Teoria de Resposta ao Item está ligada à coerência; professor Heliton Tavares fala sobre testes adaptativos

A pouco mais de uma semana do Enem, uma sigla começa a aparecer mais aqui e ali: a TRI, ou Teoria de Resposta ao Item. Para quem ainda não está muito a par do que essas letrinhas representam, elas são um método usado no exame nacional e em outras grandes avaliações educacionais, que atribui pesos diferentes a questões de múltipla escolha conforme a resposta de cada candidato. Está certo, o modelo é complexo, mas Heliton Tavares, especialista em TRI, ajuda a entender: “a Teoria de Resposta ao Item está associada à coerência”, disse ele durante a Série de Diálogos O Futuro de Aprende, promovida pelo Inspirare, Porvir e Fundação Telefônica Vivo.

Pela TRI, antes que as questões de um exame sejam escolhidas, elas são testadas e classificadas quanto ao seu nível de dificuldade. Assim, se um aluno acerta as questões difíceis e erra as fáceis, o sistema “desconfia” que o aluno tenha chutado e atribui nota menor do que se ele tivesse acertado com coerência. Os testes prévios permitem também que provas de anos diferentes sejam comparáveis, o que ajuda os gestores na definição de políticas públicas. “Isso parece trivial, mas não é”, diz o professor.

De acordo com Tavares, uma das perspectivas para o futuro é que a TRI permita a adoção de testes adaptativos computadorizados. Dessa forma, é possível esperar que, em breve, as grandes avaliações brasileiras, feitas em papel, sejam substituídas por exames computadorizados em que as provas são diferentes para cada aluno – por isso são chamados adaptativos. “Com eles, eu escolho itens que dão muito mais informação sobre aquela pessoa”, afirmou.

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