USP integra consórcio mundial de inovação social
Liderado pelo MIT, projeto tenta estimular desenvolvimento de tecnologias sociais em áreas de vulnerabilidade
por Redação 3 de janeiro de 2013
Seis instituições universitárias de todo o mundo, dentre elas a USP, vão participar de um consórcio para criar uma rede de Centros de Inovação Social, que busca desenvolver tecnologias sociais capazes de resolver problemas cotidianos de comunidades de baixa renda. O grupo é liderado pelo MIT e, além da representante brasileira, conta também com a colaboração da Universidade do Estado do Colorado, a Faculdade de Engenharia Franklin Olin, a Universidade da Califórnia em Davis, todas nos EUA, e a Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia, em Gana, na África. Na USP, a sede do projeto será o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Escola Politécnica (Poli).
O programa terá cinco anos de duração e tem como meta criar 12 polos internacionais de design, treinar mais de 600 inovadores através de uma rede global e desenvolver oito centros de inovação que devem apoiar e conectar tecnologias promissoras. Depois de implementados, os centros vão fazer avaliações rigorosas para determinar o impacto social, econômico e político dos produtos e processos desenvolvidos. “Uma coisa interessante é que o consórcio nos ajuda a ter capacidade de construir uma rede de inovadores para resolver desafios”, diz Amy Smith ao MIT News, professora e pesquisadora do MIT e coordenadora do consórcio.
A ligação da pesquisadora com o Brasil não é de hoje. Entre julho e agosto de 2012, Amy esteve em São Paulo para a edição anual do IDDS (International Development Design Summit, ou Encontro Internacional de Design para o Desenvolvimento Social), evento que trouxe pessoas das mais diversas regiões do mundo e, no Brasil, estudantes do ITA e da USP, para propor soluções para três comunidades vulneráveis brasileiras – uma nos arredores da USP Leste, outra em São José dos Campos e outra em Embu. A criação do consórcio quer levar o método de trabalho desenvolvido durante esses encontros, que a cada ano ocorre em um país diferente, para as universidades participantes, para que elas possam replicar o mesmo modelo em sua comunidade. “O projeto tem o objetivo principal de promover o empreendedorismo social para comunidades de baixa renda”, explica a professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do Lassu à Agência USP.
A iniciativa também prevê o intercâmbio entre os alunos das instituições envolvidas no consórcio, alunos de graduação, pós-graduação e especialização (como alunos de programas de MBA). “Cada universidade terá três pessoas dedicadas exclusivamente aos projetos ligados ao consórcio, além de alunos de iniciação cientifica, mestrado e doutorado em tempo parcial”, diz Tereza.
Os recursos totais, que chegam a US$ 25 milhões e serão administrados pelo MIT, são provenientes da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). Para Amy, o apoio da Usaid representa um “esforço para promover a inovação local e para aumentar a capacidade de resolução de problemas de comunidades ao redor do mundo, de modo que as pessoas estão resolvendo seus próprios problemas em vez de depender de fontes externas”.
Com informações do MIT News e da Agência USP