Formação para professores apresenta estratégias para debater a crise climática
Além do curso, há uma premiação que oferecerá até R$100 mil para projetos voltados à educação ambiental
por Redação
15 de julho de 2025
O ano de 2024 foi considerado o mais quente da história, com aumento de 1,55 °C em relação ao período pré-industrial, segundo a Organização Meteorológica Mundial. Além disso, o período foi marcado por diversos desafios relacionados à interseção entre educação e mudanças climáticas. Dados do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que aproximadamente 1,18 milhão de crianças e adolescentes no Brasil tiveram aulas suspensas devido a eventos climáticos extremos, principalmente alagamentos.
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Cenários como esse colocam a questão climática no centro das reflexões escolares. Com o objetivo de capacitar educadores brasileiros para abordar esse tema em sala de aula, o Instituto Alana, em parceria com a Motiva, empresa brasileira de infraestrutura e mobilidade, desenvolveu o projeto Escolas Baseadas na Natureza. A iniciativa oferece formação continuada gratuita a professores e gestores escolares e disponibiliza mensalmente conteúdos temáticos voltados aos estudantes do ensino fundamental.
Com carga horária de 40 horas e formato totalmente a distância, o curso visa estimular a criação de projetos pedagógicos que coloquem a natureza no centro do processo de aprendizagem, fortalecendo o vínculo dos estudantes com o meio ambiente.
Durante a formação, os participantes estudam os fundamentos da educação baseada na natureza, os impactos da crise climática na educação e o papel do contato com o ambiente natural no desenvolvimento integral dos estudantes. Os educadores também são incentivados a elaborar propostas pedagógicas e práticas sustentáveis para o cotidiano escolar, sempre considerando as particularidades de seu território.
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Entre os materiais de apoio já disponibilizados, há um guia preparado especificamente para quem está na coordenação municipal, trazendo um olhar atento para a postura incentivadora que a liderança deve exercer na criação e no desenvolvimento de projetos centrados na natureza.
Além disso, o programa também oferece materiais temáticos a serem usados pelos professores. Em maio, o debate foi sobre transição energética, seguida em junho pelo papel das florestas e da biodiversidade na atualidade e no futuro do planeta. Mais recentemente, em julho, o programa trouxe como proposta de discussão o financiamento climático, que explica como aspectos financeiros estão ligados ao meio ambiente.
Três etapas para a transformação: sensibilizar, experienciar e influenciar
O projeto será desenvolvido em três fases ao longo de três anos:
- Sensibilizar (2025): introdução ao conceito de educação baseada na natureza, com foco na sensibilização de educadores e estudantes por meio de formações, jogos e propostas pedagógicas.
- Experienciar (2026): os estudantes serão convidados a propor soluções para desafios ambientais, participando de atividades práticas, como maratonas de inovação.
- Influenciar (2027): mobilização das escolas e comunidades para implementar ações com impacto ambiental positivo, alinhadas ao conceito de cidades sustentáveis.
Prêmio reconhecerá projetos de destaque
Para valorizar e incentivar a atuação de escolas e educadores, foi lançado o Prêmio Escolas Baseadas na Natureza, que contemplará cinco escolas públicas com projetos de destaque em educação ambiental. Cada instituição poderá receber até R$ 100 mil para investir em melhorias de infraestrutura, além de contar com mentoria pedagógica e consultoria especializada em arquitetura escolar sustentável.
As inscrições já estão abertas, e o anúncio das escolas vencedoras está previsto para julho. Os critérios de avaliação incluem ações como a criação de pátios naturalizados, hortas pedagógicas, sistemas de captação de água da chuva, uso de fontes de energia renovável e mobiliário produzido com materiais reaproveitados.





