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Inovações em Educação

Google lança iniciativa global após projeto brasileiro

Sala de aula inaugurada em colégio de SP, chamada de Learning Space, traz formato e produtos da empresa para o aprendizado

por Fernanda Kalena ilustração relógio 22 de maio de 2014

O Google é uma empresa conhecida, além de seus serviços de busca e aplicativos, por possuir um ambiente de trabalho despojado, com móveis coloridos e recursos tecnológicos, que estimulam a criatividade, a produtividade e a colaboração de seus funcionários – não é à toa que ocupa o primeiro lugar da Fortune no ranking de melhores empresas para se trabalhar. E, se funciona tão bem no universo corporativo, por que não reproduzi-lo em um ambiente escolar? Pois é. Inspirado num projeto-piloto brasileiro, a empresa lança hoje, durante a Educar Educador/Bett, uma iniciativa que vai servir de modelo para o mundo, o Google Learning Space.

A ideia de recriar esse espaço à la Google numa sala de aula, com mobiliário típico e aplicativos sendo usados em prol da educação, veio de uma parceria com a startup ForEducation, fundada pelo paulistano Eduardo Gomide, especializada em formação de professores. Nesse acordo, os brasileiros se encarregaram de formar os educadores para usar as ferramentas e os apps do Google for Education e o Google entrou com a expertise e com alguns materiais que ajudaram a vestir a sala.

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“Eles [ForEducation] fizeram todo o trabalho anterior, capacitaram os professores, fizeram uma mudança cultural, os alunos entenderam a proposta e viram valor. E começaram a querer mais, um espaço de experimentação diferente, de conhecimento mais horizontal, para viabilizar essa mudança cultural e ampliar o uso das tecnologias”, conta Milton Burgese, diretor de Educação do Google no Brasil.

O primeiro colégio a receber o modelo foi o Mater Dei, localizado na capital paulista. O resultado agradou tanto que vai servir de modelo para um programa global do Google. “O Brasil é um celeiro de criatividade, de novas empresas e pessoas buscando novas formas de resolver problemas. Para o Google hoje, o Brasil é muito mais do que um laboratório de ideias, é um lugar de referência de tecnologia na área de educação. Temos que aprender com o que está acontecendo aqui e levar para fora”, completa Burgese.

E, por aqui, a intenção é levar a experiência em escolas que se interessem por essa abordagem. Mas muita calma nessa hora. Burguese diz que todo esse cuidado de preparação da cultura da escola para receber um Learning Space será imprescindível para a replicação do modelo. Depois de uma palestra que deu para apresentar o espaço, durante a Educar Educador/Bett, o diretor de Educação do Google foi cercado por representantes de escolas que queriam ter o espaço em suas instituições. “Isso não é uma franquia, não estamos abrindo um McDonald’s. Tem muita coisa que precisa ser feita antes para ter um espaço como esse. Não adianta ter uma sala super bacana se ninguém souber usufruir dela”, explica.

Jeito Google de aprender
Por enquanto, o espaço da Mater Dei é compartilhado por todas as turmas do colégio, do jardim de infância ao ensino médio, e é usado por professores de todas as disciplinas, que precisam agendar o espaço. Mas, diferentemente de uma sala de aula comum, o Learning Space não tem carteiras tradicionais. Tem puffs, almofadas e o chão é forrado por carpete, o que estimula os alunos a se sentarem no chão. Sai a lousa tradicional e entram aparelhos multimídia. Televisões, Apple TV, projetores, os recursos tecnológicos são vastos.

Com tudo isso à disposição, os professores conseguem explorar mais as tecnologias e realizar atividades com o Google Drive, por exemplo, que permite a troca de informações simultâneas, usar as smart TV para acessar diversos aplicativos a partir de tablets ou smartphones, e tudo isso em um ambiente que deixa o aluno mais confortável para aprender.

Segundo Gomide, a procura pelo espaço por outras instituições está cada vez maior, o que reforça a necessidade de uma reformulação do modelo de ensino tradicional. “O ambiente físico é muito fácil de fazer. O difícil foi fazer a mudança cultural, fazer alguns professores mudarem de atitude e começarem a fazer uso das tecnologias”, afirma. “Com o tempo, vamos precisar de mais salas como esta e, mais para frente, as próprias salas de aula da escola vão ser redefinidas e se aproximar do modelo desse espaço”, completa.

Burgese ressalta que a intenção não é que a sala se torne um novo modelo de um laboratório de informática tradicional, no qual os alunos precisam se deslocar para fazer o uso dos recursos, mas sim, incentivar que esse seja um espaço de troca de experiências. Para Gomide, o mais importante é estimular os conceitos por trás da marca Google. “Costumamos falar que queremos trazer momentos Google para dentro da escola. Qualquer disciplina que estiver sendo lecionada para qualquer séri pode agregar conceitos de colaboração, comunicação e autoria de conteúdo por parte do aluno, o que enriquece muito as atividades. As ferramentas do Google potencializam isso.”

 


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aplicativos, dispositivos móveis, google, tecnologia

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Pedro Sanches

All plastic… :/

Ricardo

Ideal seria o que? Velas?

Iniciativas além dessa? Zero?

Possibilidades de futuro? Muitas?

Não consigo entender a nossa Mente Mediana. Se fizer está errado. Se copiar de fora está errado. Se iniciar aqui está errado. Se ficar parado, também vai estar errado.

Mais fácil reclamar que tentar fazer.

Pedro Sanches

Quantas cogitações! :)

Luis Felipe

Oi Pedro, concordo com o seu comentário. É uma pena esta plastificação dos brinquedos. Faz o ambiente ficar super artificial. Morei muito tempo na Alemanha, que é uma referência na área de educação e as escolas tem grande preocupação com esta questão do material dos brinquedos para o bem estar das crianças e pela busca de ambientes mais “naturais”.
Achei seu comentário prudente porque tratando-se de uma iniciativa do Google ela é por natureza de grande projeção e muitas pessoas a levam como referência. Fica aqui mais um registro de apoio ao que você postou.

Pedro Sanches

Também penso assim, Luis Felipe.
Não critiquei a metodologia. Acredito que tem prosperidade nessa inversão da sala de aula.
O que me causou estranheza [e isso fiz em um comentário pontual sobre a foto de divulgação] foi justamente a grama sintética e a frieza da iluminação da sala, aspectos que são mais evidentes para mim na observação da imagem. Ressalto que não conheço a sala pessoalmente.
Eu não fiz uma crítica à metodologia [apesar de compreender que metodologia e meio ambiente podem não ser inseparáveis]. Na verdade, é digna de elogios, na medida em que podemos dizer, lembrando Paulo Freire, que nada está pronto e acabado e a experiência é, em si, pedagógica para cada um dos envolvidos.
Luis Felipe, eu acredito muito na Pedagogia Waldorf. Minhas enteadas são alunas e a vivência é linda demais! :)
Além disso, existem MUITAS experiências inovadoras rolando aqui no Brasil. Quem participou da CONANE ano passado em Brasília pode conhecer algumas delas.
Não podemos nos esquecer que o desenvolvimento humano é muito mais profundo que a mera proficiência.
Boa sorte a tod@s.

Eduardo Gomide

Pedro, Luis Felipe, boa noite.

Todo comentário é muito bem vindo, sempre!

As instituições que a Foreducation atende são MAIS do que o Google Learning Space. Essas instituições estão passando por um processo intenso de transformação. Digo isso não somente relacionado às questões tecnológicas, que é onde atuamos de forma mais direta, mas também em questões de desenvolvimento humano, preservação do lado psíquico dos alunos, estímulo ao trabalho de ética e valores morais, o incentivo ao simples brincar nas séries iniciais da Educação Infantil e Ensino Fundamental.

O foco desta publicação é um ambiente novo criado em um de nossos clientes, o Colégio Mater Dei. Como a própria matéria diz, mais do que um ambiente físico despojado, moderno e altamente equipado, por trás desses aspectos mora uma mudança drástica de atitude e de postura de professores e alunos.

Se tiverem tempo, convido-os a conhecer mais de perto nosso trabalho, e também nossos clientes. Estou certo de que seus comentários podem gerar boas discussões.

Um grande abraço.

Carolina Bonturi

Tive a oportunidade de conhecer o trabalho da ForEducation e acho que o alvo da startup é excelente: de fato, no Brasil, há uma carência de projetos voltados para os professores – geralmente as boas ideias serviam para alunos e material didático, por exemplo.
De mãos dadas com o Google, não há projeto que não possa ser levado adiante da melhor forma possível. O Brasil ganha e o mundo também. Parabéns!

Pedro Sanches

Eduardo, desejo tudo de bom pra vocês nesse processo.
Quando possível, quero sim conhecer o Learning Space.
A sugestão que dou agora [e talvez vocês já não ignorem isso] é para não se esquecerem de que é igualmente importante o trabalho de corpo dos alunos, como trabalho de presença e consciência: yoga, danças circulares, pés descalços, encontros e toques, silêncio, meditação. Creio que o desenho do espaço de desenvolvimento pode também facilitar tais vivências, ou dentro de uma sala ou fora dela.
Agradeço seu comentário e a verdade é que estamos todos aprendendo uns com os outros.
Que a experiência de vocês possa trazer benefício aos seres.

Um abraço.

Eduardo Gomide

Pedro,

Me contato no eduardo.gomide@foreducation.com.br quando quiser conhecer a experiência do Mater Dei (não só do ambiente físico) e demais clientes da Foreducation.

Especificamente no Mater Dei, que foi o foco da matéria, temos trabalhos constantes de Yoga para alunos 1 a 10 anos, Iniciação Esportiva, Treinos Desportivos, Convênio com academia especializada em crianças, oficina de técnicas circenses, participação do Torneio de Futebol Society Weducation, além de atividades de artesanato com cerâmica.

Entendemos que essa educação global do aluno seja determinante.

Um abraço.

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