Escola de inglês prioriza o desenvolvimento de competências globais - PORVIR
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Inovações em Educação

Escola de inglês prioriza o desenvolvimento de competências globais

You Learning Center tira o foco do conteúdo linguístico para ensinar o idioma durante aulas de ciências, matemática, expressão corporal, meditação e artes

por Marina Lopes ilustração relógio 12 de janeiro de 2017

Mesmo depois de ter aulas de inglês durante anos, a maioria dos estudantes brasileiros sai da escola sem dominar o idioma. Como prova disso, basta olhar para índices de fluência do país: um levantamento realizado pelo British Council revelou que apenas 5% da população sabe falar inglês. Para reverter esse cenário, a escola You Learning Center, criada em Santos (SP), está apostando em uma metodologia que tira o foco do conteúdo linguístico e valoriza desenvolvimento de competências globais.

Baseada no ensino integrado de língua e conteúdo, a escola trabalha o idioma por meio de diferentes áreas de conhecimento que ajudam a promover o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, com idades entre 2 e 17 anos. Diferente de outros métodos convencionais, que focam apenas nos conteúdos gramaticais e comunicativos, a ideia é aprender uma segunda língua da mesma forma que se aprende português. “Nós buscamos dar significado ao idioma através dos conteúdos que fazem parte da vida real. Os alunos usam o inglês enquanto fazem atividades de ciências, matemática, expressão corporal, meditação e artes”, explica a diretora pedagógica Geiry Amaral, que é especialista em bilinguismo.

As aulas envolvem atividades lúdicas e projetos nas mais diversas áreas de conhecimento, que valorizam o desenvolvimento de competências, como colaboração, autonomia, criatividade e interação. A ideia de investir nesse modelo surgiu após anos de experiência em uma escola bilíngue, que trabalhava o idioma como um meio para adquirir novos conhecimentos – e não apenas como aula isolada na grade curricular. “Adquirir uma língua é diferente de apenas aprender. Quando você adquire, ela passa a fazer parte do seu universo. Você pode se expressar em qualquer área do conhecimento sem problema algum, como se estivesse se comunicando na sua língua materna”, destaca Geiry.

Após algumas experiências com o novo formato para ensino do idioma, a You Learning Center começou a ser procurada para oferecer o curso dentro da grade curricular regular. E foi daí que surgiu o modelo de franquia You in School English, que além da matriz em Santos já está presente em 15 escolas particulares de educação básica, em cidades como Santos, Sorocaba, Jundiaí e Rio de Janeiro. No contraturno, os alunos fazem atividades em inglês com uma carga horária de cinco a sete horas semanais, que incluem yoga, educação nutricional, contação de histórias, práticas esportivas e culinária.

A nutricionista Viviane Macedo conheceu a You Learning Center quando seu filho, Gustavo, 11, estava na escola de educação infantil Primeiros Passos, em Santos. Ela conta que o ele começou a participar das aulas no contraturno escolar e depois foi matriculado na unidade matriz. “Nós queríamos que ele tivesse um contato maior com a língua, e lá eles fazem um trabalho lúdico, em que as crianças aprendem sem sentir”, conta. Para o menino, o que mais chama atenção na escola são as brincadeiras e atividades práticas. “A gente participa das aulas para aprender um pouco da gramática, conversar e fazer atividades práticas”, conta.

Todas as atividades são desenvolvidas por uma central pedagógica que reúne pedagogos, professores de inglês, nutricionistas e outros especialistas. Geiry garante que, mesmo sem ter domínio específico de todas as áreas envolvidas na grade, os professores de inglês que ministram aulas nas escolas contam com o apoio de uma equipe de formação e planos de aula detalhados com a descrição de todas atividades para diferentes faixas etárias.

De acordo com a diretora, a proposta de oferecer essas atividades no contraturno é fazer com que as escolas regulares também possam se responsabilizar pelo ensino de idiomas. “A intenção é levar para a escola o conceito de que inglês se aprende dentro da escola, de uma forma eficaz e prazerosa para o aluno. Não tem cabimento pagar um curso de inglês porque o aluno não aprendeu na escola”, menciona. Ela ainda avalia que o fracasso de muitas instituições na hora de ensinar uma nova língua é gerado pela descontextualização do ensino e a falta de formação dos professores. “O formato dessas aulas está completamente fora do período em que estamos vivendo. A escola é conteudista e não visa o desenvolvimento global do aluno”, diz.

Para o inglês ser aprendido de maneira adequada, ela diz que é preciso ter relevância. “Ele só vai ter relevância para o aluno se for visto como um instrumento, e não como o objetivo final. Você tem que ensinar e desenvolver outras habilidades”, pontua.


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competências para o século 21, cursos

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