Alunos mapeiam bairro para receber turistas na Copa
Estudantes de 11 a 14 anos elaboraram mapa com pontos e informações úteis do Paraíso, em SP
por Marina Lopes 3 de junho de 2014
Junto com a Copa do Mundo que está se aproximando, visitantes de diversos países desembarcarão no Brasil para acompanhar de perto os jogos do evento. Pensando nisso, um grupo de 15 alunos da Escola Santi fez um mapa para orientar turistas que passarão pelo bairro do Paraíso, localizado na zona sul de São Paulo. A proposta é reunir informações relevantes sobre a região, incluindo a localização de estabelecimentos comerciais e meios de transporte, além de telefones úteis e algumas expressões recorrentes do vocabulário que ajudam na comunicação.
Os estudantes, responsáveis pela ideia, fazem parte do projeto Transform+ação, uma iniciativa que pretende empoderar crianças de 11 a 14 anos para realizarem melhorias no seu bairro e no entorno da sua escola. Todas às quartas-feiras, eles participam de encontros para debater os problemas do bairro e encontrar soluções para eles. A ação, que teve início em março desse ano, é coordenada pelo jornalista Caio Dib, criador do Caindo no Brasil – uma empresa de inteligência educacional. (leia matéria no Porvir)
“Se você consegue promover alguma mudança no seu bairro, você pode fazer qualquer coisa”, defendeu Dib. Segundo ele, a proposta de mapear o local para turistas surgiu quando, nas primeiras saídas exploratórias pelo bairro, os estudantes perceberam que nem mesmo os próprios moradores e comerciantes conheciam muito bem a região. A partir disso, eles pensaram em como tornar o Paraíso mais conhecido pelos estrangeiros que irão passar pelo país na época da Copa. “A gente procurou reunir informações de locais que são úteis para os turistas, como hotéis, farmácias, restaurantes, pontos de táxi e bike”, contou.
Todo o projeto é construído pelos estudantes. “A ideia é deles. Eu sou apenas o guia”, pontuou Dib. Para o jornalista e coordenador da ação, ao andar pela cidade é possível fazer uma série de descobertas, que incluem olhar para novos locais e pessoas. “A escola não é a única responsável pelo papel de educar”, ressaltou. Segundo ele, também é possível aprender em outros espaços.
Além de trabalhar a sensibilidade e a forma de olhar para a cidade, o projeto também desenvolve nos alunos uma série de habilidades e competências ligadas à autonomia, responsabilidade e o trabalho em equipe. Esse sentimento de coletividade, gerado pelo projeto, foi expresso pelo aluno Matheus Caruso, 11, quando questionado sobre o que mais aprendeu com tudo isso. “O trabalho em equipe sempre vai dar certo”, afirmou o menino.
Para arrecadar recursos necessários para a elaboração dos folders e posters que serão distribuídos gratuitamente em pontos comerciais do bairro, o projeto foi inscrito em uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. Segundo Dib, além de viabilizar o projeto, a estratégia de captação utilizada é interessante para trabalhar com os alunos noções de planejamento, marketing e comunicação. Eles mesmos tiveram que se responsabilizar pela gravação do vídeo de divulgação da campanha. O projeto bateu a meta prevista de R$ 3.100, porém, a proposta ainda recebe financiamento até o dia 6 de junho. O valor excedente será utilizado para dobrar a quantidade materiais impressos.