Webinário Porvir/LIV discute esperança nas escolas em tempos de incerteza
por Vinícius de Oliveira 29 de abril de 2021
A esperança nas escolas em tempos de incertezas foi tema de webinário promovido pelo Porvir em parceria com o LIV (Laboratório de Inteligência de Vida) nesta quarta-feira, 28 de abril, dia da Educação e aniversário de 9 anos do Porvir.
Para refletir sobre como ter esperanças em face dos desafios ocasionados pela pandemia de coronavírus, a atividade recebeu Renato Noguera, escritor, pesquisador e doutor em filosofia. Participaram do webinário Tatiana Klix, diretora do Porvir e a psicóloga e coordenadora pedagógica do LIV Renata Ishida.
“Esperança é um afeto, uma emoção, a possibilidade de criar algo que não existe”, disse Renato Noguera. É por meio da esperança que, de acordo com o autor, haverá chances de criar algo novo e também impedir mudanças indesejadas. Em outras palavras, é algo que permite às pessoas estarem em contato consigo mesmas, possibilitando que enxerguem um futuro.
“A esperança implica no exercício do conhecimento de nós mesmos”, disse. É uma porta para compartilhamento de ideias. Neste caminho de descoberta pessoal, o pesquisador destaca que entender o que se sente pode ser uma ferramenta para compartilhar as esperanças com mais gente, trazendo a ideia de que algo não compreendido individualmente, quando partilhado em grupo, pode fazer aparecer um entendimento. Essa é uma abordagem pode ser aplicada em ambiente escolar e ser usado como ferramenta por educadores.
“O fato de a gente se conectar com o que a gente sente é muito importante também para a gente entender como estamos nos relacionando com o mundo”, apontou Ishida. A conexão com os sentimentos é uma prática pedagógica, e refletir sobre os sentimentos, principalmente neste contexto de pandemia, deve fazer parte do cotidiano das pessoas.
Tristeza e raiva são geralmente sentimentos que tendem a ser repelidos sem que se dê a devida atenção a eles. Ishida aponta que a busca pelo entendimento destes sentimentos pode ser uma forma de impulsionar transformações e que isso pode ser feito coletivamente.
“A primeira medida é acolher esses sentimentos nas escolas, principalmente agora porque estão à flor da pele”. Ela destaca que se eles forem ignorados, correm o risco de contaminar os processos pedagógicos e de aprendizagem, e negá-los é de certa forma perder oportunidades de cuidar e trazer os estudantes para perto.
Se você perdeu o webinário é possível conferi-lo no canal do Porvir no YouTube.