Plataforma foca no aprendizado em rede
Aprendizado Coletivo incentiva a interação entre os alunos e oferece mais de 1.100 videoaulas de seis disciplinas
por Vinícius Bopprê 23 de abril de 2013
Uma aluna do 9o ano diz que é péssima em história e pede ajuda. Não demora muito para que alguém da sua idade estenda a mão. Uma mulher de 40 anos pede apoio dos jovens para fazer a primeira faculdade e recebe a resposta de que basta compartilhar sua dúvida e eles vão explicar. É assim que funciona a Aprendizado Coletivo, plataforma de ensino colaborativo com foco no ensino médio que já conta com 25 mil usuários e tem mais de 1.100 videoaulas, simulados e grupos de estudo.
Lançada em novembro de 2012, a plataforma tem uma uma versão gratuita e outra paga. Entre as ferramentas abertas estão as videoaulas de física, matemática, química, biologia, geografia e história, dividas em 37 subdivisões de conteúdo. Todas essas aulas, que têm cinco minutos em média, foram elaboradas por professores parceiros. Em cada uma delas, os estudantes podem deixar suas dúvidas a respeito do tema, que serão encaminhadas ao responsável para que ele mesmo responda.
Para Diego Dias, fundador da Aprendizagem Coletiva, uma das funções mais importantes da plataforma está justamente no compartilhamento do conhecimento. Na primeira página há uma linha do tempo como de uma rede social. Nela, o usuário pode recomendar livros, textos, postar suas dúvidas, receber comentários e, se for o caso, ir até o chat para discutir o conteúdo com outro estudante. “Esse aspecto social é uma das coisas mais importantes, essa troca de conhecimento, afinal, é ela que enriquece ambas as pessoas, tanto quem dá, como quem recebe”, afirma Diego. Os picos de acesso, comentários e compartilhamentos no site acontecem entre sábados e terças-feiras, quando o número de usuários chega a triplicar.
A plataforma também disponibliza simulados que informam a resposta certa ao aluno e, em alguns casos, apresenta a resolução. Todas as questões realizadas geram estatísticas que permitem que o aluno saiba se suas dúvidas são pontuais ou se, de fato, o problema era muito difícil. “O aluno também pode deixar um comentário nas questões para que outro usuário ou até mesmo um professor tire suas dúvidas”, explica Diego.
Um calendário semelhante a agenda do Google auxilia o usuário a definir seus horários de estudo. Nele, o estudante pode programar o horário que deseja assistir as videoaulas e será lembrado quando o momento chegar.
Serviço para escolas
A plataforma se sustenta por meio dos serviços prestados a escolas, que pagam R$5,00 por aluno/mês para usufruir de ferramentas extras, como criar conteúdo personalizado (textos, provas, videoaulas, grupos), incorporar a agenda da escola no calendário e receber um treinamento de como utilizá-la.
Os professores podem desenvolver todo o simulado no site e imprimir para que os alunos resolvam em sala de aula. Depois de realizado, cada um dos educadores terá acesso às estatísticas individuais de cada estudante, em cada questão de todas as disciplinas. Assim, fica mais fácil “enxergar” onde aquele estudante tem maior dificuldade. “Um dos principais problemas que queremos solucionar é a questão do ensino individualizado. Tem professor que dá aula para 50 alunos em diversas salas, fica quase impossível visualizar o problema de cada um deles.” Outra barreira importante que esse método pretende vencer é a questão da timidez, já que muitos alunos têm vergonha de expôr suas dúvidas. “Com essas estatísticas, o professor é quem vai até ele.”
Para o mês que vem, a Aprendizado Coletivo terá todo seu conteúdo de videoaula disponível em um aplicativo para celulares e tablets. Um passo de cada vez, Diego conta que já ficaria feliz se um estudante disser que a plataforma o ajudou a passar de ano ou no vestibular, mas ele ainda quer um pouco mais. Seu desejo é reunir no site grandes conglomerados de ensino para produzir estatísticas sobre o ensino em todo o país. “De modo geral, nós queremos otimizar a maneira com que o aprendizado é feito. Queremos que um professor não dê aula para 40 alunos, mas sim para 40 mil.”