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Ensine e aprenda pelo Facebook

Aplicativo Izzui oferece cursos pagos ou não pela rede social e deve chegar a 300 mil usuários até o fim do ano

por Redação ilustração relógio 1 de abril de 2013

Quem pensa que o Facebook é um ambiente que serve apenas para publicar fotos, fazer amigos ou bisbilhotar a vida alheia terá que mudar de ideia. A rede social mais popular no mundo já é muito usada também para ensinar e aprender. Essas possibilidades são oferecidas pelo aplicativo Izzui, voltado 100% para educação no Facebook, que utiliza uma ferramenta consolidada no mercado de ensino a distância corporativo.

Funciona assim: qualquer usuário da rede social pode se cadastrar e escolher entre as opções “ensinar e “aprender”. Os transmissores de conhecimento, após darem um nome ao curso on-line que pretendem oferecer, têm acesso gratuito ao software QuickLessons, de criação de treinamentos a partir de templates. Para acessar o programa, só é preciso ter acesso à internet. Em troca, os autores devem publicar os cursos, que podem ser de graça ou não, no Izzui, para quem opta por aprender pela plataforma.

O aplicativo está disponível em versão definitiva há poucos meses, mas o QuickLessons, não. A ferramenta é comercializada desde 2007 pela empresa brasileira Affero, que surgiu da fusão de quatro startups do mercado de educação a distância. O software agora oferecido para qualquer pessoa que queira ensinar algo é o mesmo utilizado por grandes corporações no Brasil e em outros países – como a Sky, por exemplo, que produz 2.000 cursos por ano para seus funcionários – e foi desenvolvido para sistematizar a criação de treinamentos on-line a partir de boas práticas de design, programação e conteúdo.

Nossa estratégia é criar uma comunidade de autores, para tornar a ferramenta relevante aos usuários. Para isso, estamos oferecendo suporte aos criadores de conteúdo

“Fizemos um produto de sucesso para o mercado corporativo, mas em 2011 percebemos que estávamos deixando de lado os autores de conteúdo que querem desenvolver cursos on-line, mas não têm verba para produzir e não têm onde publicar esse conteúdo”, contou ao Porvir o diretor de Negócios do Izzui. Beto Lucena. A partir da premissa de que todo mundo tem alguma coisa para ensinar para alguém, a Affero criou, primeiro uma unidade de negócios a parte, que desde o ano passado virou uma nova empresa, detentora dos produtos QuickLessons e Izzui, com uma previsão de faturamento de R$ 2 milhões em 2013.

Nos 200 cursos já disponíveis no aplicativo no Facebook é fácil perceber essa filosofia. Entre os títulos há aulas com dicas como “Escolhendo a base perfeita”, “Como montar o cubo mágico em 7 passos”, “Receita de Tiramisu”, até conteúdos mais elaborados como “Planejamento de Ensino” e “Direito Civil: Anulação dos Negócios Jurídicos”.

“Nossa estratégia é criar uma comunidade de autores, para tornar a ferramenta relevante aos usuários. Para isso, estamos oferecendo suporte aos criadores de conteúdo”, diz Lucena, que considera positiva a evolução do Izzui desde o lançamento, em outubro de 2012. No primeiro mês, entraram no aplicativo para se matricular ou publicar treinamentos 2.500 pessoas e, em fevereiro, já são mais de 85.000. A meta é chegar a 300 mil usuários até o fim do ano. Em média 4 novos cursos por semana são publicados no app.

Para alavancar a base de produtores de conteúdo, o Izzui conta com as funcionalidades de multiplicação do Facebook – como compartilhar, curtir, comentar, convidar amigos -, mas também busca parcerias com autores fora da rede social. Um exemplo disso é a página destinada a Renato Grinberg, autor do livro A estratégia do Olho do Tigre, que apresenta 11 cursos, alguns pagos, sobre os principais temas da obra com dicas para obter sucesso na carreira.

Segundo Lucena, levar instituições ou autores já populares para o Izzui é uma maneira de divulgar a ferramenta, para que ela possa cumprir seu objetivo, o de dar espaço a produtores desconhecidos, que além de criar conteúdos podem ganhar algum dinheiro com isso. O aplicativo está ligado à ferramenta de e-commerce Paypal, pela qual os autores podem vender seus cursos. O Izzui, nestes casos, retém 30% do valor. Atualmente, apenas 5% das aulas publicadas são cobradas, com valores médios de R$ 10 a R$ 15. “São cursos pequenos, pílulas de conhecimento, até por conta do perfil do Facebook, afirma Lucena.  O nosso modelo de learning place (local de aprendizagem) na rede social é único e precisa estar adaptado ao tipo de uso que as pessoas fazem dela”, completa.

