Alunos lançam app com mapa de pontos culturais na Baixada Fluminense - PORVIR
Crédito: Oleksiy Mark / Fotolia.com

Diário de Inovações

Alunos lançam app com mapa de pontos culturais na Baixada Fluminense

Professor de jornalismo incentiva estudantes a conhecerem e valorizarem iniciativas culturais de sua região

por Arthur William Santos ilustração relógio 17 de fevereiro de 2016

A Baixada Fluminense tem quatro milhões de habitantes. A população, inclusive os estudantes da região, vai para a capital (Rio de Janeiro) para ter acesso à cultura. Por não conhecerem as iniciativas culturais da Baixada, eu propus aos meus alunos do curso de jornalismo da Universidade Unigranrio que construíssem esse conhecimento.

Primeiro, nós fizemos um mapeamento de pontos culturais nos 13 municípios da região. A sala foi dividida em grupos e cada um ficou responsável por dois municípios. Eu apresentei levantamentos existentes e eles juntaram com o que já conheciam, incluindo os lugares que frequentavam. Cada grupo produziu uma reportagem multimídia com vídeos, fotos e texto de três iniciativas culturais. No final desse processo, eles montaram um mapa e publicaram no WordPress (ferramenta para blogs). O uso dessa plataforma permitiu a colaboração de todos os alunos, enquanto eu comentava o que deveria ser modificado.

Depois de finalizar o mapa, os alunos, em conjunto com os estagiários do laboratório Canal Unigranrio, transformaram o trabalho em um aplicativo para celular, chamado Cultura BF (disponível para aparelhos com sistema operacional Android). Boa parte das pessoas hoje acessa a internet via celular. Então, um trabalho que ficaria restrito às quatro paredes da sala de aula, hoje está acessível para qualquer um (Faça o download aqui).

Quando você coloca o estudante como protagonista, ele vê na prática a importância do trabalho dele

O lançamento do aplicativo ocorreu durante um evento com a presença da secretária do Ministério da Cultura, Ivana Bentes, dezenas de produtores culturais e representantes das prefeituras da região. A presença de diversos agentes culturais, assim como os elogios do Ministério da Cultura, mostrou aos estudantes que o trabalho acadêmico vai muito além da sala de aula; que ele pode servir, como no nosso caso, a um papel social fundamental.

A aceitação do aplicativo e a repercussão entre entes culturais e o poder público ajudou alunos que tinham ressalvas quanto ao projeto. É muito difícil implementar novas metodologias de ensino, porque todos estão acostumados com a metodologia tradicional da aula palestra. Houve essa dificuldade de entender o que estava sendo proposto.

Apesar disso, o projeto foi muito interessante porque os próprios estudantes descobriram a agenda cultural da região. Não adiantava eu chegar na sala de aula e apresentar no power point “essas são as iniciativas culturais da baixada fluminense”. Eles próprios foram construir esse conhecimento e identificar o que é cultura, o que não é e quais tipos de cultura que existem. Isso engaja muito mais do que eu ficar falando 200 horas na frente da turma. Quando você coloca o estudante como protagonista, ele vê na prática a importância do trabalho dele, que é menos a nota no final do período, e muito mais o processo de aprendizagem. Eles ficaram muito surpresos de ver quanta coisa existe ali do lado de suas casas.


Arthur William Santos

Mestre em Educação, Cultura e Comunicação (UERJ), jornalista (PUC-Rio), e professor nos cursos de Publicidade e Jornalismo da Unigranrio (RJ), onde coordena os laboratórios de Comunicação Social. Também é técnico em eletrônica (CEFET-RJ), radialista e tem MBA em TV Digital e Novas Mídias (UFF).

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aplicativos, ensino superior, tecnologia, uso do território

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