Agência da ONU lança relatório sobre educação de refugiados - PORVIR
Colin Delfosse / ACNUR

Inovações em Educação

Agência da ONU lança relatório sobre educação de refugiados

O texto foi lançado no início de setembro e conta com dados de mais de 40 países sobre educação de refugiados

por Ruam Oliveira ilustração relógio 20 de setembro de 2022

Estudantes refugiados têm muito mais dificuldades de matrícula se comparados com seus pares não refugiados em qualquer nível de ensino. É o que mostra o relatório “Todos incluídos: a campanha pela educação de refugiados“, realizado pela ACNUR (Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados). 

Em alguns níveis, como no caso do ensino fundamental, as taxas de matrícula continuaram estáveis, representando 68% em 2020 e 2021. No entanto, esse número cai quase pela metade quando se pensa no ensino médio, representando apenas 37%. Os dados apresentados são referentes a mais de 40 países acompanhados pela instituição. 

A agência se considera otimista com os números para o ensino superior. A meta é que se alcance a soma de 15% até 2030. Atualmente, as matrículas nesses países somam 6%. Esse número representa o aumento de 1% se comparado com os anos anteriores (2019-2020) e o dobro para o ano acadêmico 2018-2019 (3%).

Questões de gênero também marcam o acesso de refugiados à educação. Os dados coletados pela ACNUR mostram que os meninos vão melhor que as meninas. Tanto nas matrículas do ensino fundamental, quanto do ensino médio, os meninos tendem a ter um número maior que elas.  

O relatório também traz relatos de experiências de diversos refugiados ao redor do mundo e servem para contextualizar e dar uma cara aos números apresentados. A ACNUR também utilizou dados coletados pelo UIS, o Instituto de Estatísticas da Unesco. 

A presença da tecnologia

Algumas organizações trabalham juntamente com a ACNUR para trazer tecnologia para países onde a instituição opera. Alex Nkurunziza, chefe de estudos da escola primária Groupe Scolaire, em Ruanda, afirma que a escola até recebe muitos materiais didáticos impressos por estarem em uma região rural e de difícil acesso, porém observa que o uso de tablets e tecnologia tem surtido bons efeitos, como o aumento de interesse e da frequência escolar de estudantes. 

Um programa lançado pela Fundação Telefônica em parceria com a Fundação “La Caixa” distribuiu computadores, tablets e projetores, além de disponibilizar uma plataforma de formação para mais de 300 educadores sobre como tirar melhor proveito da tecnologia em suas aulas. Em 2022, o programa se expandiu para países como Nigéria e Zimbábue.  

O relatório pontua que mais de 13 mil crianças foram beneficiadas com o programa, e com a expansão para novos países além de Ruanda espera-se que esse número seja superior a 25 mil estudantes. 

“Educação para todos deve significar exatamente isso: incluindo os refugiados”

Essa frase é do campeão mundial de Fórmula 1 Lewis Hamilton. Em texto publicado no relatório, Hamilton aponta que a educação é uma chave capaz de abrir muitas portas, no entanto nem todos têm acesso à educação de qualidade garantido de forma equitativa. 

“Hoje existem mais de 10 milhões de refugiados em idade escolar em todo o mundo, os jovens que estão perdendo as oportunidades de mudança de vida que a educação pode oferecer. Se eles não fazem parte do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU 4 – garantir uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos – esse objetivo permanecerá não cumprido”, disse. 

O piloto se considera orgulhoso por emprestar sua voz pela causa dos refugiados e acha importante endereçar injustiças e iniquidades no campo da educação para, assim, poder superá-las. 
O relatório está disponível (em inglês) aqui.


TAGS

ensino fundamental, ensino médio, tecnologia

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