Escola em Bali atrai visitantes do mundo inteiro - PORVIR
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Inovações em Educação

Escola em Bali atrai visitantes do mundo inteiro

Toda construída a base de bambus, Green School já recebeu cerca de 15 mil visitantes desde sua inauguração, há cinco anos

por Redação ilustração relógio 21 de março de 2013

Visitantes do mundo inteiro querem conhecer a Green School, na ilha de Bali, conhecida como a escola mais verde do mundo. Educadores e pesquisadores se interessam não só pela impressionante e belíssima estrutura, feita quase totalmente de bambu, mas pela metodologia da escola internacional, que oferece uma formação baseada na visão holística, no aluno e na consciência ambiental.

Cerca de 15 mil pessoas de diversos países já visitaram a escola desde a sua inauguração, em 2008, para conhecer o projeto. O bambu, abundante na ilha da Indonésia, é o principal material usado na construção dos prédios da escola, em formato de espiral. As classes não têm paredes (inclusive externas), as carteiras não são quadradas e até mesmo o quadro negro é feito de bambu.

Oitenta por cento da eletricidade utilizada pela escola vêm de painéis solares, os banheiros são de compostagem e todo o lixo é reciclado ou composto. Hortas orgânicas e criações de animais permeiam o campus e a comida servida vem da produção própria ou de agricultores locais. “A Green School ainda não é 100% sustentável, mas estamos fazendo o nosso melhor em todos os sentidos”, diz Ben Macrory, responsável pela Comunicação da instituição, em entrevista ao Porvir.

Em todas as aulas há habilidades essenciais e conteúdos cobertos. A diferença é que, sempre que possível, damos às crianças a oportunidade de aprender em seu próprio ritmo

A escola procura integrar os conteúdos acadêmicos tradicionais com a aprendizagem ambiental e experiencial, baseada em práticas sustentáveis e centrada no aprendizado individual do aluno. No ano passado, os estudantes do ensino fundamental I aprenderam sobre o ciclo do arroz na cultura balinesa. Pouco antes do fim de semestre, todas as classes plantaram campos de arroz na escola. Este ano, eles irão colher e comer o alimento. “Em todas as aulas há habilidades essenciais e conteúdos cobertos. A diferença é que, sempre que possível, damos às crianças a oportunidade de aprender em seu próprio ritmo”, afirma Ben.

Somente em 2012, a Green School recebeu 6 mil visitantes. Entre eles, está Eduardo Shimahara, do blog Educ.ação, projeto parceiro do Porvir que pretende visitar 12 escolas inspiradoras em todo o mundo e relatar a experiência em um livro. Eduardo ficou impressionado com a convivência “pacífica da estrutura com a liberdade”.(Leia o artigo que o Porvir publicou sobre uma das visitas de Eduardo a Green School) “Ouvi o coordenador pedagógico dizendo que os professores têm um cardápio de temas para escolher, ao mesmo tempo em que têm liberdade por criar seu próprio tema. Os alunos contam, com visível orgulho da escola onde estão, que a professora de ‘green studies’ (literalmente “estudos verdes”) não gosta de avaliações, então ela não trabalha com nenhum tipo de teste”, relata no blog.

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A diversidade é outro ponto importante da escola. Por ser internacional, a Green School atrai alunos de diversas nacionalidades. “Nós temos um grupo central de expatriados e famílias locais da Indonésia e Bali. Gosto de pensar que receber um monte de novas famílias a cada ano significa que nós sempre temos um monte de energia nova, novas ideias, inspiração. É uma comunidade muito especial”, define Ben.

A Green School foi criada pelo canadense John Hardy, morador de Bali desde 1975. Após assistir o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, do norte-americano e ex-candidato à Presidência dos Estados Unidos, Al Gore, que mostra as urgências ambientais decorrentes do aquecimento global, John viu sua vida “arruinada” – no melhor sentido. Alguma coisa deveria ser feita. E sua mudança começou localmente, pela educação. “Temos que ensinar as crianças que o mundo não é destrutível”, diz John em sua palestra no TED que você pode assistir abaixo.

 


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competências para o século 21, educação integral, educação mão na massa, escolas inovadoras, novos espaços, sustentabilidade

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