10 filmes para abordar a inclusão de pessoas com deficiência
Como uma forma de incentivar uma sociedade inclusiva e o debate acerca do respeito às diferenças, lista reúne filmes que trazem personagens com diferentes tipos de deficiência
por Redação na Rua 26 de julho de 2016
A inclusão de pessoas com deficiência é prevista na Constituição e figura entre os direitos dos cidadãos. Na prática, no entanto, realizar essa inclusão não se resume apenas a garantir a presença dessas pessoas em todos espaços. Ainda nesses contextos, vemos alguns erros que terminam por reforçar práticas excludentes e discriminatórias.
Em muitos casos, isso acontece porque a deficiência toma um lugar central. Dito de outro modo, a pessoa passa a ser mais definida pelo o que não tem do que pelos diversos outros elementos que tem. Para quebrar esse paradigma, é necessário que as deficiências sejam lidas em um contexto de diversidade. Todos temos perfis e necessidades específicas. Todos vivemos e aprendemos cada um a nossa maneira.
Para contribuir com essa reflexão, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou dez filmes que têm como tema a inclusão de pessoas com diferentes tipos de deficiência. As obras podem ser um excelente disparador para debater, em sala de aula, a necessidade da construção de uma sociedade inclusiva.
1. Intocáveis (2012)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
O filme conta a história de Philippe, um homem rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando contratar um assistente, sua história cruza com a de Driss, jovem de baixa renda e sem nenhuma experiência na função de cuidador. O percurso trilhado pelos dois é de aprendizagem mútua. Driss contribui para a retomada da identidade e da auto estima de Philippe a partir de um trabalho que mostra o cuidado com as deficiências, mas também uma atenção ímpar com as potencialidade envolvidas.
2. Meu nome é Radio (2003)
Classificação indicativa: inadequado para menores de 12 anos
Todos os dias, ao redor da quadra de uma escola secundária na Carolina do Sul circula James Robert Kennedy. Acompanhado de um carrinho de supermercado e um rádio, o jovem tinha por prática observar os intensos treinos de futebol americano liderados por Harold Jones, um treinador competitivo, que não tinha olhos para nada além do trabalho, tampouco para sua mulher e filha.
Um dia, uma brincadeira de mal gosto do time com James o deixa ainda mais assustado e o fecha ainda mais em seu silêncio – o jovem não fala. Até que um dia, o treinador resolve convidá-lo para assistir a um treino e pouco a pouco o insere na equipe como um assistente. O filme mostra a inclusão de “Rádio” – nome pelo qual James passa atender – numa dinâmica antes marcada pela competição e altas habilidades, trazendo sensivelmente a possibilidade de aprendizagem em outros tempos e maneiras.
3. Colegas (2012)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
Aninha, Stalone e Márcio protagonizam uma história de amizade e sonhos. Os três fogem do instituto em que viviam para perseguirem seus respectivos desejos de casar, ver o mar e voar. Ao longo da trama, os três trilham um percurso de aventura, contribuindo para que a Síndrome de Down seja retratada dentro de um contexto de autonomia, superação e aprendizagem.
4. Hoje eu quero voltar sozinho (2014)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
A chegada de Léo a um tradicional colégio do Rio de Janeiro insere a comunidade escolar na pauta da inclusão: o garoto é deficiente visual. Ele tem que lidar com algumas dificuldades de aceitação pela turma, até que encontra apoio em um estudante recém chegado, Gabriel, com quem acaba se envolvendo amorosamente. O filme lida com duas importantes agendas, a inclusão e o homossexualidade, evidenciando o quanto é importante que se construam relações de respeito, colaboração e diálogo.
5. Cordas (2014)
Classificação indicativa: livre
O curta animado “Cordas” narra a amizade entre Maria, uma garotinha muito especial e Nicolás, seu novo colega de classe, que sofre de paralisia cerebral. A pequena, vendo algumas das impossibilidades do amigo, não desiste e faz de tudo para que ele se divirta e consiga brincar. Reconfigurando e recriando jogos e atividades, Maria celebra a vida do colega, aprende ao passo que ensina e emociona a todos – inclusive os espectadores -, com as possibilidades do sonho e de uma amizade verdadeira. Ao final, uma surpresa especial, que lembra a todos da importância do educar e da relação que se estabelece no ensino e aprendizagem.
6. Sempre amigos (1998)
Classificação indicativa: livre
O filme relata a parceria, a amizade e as dificuldades enfrentadas por dois garotos: Kevin, extremamente inteligente, sofre de uma doença degenerativa e, por conta disso, acaba ficando isolado do convívio social, e vivendo mais no mundo da imaginação; e Max, um gigante de 13 anos, que não tem o desenvolvimento esperado na escola e por conta disso é discriminado no ambiente pelos colegas. Quando os dois se encontram, uma bela amizade nasce e com ela uma relação de inteligência e força, como um contraponto às injustiças cometidas nas demais relações de convivência.
7. Uma lição de amor (2001)
Classificação indicativa: livre
O filme conta a história de Sam Dawson, um homem com deficiência mental que tem uma filha Lucy que, quando completa 7 anos, começa a ultrapassar intelectualmente seu pai. Uma assistente social ao ver a situação quer tirar a guarda internando Lucy em um orfanato. A situação se transforma em um briga jurídica em que se discute o papel do pai e se pessoas com limitações intelectuais como Sam podem ser responsáveis por crianças.
8. A pessoa é para o que nasce (2002)
Classificação indicativa: livre
Documentário relata a história de três irmãs cegas de Campina Grande, Maria das Neves, Regina Barbosa e Francisca da Conceição. A narrativa mostra a leitura de mundo das mulheres e a dedicação do trio à música.
9. Janela da Alma (2001)
Classificação indicativa: livre
No documentário, 19 pessoas dão seus relatos de como lidam com a deficiência visual. As histórias acabam abordando o olhar de uma forma mais sensível e menos ligada diretamente com o espectro exterior, sugerindo que a sociedade em geral, mesmo com a possibilidade de ver, deixou de enxergar o que é visível aos olhos.
10. Amy uma vida pelas crianças
Classificação indicativa: livre
Após a morte de seu filho, Amy deixa seu marido para se tornar professora em uma escola para crianças deficientes. Descobrindo uma nova razão para viver, ela se dedica a ensinar crianças surdas a falar, ao mesmo tempo em que elas o ensinam o verdadeiro sentido do amor.
*Do Centro de Referências em Educação Integral. Fazem parte do Redação na Rua os sites Catraca Livre, Centro de Referências em Educação Integral, Guia de Empregos, Portal Aprendiz, Porvir e VilaMundo.