Mão na massa e investigação para aprender ciências
Para pedagoga, é preciso estimular a curiosidade para além dos primeiros anos da educação infantil
por Vinícius Bopprê 26 de agosto de 2013
Deixar os livros e a lousa descansando na sala de aula e colocar as mãos na massa. Manusear minhocas, usar produtos químicos para analisar seus funcionamentos e reações, entender o funcionamento das rochas tocando cada uma delas, criar energia elétrica com o uso de legumes e observar pedaços de plantas nas lentes de um microscópio. Essa é a proposta da Abramundo, empresa que desenvolve materiais para o estudo de ciências para o ensino fundamental, do 1o ao 9o ano, orientados pelo método investigativo e prático.
“A escola não tem valorizado ou dado pouco valor ao principal aspecto que consideramos a mola propulsora das aprendizagens: a curiosidade. Mesmo antes do ingresso na escola, as crianças observam, perguntam e procuram explicações para o mundo em que vivem”, afirma Luciana Hubner, consultora pedagógica da Abramundo, que acredita na estratégia da investigação na aprendizagem como um método de ensino que aproxima as crianças e jovens das formas de trabalhar de maneira mais criativa e coerente com suas realidades e questionamentos.
Para ela, essa curiosidade só recebe atenção nos primeiros anos da educação infantil, etapa da escolarização em que as perguntas são tomadas como eixo de pesquisa, observação e investigação da realidade que os cerca. “À medida que os alunos vão avançando pelos níveis superiores de escolarização essa curiosidade praticamente desaparece, as crianças vão aprendendo que a escola não é um espaço de dúvida, de levar e fazer pergunta, mas de obter respostas”, diz.
O programa, que já está presente em 19 estados, em 70 escolas da rede privada e cerca de 350 escolas públicas, oferece formação continuada dos professores que vão utilizar esses equipamentos. Segundo Hubner, os educadores recebem uma visita mensal de um tutor da Abramundo para tirar dúvidas e ajudá-los na inserção pedagógica dos materiais durante as aulas.
Para Daniela Venturi Abreu, assistente de coordenação e professora na Escola Santi, em São Paulo, ao realizar experiências, os alunos vão em busca de respostas e desenvolvem a capacidade de solucionar problemas em grupo e interagem de maneira mais dinâmica com o conteúdo. “Quando incentivamos os alunos a serem mais exploradores os ajudamos a ir atrás de confirmar ou não uma hipótese, construir suas opiniões, instaurar um perfil investigativo, inquieto com relação aos assuntos estudados, e consequentemente mais envolvidos com o conteúdo”, afirma.
Entre os exemplos de experiências realizadas pelos alunos estão o uso de beterraba, batata e chuchu para fazer uma pilha capaz de produzir energia e até a criação de neve artificial por meio produtos e reações químicas. Veja abaixo o vídeo em que os alunos e o físico Cristian Annunciato realizam experiências no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo: