8 dicas da Imprensa Jovem para criar mobilizações nas redes sociais
Conheça as ações do projeto Imprensa Jovem, de São Paulo, e saiba como replicar estratégias que convidem a comunidade a participar de determinadas ações
por Carlos Lima 21 de dezembro de 2022
Há várias situações que afetam os jovens. Muitas vezes, são as mesmas que impactam a vida dos adultos, como as fake news e a desinformação.
Sabemos que os jovens são quem mais acessam redes sociais (78% das crianças e adolescentes brasileiros conectados à internet usaram redes sociais em 2021, de acordo com a pesquisa TIC Educação). Esses jovens entendem os macetes das diversas manifestações midiáticas por lá. Será que não teriam capacidade de pensar em maneiras próprias para não cair em terreno minado? As redes sociais são um campo fértil para proliferação de discursos de ódio, mas também para manifestações democráticas.
Pensando bem, o problema que é de um, é do outro também.
Os estudantes das agências de notícias Imprensa Jovem, projeto desenvolvido pelo Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de São Paulo, aproveitaram os meses de outubro e novembro (mês de eleição e do mês da consciência negra, respectivamente) para criar duas campanhas de grande relevância social. Cinco mil alunos de mais de 200 escolas se envolveram na iniciativa.
Eles produziram cards para stories, vídeos curtos e criaram as hashtags #fakenewstofora e #somosantirracistas.
A proposta era alcançar, principalmente, outros estudantes, moradores da comunidade, famílias e demais seguidores das redes sociais interessados pelos temas.
A força da educomunicação
A comunicação de estudantes para estudantes tem poder. A Lei Educom 13.941/2004, por exemplo, foi criada como resultado de atividades de radioescola desenvolvidas por alunos de São Paulo. Tal intervenção radiofônica colaborou para diminuir a violência nas escolas mais vulneráveis da cidade e, por consequência, justificou tornar a educomunicação uma política pública.
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Você quer mobilizar sua comunidade e não sabe por onde começar? Confira as sugestões da Imprensa Jovem:
1. Leve em consideração que a ideia da mobilização é dar liberdade de expressão para que os estudantes consigam criar campanhas eficazes para conscientizar outros estudantes.
2. A partir do tema, são construídas frases curtas, ou ideias-síntese.
3. Usando o Canva (ferramenta gratuita de design gráfico online), as frases são incluídas em cards para diferentes formatos das redes sociais.
4. As mesmas frases podem inspirar os estudantes a criar vídeos curtos (de, no máximo, 30 segundos), usando celular e aplicativo de edição.
5. Os vídeos também podem ser organizados em playlists (listas de reprodução) do YouTube Shorts, TikTok, reels do Instagram.
6. Vale compartilhar as produções via WhatsApp, nos grupos de família, de amigos e de trabalho.
7. Outro caminho possível é a criação de QR Codes, que aguçam a curiosidade das pessoas para aproximar o celular e descobrir o que está atrás do código. A Imprensa Jovem distribuiu QR Codes pelos muros das escolas, quadros de avisos e banheiros.
8. Uma dica que também costuma funcionar bem: fixar cartazes de diferentes tamanhos em lugares estratégicos, como pontos de ônibus, comércios, postos de saúde e transportes públicos.
Então, mão na massa! Bora criar uma campanha de mobilização!
Também te convido a conhecer mais detalhes do projeto Imprensa Jovem, neste link.
Carlos Lima
Professor, radialista, especialista em educomunicação, é criador do Programa Imprensa Jovem. Ganhador dos prêmios Mariazinha Fusari e Aliança para Mídia e Informação 2020 da Unesco. Instagram @carloslimaeducom