
Ao lado de mais cinco propostas selecionadas pela Jeduca, equipe do Porvir escreverá sobre os desafios da EJA (Educação de Jovens e Adultos) no Brasil
“Já não tenho tempo de estudar”, diz a personagem enquanto carrega um bebê no colo. No quadrinho seguinte, diante de uma escola que oferece EJA (Educação de Jovens e Adultos), a personagem sorri: “Agora minha vida mudou”. A tirinha, assinada por Eduardo A. Sanchez, é um dos muitos desenhos que enfeitam as paredes do Cieja Campo Limpo, em São Paulo, e revela a importância da modalidade para o futuro de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar ou concluir seus estudos na idade prevista pela legislação.
De acordo com levantamento do PNAD Educação de 2019, cerca de 69,5 milhões de brasileiros com mais de 25 anos não têm o ensino médio completo. Os principais motivos apontados para o abandono dos estudos são a necessidade de trabalhar, a falta de interesse, gravidez na adolescência e os afazeres domésticos. No entanto, muitos encontram na EJA um caminho para voltar a estudar.
Apesar do corte nos investimentos na modalidade, o Censo Escolar de 2021 revela que mais de 2,9 milhões de pessoas estão matriculadas no EJA. Com o aumento da evasão escolar durante a pandemia, a tendência é que esse número aumente nos próximos anos.
Uma série de três reportagens que oferecem visibilidade para a história da modalidade, seus desafios e casos inspiradores da EJA no Brasil foi a pauta do Porvir selecionada pelo 4° Edital de Jornalismo de Educação, promovido pela Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e Itaú Social. Ao todo, seis propostas de diferentes regiões do país foram escolhidas e serão financiadas para que sejam produzidos materiais jornalísticos sobre temas relevantes da educação pública brasileira.
Nossa série de reportagens, que será produzida pelas jornalistas Marina Lopes e Ana Luísa D’Maschio, pretende traçar o cenário da EJA no país, mostrar experiências exitosas em três estados brasileiros (PE, RS e SP) e contar o impacto positivo da modalidade na vida dos alunos. A proposta abrange diferentes públicos assistidos pela EJA: população em situação de rua, pessoas com deficiência, catadores de materiais recicláveis que chegaram à universidade e pais de alunos que, durante a pandemia, não puderam ajudar seus filhos nas tarefas e voltaram aos estudos. Em breve, você poderá conferir essas reportagens aqui no site.