Para promover a inclusão, educador precisa se colocar no papel de aprendiz - PORVIR
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Inovações em Educação

Para promover a inclusão, educador precisa se colocar no papel de aprendiz

A reflexão sobre a inclusão escolar no Brasil exige multiplicidade de olhares e uma análise atenta dos dados

Parceria com LIV

por Redação ilustração relógio 27 de novembro de 2020

Embora prevista na legislação desde 2015, a educação especial ainda passa por desafios na garantia de um atendimento de qualidade. Segundo dados do último Censo Escolar, divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2019 o Brasil contava com 1.250.975 matrículas de crianças e adolescentes nesse segmento.

A análise dos dados mostra que o percentual de alunos com deficiência, autismo ou altas habilidades matriculados em classe comuns tem aumentado gradualmente em todas as etapas de ensino. Em comparação com 2018, por exemplo, houve aumento de 5,9%, e de 34,4% em relação a 2015. Do total de alunos com necessidades educacionais especiais, a vasta maioria (1.013.931) faz parte da rede pública de ensino.

Especialistas indicam que uma educação especial e inclusiva exige, além de adaptação dos conteúdos, uma infraestrutura adequada para atender às necessidades de cada estudante. Contudo, os dados nacionais revelam também que a adaptação do ambiente físico das escolas ainda está longe de responder à demanda. Segundo índices compilados pelo site QEdu em 2018, nas escolas da rede privada que oferecem Ensino Fundamental, por exemplo, 55,6% das escolas possuem banheiros adaptados e 44,7% oferecem dependências adequadas a alunos com deficiências.

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Nas escolas que também possuem o ensino médio, os números são ligeiramente maiores: 52,7% apresentam dependências adequadas. Já na rede pública, 28% das escolas com ensino fundamental apresentam essas condições e, no ensino médio, 44,3%.

Em entrevista cedida ao LIV, a pedagoga e especialista em inclusão Marcia Tavares fala sobre o cenário da educação inclusiva no Brasil. Para ela, o primeiro passo é pensar no sujeito, o que se espera dele, o que ele tem para contribuir e, a partir disso, pensar quais são as transições que podemos fazer no sistema atual. “Muitas vezes, a inclusão necessária é uma estratégia de conduta, de apresentação do material, do espaço físico. […] Precisamos caminhar no sentido de desmistificar e sair de um lugar de ignorar algumas possibilidades que já existem”, diz.

Quanto questionada sobre educadores que têm dificuldade para lidar com o tema, a pedagoga reforça a importância do docente se colocar como aprendiz. “Se coloque, fale, troque suas informações. Essa posição de incômodo e de angústia é o que pode fazer a diferença. Se isso for velado, a gente não contribui nem para os nossos alunos, nem para a possibilidade de aprendizado. […]” e completa “ É da nossa responsabilidade acolher, acatar o que for possível, mas sobretudo orientar. Da mesma forma que falamos que os professores precisam ter acesso ao desenvolvimento, não só aos conteúdos, a mesma coisa é poder trocar com as famílias. […] Não dizendo, “é possível” ou “não é possível”, mas criando essa construção”.

Confira a entrevista na íntegra:

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educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, inclusão, socioemocionais

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