Programa Year Up forma jovens de baixa renda nos EUA - PORVIR

Inovações em Educação

Programa Year Up forma jovens de baixa renda nos EUA

Projeto de educação profissional capacita estudantes, de 18 a 24, para entrar no mercado de trabalho e no ensino superior

por Vagner de Alencar ilustração relógio 22 de junho de 2012

O que, há pouco mais de dez anos, era apenas um projeto de formação para 22 jovens com endereço em Boston, nos Estados Unidos, hoje se expandiu para mais oito cidades e já atendeu a 4.000 jovens. O Year Up é uma organização sem fins lucrativos que capacita estudantes recém-formados no ensino médio, oriundos de famílias de baixa renda, a entrar no mercado de trabalho e no ensino superior.

Os beneficiados pelo programa, que devem ter entre 18 e 24 anos, passam por uma formação de seis meses em que aprendem conteúdos teóricos de informática, comunicação e administração. Nesse período inicial, o jovem pode optar pela área – ou áreas – em que pretende se especializar. Os interessados em informática aprendem como instalar softwares e hardwares e a lidar com sistemas operacionais. Em comunicação, o foco das atividades está em desenvolver habilidades de escrita, atendimento ao público e gestão do tempo. Já em administração, são ensinadas questões trabalhistas, introdução aos negócios e finanças pessoais. As aulas do Year Up valem como crédito se os estudantes ingressarem na universidade.

Programa Year Up capacita estudantes de baixa rendacrédito olly / Fotolia.com

Depois da fase de apresentações teóricas, chega o momento da prática. No segundo e último semestre do programa, os jovens passam a receber ajuda de custo e acompanhamento profissional por meio de estágio em uma das mais de 200 empresas parceiras, entre as quais AOL, PricewaterhouseCoopers e J.P.Morgan.

“Cerca de 5 milhões de jovens não têm acesso a oportunidades para se conectar ao mercado de trabalho. Por outro lado, na próxima década, as empresas americanas vão ter que enfrentar uma escassez de mais de 14 milhões de trabalhadores qualificados”, afirmam os coordenadores na página do site.

Para se candidatar às vagas, os estudantes precisam ter concluído o ensino médio, morar nos Estados Unidos e comprovar vulnerabilidade financeira. As aulas começam em setembro e em março e são realizadas de segunda a sexta-feira.

“A estimativa é que esses jovens, já empregados, passem a ganhar, em média, US$ 15 por hora, que equivale a US$ 30 mil por ano [cerca de R$ 2,5 mil por mês]”

“Sempre quis ser um bom pai e estar por perto para educar meu filho. Antes de entrar no projeto, a única opção profissional que tive foi ser militar, algo que não me atraiu porque eu passaria muito tempo longe do meu filho. Depois da formação da Year Up, desenvolvi uma base mais forte em TI (tecnologias da informação), além de aprender novas formas de escrita, de enviar e-mails”, contou John Johnson, ex-estudante do projeto. Comecei a trabalhar na PricewaterhouseCoopers, empresa que presta serviços de auditoria e consultoria, como encarregado de manutenção da impressora e hoje já estou trabalhando em tempo integral como especialista de TI.”

O relatório anual de 2011 mostra que todos os alunos formados pelo programa conseguem estágios após o primeiro semestre de curso e 95% deles são bem avaliados por seus gerentes. Além disso, após a formação técnica, cerca de 84% dos formandos conseguem emprego ou começam a fazer faculdade. “A estimativa é que esses jovens, já empregados, passem a ganhar, em média, US$ 15 por hora, que equivale a US$ 30 mil por ano [cerca de R$ 2,5 mil por mês]”, afirma no relatório o presidente da ONG, Gerald Chertavian.

O projeto é realizado por meio de financiamentos e doações. O programa pretende ser ampliado para atender, nos próximos quatro anos, a 2.500 alunos anualmente. Em 2011, foram arrecadados US$ 28,5 milhões – três a mais que no ano anterior. Para ampliar seu campo de atuação, a organização lançou uma campanha para arrecadar US$ 55 milhões.


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