Cultura negra: 10 filmes gratuitos para fortalecer o antirracismo - PORVIR
Cena da animação Òrun Àiyé – A criação do mundo

Inovações em Educação

Cultura negra: 10 filmes gratuitos para fortalecer o antirracismo

No mês da Consciência Negra, o Porvir selecionou filmes disponíveis na plataforma Itaú Cultural Play que apoiam o debate sobre a cultura negra. O acesso é gratuito – basta fazer um cadastro para assisti-los

por Ana Luísa D'Maschio ilustração relógio 29 de novembro de 2023

O cinema, quando integrado ao ambiente escolar, é um grande aliado para promover o debate sobre temas importantes para a sociedade sob diferentes perspectivas, além de apresentar teorias e conceitos dentro de situações do mundo real.  

Dedicada a produções nacionais, a plataforma Itaú Cultural Play é gratuita e oferece um catálogo diversificado de produções nacionais, incluindo curtas-metragens, programas de televisão, festivais e obras audiovisuais de instituições parceiras. 

Neste mês da Consciência Negra, o Porvir selecionou alguns títulos que mostram a riqueza da cultura negra em diferentes regiões do país. Essas obras abordam aspectos como música, afro-religiosidade e biografias de personalidades marcantes, como a dos cantores Gilberto Gil e Itamar Assumpção, além de documentar a arte feita nas grandes cidades, debater o racismo e falta de representatividade negra na televisão, por exemplo. Confira:

O fio da memória (1991)

Classificação indicativa: Livre
Direção: Eduardo Coutinho
Duração: 120 minutos

Segundo documentário de longa-metragem de Eduardo Coutinho (1933-2014), “O fio da memória” trata da experiência negra no Brasil a partir de dois eixos: as criações do imaginário na cultura e a realidade do racismo e da marginalização. O filme parte da história de Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985), homem negro e ex-escravizado, que se tornou artista popular criando objetos de decoração a partir de materiais como pedaços de azulejos, lâmpadas e cacos de vidro. Assim ele construiu a Casa de Flor, hoje conjunto cultural tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

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Gilberto Gil – Tempo rei (1996)

Classificação indicativa: Livre
Direção: Andrucha Waddington, Breno Silveira e Lula Buarque de Hollanda
Duração: 105 minutos

Em sua cidade natal, Ituaçu, no interior da Bahia, a qual não voltava desde 1951, Gilberto Gil revisita sua infância, reconhece a casa em que morava e reencontra antigos vizinhos. Lançado em 1999, em comemoração aos 30 anos de carreira, “Tempo rei” mescla música e histórias contadas por Gil sobre sua premiada trajetória. Stevie Wonder, Caetano Veloso e Carlinhos Brown estão entre os entrevistados.

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A negação do Brasil (2000)

Classificação indicativa: Livre
Direção: Joel Zito Araújo
Duração: 90 minutos

Com a participação de grandes atrizes e atores negros como Milton Gonçalves, Léa Garcia, Zezé Motta e Ruth de Souza, o diretor Joel Zito Araújo trata de estereótipos e preconceito racial na teledramaturgia a partir dos anos 1960. O documentário é, também, um manifesto pela representatividade negra na televisão brasileira.

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Do que aprendi com minhas mais velhas (2017)

Classificação indicativa: Livre
Direção: Fernanda Júlia Onisajé e Susan Kalik
Duração: 26 minutos

Os saberes ancestrais, o resgate dos laços familiares e a tradição oral são o destaque deste curta metragem, que reúne narrativas e ritos do candomblé. Vencedor do Prêmio Aquisição SescTV no CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema 2018, o filme trata de memórias que acompanham mulheres em diferentes terreiros. 

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Aqui favela, o rap representa (2003)

Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Junia Torres e Rodrigo Siqueira
Duração: 83 minutos

O documentário revela os caminhos do rap, uma das expressões musicais mais importantes do país, em São Paulo e em Belo Horizonte. Entre as entrevistas com cantores e compositores renomados, como Mano Brown e Thaide, o documentário ouve jovens artistas e moradores das duas cidades, que debatem a manifestação cultural e a influência da música em suas comunidades.

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Café com canela (2017)

Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Ary Rosa e Glenda Nicácio
Duração: 100 minutos

Filmado no recôncavo baiano com atores e equipe local, o longa-metragem, que trata de luto e de superações, é dirigido por uma mulher negra e traz duas atrizes negras como protagonistas. Após perder o filho, Margarida vive isolada da sociedade. Ela se separa do marido Paulo e perde o contato com os amigos e pessoas próximas, até uma ex-aluna bater em sua porta. “Em sala de aula, pode render debates sobre educação antirracista e outras diversidades”, diz a formadora de professores em audiovisual Claudia Mogadouro nesta lista feita para o Porvir.

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Daquele instante em diante (2010)

Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Rogério Velloso
Duração: 109 minutos

“Ninguém sai incólume de um show de Itamar.” A frase é dita por uma das parceiras musicais de Itamar Assumpção (1949-2003) no documentário, que traz a vida e obra do instrumentista, arranjador e produtor musical brasileiro. Também conhecido como Nego Dito, colocou sua arte acima das exigências do mercado. O Museu Itamar Assumpção é o primeiro museu virtual brasileiro a homenagear um artista negro. 

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Onde aprendo a falar com o vento (2022)

Classificação indicativa: Livre
Direção: André Anastácio e Victor Dias
Duração: 26 minutos

Inspirados pelo Reinado, manifestação religiosa afro-brasileira, crianças e adolescentes de Oliveira, Minas Gerais, criam o “Reinadinho”. Orientados por Capitã Pedrina, eles conhecem mais sobre seus antepassados, falam sobre identidade, o papel da escola e das tradições afro-diaspóricas na educação. “Onde Aprendo a Falar com o Vento” foi um dos seis vencedores do Edital Conexão Juventudes, realizado pelo Instituto Unibanco. Os filmes selecionados retratam o cotidiano de jovens estudantes e passam por temas como situação de estudantes imigrantes, falta de acesso à internet, violência, educação indígena e afro-centrada, como é o caso deste documentário.

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Òrun Àiyé – A criação do mundo

Classificação indicativa: Livre
Direção: Jamile Coelho e Cintia Maria
Duração: 12 minutos

Utilizando diferentes técnicas de animação, e com olhar feminino, as jovens diretoras celebram a importância da cultura afro-brasileira como espaço de preservação da memória. Um avô narra à neta a história da criação do mundo e dos seres humanos, segundo a mitologia iorubá. Tal como um velho contador, ele apresenta a jornada dos orixás e os conflitos deste episódio de nascimento, no qual homens e mulheres são moldados a partir do barro.

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Chico Rei entre nós (2020)

Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Joyce Prado
Duração: 94 minutos

Prêmio de Melhor Documentário Brasileiro na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme narra a história de um lendário rei congolês que teria sido arrancado de sua terra e escravizado no Brasil, em meados do século 18, comprando a própria liberdade e tornando-se rei em Ouro Preto (MG). Em gratidão, os outros escravizados para os quais o rei comprou a liberdade, o coroaram em uma cerimônia que ficou conhecida como “Reinado”. Pouco documentada, a jornada de Chico Rei, ou Galanga, ficou impressa na memória oral dos moradores, e é passada de geração em geração. Com trilha sonora de Emicida, o filme debate a formação e as desigualdades do Brasil.

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cinema, consciência negra, educação antirracista, mês da consciência negra

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José Roberto de Lima

Conteúdo muito rico para levar para as escolas. Parabéns!!

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