LGBTQIAP+: Documentário trata sobre acolhimento na escola - PORVIR
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Inovações em Educação

LGBTQIAP+: Documentário online e gratuito trata sobre acolhimento na escola

Episódios do documentário "Conversas que Inspiram" reúnem estudantes e professores para debater o quanto a escola pode - e deve - ser acolhedora com a comunidade LGBTQIAP+

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 22 de junho de 2023

Tornar a escola um espaço acolhedor é uma missão diária para todos os envolvidos com a educação. No entanto, quando se trata de estudantes LGBTQIAP+, essa missão ainda parece distante. De acordo com dados da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil e da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), a taxa de evasão escolar entre pessoas trans e travestis é de 82%, e 73% dos jovens LGBTQIAP+ já sofreram algum tipo de agressão na escola.

Para mudar esse cenário de exclusão na educação de crianças, adolescentes e jovens, é necessário avançar na sensibilização, capacitar professores para combater preconceitos e promover o diálogo com a comunidade escolar.

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Em uma iniciativa para apoiar educadores a entender melhor como acolher e incluir, o documentário “Conversas que Inspiram”, produzido pelo Grupo Dignidade e apoiado pelo Instituto Unibanco, apresenta depoimentos profundos sobre as experiências de pessoas LGBTQIAP+ no ambiente escolar.

Durante um evento realizado na sede do Instituto Unibanco em São Paulo (SP), Daniel Leal, produtor-executivo da série, comentou: “Em 2021, nós entendemos o contexto em que estávamos (em referência ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro), mas percebemos que o entretenimento e o audiovisual poderiam ser formas de hackear o sistema e dialogar sobre o assunto com as pessoas, utilizando uma ferramenta que não propagasse apenas uma positividade tóxica, pois estamos falando sobre esperança de melhoria.”

Ele explicou que a série adotou uma abordagem de contraponto, trazendo diálogos entre duas gerações, como no primeiro episódio com Sarah e Louise, uma adolescente de 15 anos e sua professora. Ambas são mulheres trans e apontam como a escola pode (e deve) ser acolhedora para as pessoas da comunidade. 

Alex Orue, ativista mexicano e coordenador do programa It Gets Better (Tudo vai melhorar, em tradução livre), movimento global voltado a oferecer suporte ao público jovem LGBTQ+, também participou do evento. Ele destacou que o projeto tem passado por uma mudança. 

Em 2010, o It Gets Better iniciou sua jornada por meio de uma campanha midiática na qual 70 mil pessoas formaram uma rede para compartilhar suas histórias e inspirar outros integrantes da comunidade. Inicialmente, havia um foco maior em narrativas de pessoas adultas sobre como o progresso deveria acontecer, mas hoje a voz predominante é a dos jovens.

Ao falar sobre a escola do futuro, Alex vê um processo ascendente, no qual os jovens moldarão a escola com base no trabalho das gerações anteriores que garantiram direitos. Ele ressaltou que os grupos que propagam o ódio, na verdade, propagam o medo, pois têm receio de perder influência sobre os jovens.

Embora o projeto tenha enfrentado dificuldades para realizar as gravações nas escolas, tanto públicas quanto privadas, ele foi bem recebido pelo público e por jurados do audiovisual. O documentário recebeu três indicações e ganhou o prêmio de Melhor Web Série Educacional no Rio WebFest. Além disso, o projeto foi reconhecido pelo Prêmio LED da Rede Globo como uma das 15 iniciativas educacionais mais inovadoras do Brasil. A série também foi apresentada durante o Summit Global do It Gets Better, realizado no Canadá.

Todos os episódios estão disponíveis no YouTube, gratuitamente. Clique no vídeo para assisti-los:

Episódio 1 – Sara e Louise

A jornalista e educadora Sarah Wagner York, juntamente com a estudante Louise, ambas mulheres trans, discutem a necessidade de inclusão de pessoas LGBTQIAP+ nas escolas. Louise relata que, apesar dos desafios iniciais, a escola tendia a ser acolhedora. Destaca a necessidade de uma abordagem educacional voltada para a diversidade de gênero.

Episódio 2 – Iracema e João

Iracema e João, professores bissexuais, debatem os obstáculos de ser LGBTQIAP+ no ambiente escolar. Concordam que a escola do futuro deve ser um local em que identidade de gênero e orientação sexual sejam tópicos abertos à discussão, onde os alunos se sintam aceitos e confortáveis. Ressaltam a importância de professores que representem a comunidade, contribuindo para um ambiente mais inclusivo e empático.

Episódio 3 – Myllena e Duda

A professora Myllena entrevista Maria Eduarda (Duda), uma jovem lésbica de 20 anos, estudante de publicidade. Duda narra casos de homofobia na escola e como uma professora de sociologia a apoiou em seu processo de autoaceitação.

Episódio 4 – Romulo Bolivar e Samuel

Qual o papel da aceitação na escola? No último episódio da temporada, o professor Rômulo Bolivar e o estudante Samuel, homens gays de diferentes gerações, discutem a visibilidade da comunidade LGBTQIAP+ no ambiente escolar. Samuel compartilha experiências de bullying e isolamento, descrevendo o ambiente escolar como um local de emoções diversas e, muitas vezes, amedrontador.

A série “Conversas que Inspiram” faz parte da Coleção Educação LGBTI+, uma curadoria do Instituto Unibanco que inclui estudos, vídeos, relatos e experiências de boas práticas para o desenvolvimento de ações de equidade na educação voltadas para pessoas LGBTQIAP+.

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competências para o século 21, ensino fundamental, ensino médio, socioemocionais

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