 


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aplicativos, aprendizagem colaborativa, educação online, redes sociais

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Fabio Figueiredo

Atualmente o aplicativo está com mais de 105 mil usuários!

Ronaldo Fabião Gomes

O primeiro encontro com a proposta é de emoção. Pela sua simplicidade e abrangência. Parece o que hoje chamamos de Coca-Cola. O impulso é de participar logo. Parabéns aos trabalhadores do projeto e seus primeiros trabalhadores decididos. O sucesso do projeto será muito maior para todos nós, os usuários.

Bruna Neves Correia

Como usuária da rede social Facebook, desconhecia sobre este aplicativo, acabei de conhecer o mesmo, é já estou utilizando e gostando. Parabéns pela ideia e ações desenvolvidas no aplicativo.

João Luiz Ferreira

Sou o diretor responsável pelos cursos técnicos da SKY e penso que ampliar ferramentas de capacitação como esta é uma forma simples e bastante eficiente de democratizar a educação.
Podemos levar ao Facebook conteúdos menos fútil e agregar a esta potente rede social, a curiosidade não ao alheio, mas sim ao conhecimento.
Parabéns a todos os colabores desta iniciativa. Att JLuiz

SILVIA pEROBELLI

Texto: Ensine e aprenda pelo Facebook
01/04/13

Dúvidas:
Para se cadastrar e escolher entre as opções “ensinar” e “aprender” tem de ser usuário da rede social? Ou pode se cadastrar quem não for usuário da rede?

Questionamentos:
Quem vai garantir ao aprendiz que o conteúdo disponibilizado é um conteúdo que está dentro das normas e está revisado? Quem vai garantir a confiabilidade do conteúdo, visto que o Brasil é um país onde existe a venda de certificados de cursos e há a falta de fiscalização para isso?

Comentários:
Essa possibilidade de poder ensinar através de um software oferecido por uma rede social é muito interessante, pois é uma maneira diferente de oportunizar ensino e aprendizagem às pessoas. Ao mesmo tempo, qualquer um pode ensinar algo, criando o seu próprio conteúdo.

Mas, se qualquer um pode ensinar quem vai fiscalizar o conteúdo que vai ser ensinado? Quem vai fiscalizar se o conteúdo está adequado ou não? Questiona-se esta forma de ensino, porque as pessoas ingenuamente que acessarem o conteúdo podem não se darem conta de que podem estar aprendendo um conteúdo errado. Hoje em dia já se vê pessoas ensinando coisas erradas a crianças e jovens.
Além disso, se qualquer um pode ensinar dessa forma, não haverá ou diminuirá ainda mais a procura pelos cursos de licenciatura, pois para tal tarefa não haverá a necessidade de graduação ou titulação.

Em tempos de internet, aprende-se de tudo e em qualquer site, blog, página que se acesse. Não há limites para aquele que quer aprender. Porém, uma coisa está se propagando cada vez mais e mais, uma linguagem pobre, cheia de erros, com falta de coerência e coesão. Às vezes, encontramos uma linguagem do tempo da Idade Média. É, poderíamos dizer que estamos numa Era Digital da Idade Média, pois quem tem conhecimento daqueles tempos sabe que a linguagem não era uniforme, cada um falava e escrevia de um jeito. Um exemplo histórico disso é o Poema de Mio Cid, no qual as palavras que o compõem são ora escritas de uma forma ora de outra (característica daquele período). Hoje, acontece algo parecido com as escritas da Idade Média, ora as pessoas escrevem de um jeito ora de outro. Está faltando mais cuidado com o nosso idioma.

Ao mesmo tempo em que há os percalços expostos acima, há também a oportunidade para as pessoas, que querem ser “autores de conteúdo”, desenvolverem cursos on-line, mas que não têm verba para produzi-los e que não têm onde publicar o seu conteúdo. O desenvolvimento desse tipo de ensino pode trazer benefícios para o Brasil, tornando-o mais competitivo no mercado, já que o país ainda está engatinhando nisso.

Mais um comentário: a palavra “Izzui”, não sei qual a sua origem, mas é uma palavra horrível de se pronunciar.

Conceição Mendes

Eu sempre achei um desperdício, ter uma rede social no nível do Facebook e utilizá-lo somente para frivolidades, espero que ele passe a ter melhor utilidade.

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