Aula maker cria neurônios condutores de energia para demonstrar impulsos nervosos
Em São Paulo (SP), turma de ensino fundamental modelou neurônios e usou circuitos elétricos para entender o funcionamento do sistema nervoso na prática
por Lucia Helena Alves de Souza 29 de janeiro de 2019
A aula maker serviu como estratégia para ensinar os estudantes do oitavo ano do ensino fundamental 2, do Colégio Elvira Brandão, em São Paulo (SP), a observar, compreender, descrever, simular e construir neurônios, capazes de se comunicarem entre si para propagar os impulsos nervosos.
A cada movimento involuntário, como respirar, até a ação voluntária de mexer as mãos depende de um dos sistemas mais complexos do corpo humano: o sistema nervoso. Esse sofisticado mecanismo espalha-se por todas as partes do nosso corpo para coordenar e regular as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema. Parece simples, não é verdade? Agora, como explicar isso na prática?
Como professora, eu acredito na construção do aprendizado baseada no protagonismo do estudante e a troca de experiências. Por isso, eu procuro estimulá-los a produzirem conhecimento e a manifestarem suas opiniões por meio de aulas que norteiam o aprendizado pela experiência, pois é na prática que aprendizado faz mais sentido.
Então, partindo deste princípio fui buscar parceria com os educadores do L@b criativo do colégio em que trabalho para criar uma aula maker. A ideia era oferecer aos estudantes a oportunidade de conhecerem diversas ferramentas e materiais para utilizá-las com a finalidade de criar neurônios capazes de elucidar as regiões de propagação dos impulsos nervosos.
Inicialmente, solicitei que a turma se dividissem em grupos e concedi a eles uma receita de massinha condutiva, feita com ingredientes simples para iniciar a modelagem do neurônio, respeitando a sua anatomia. Ao final desta etapa, fomos para o L@b Criativo para conhecer e aplicar alguns conceitos de circuito elétrico, com mediação do “guru” que usou o currículo de física para explanar o assunto com muita mão na massa.
Para finalizar o trabalhos cada grupo modelou seus neurônios e elucidaram por meio de circuitos elétricos com LED, as regiões de sinapses e de propagação dos impulsos nervosos.
Neste processo, eu percebi o quanto as crianças se empolgam com aulas que envolvem a cultura maker. Uma aula como esta, permite que eles aprendam a planejar, executar, trabalhar em equipe e lidar com as frustrações. Afinal, os erros fazem parte do processo criativo no qual eles estavam envolvidos.
Lucia Helena Alves de Souza
Licenciatura plena em ciências biológicas e matemática .Pós graduação em psicopedagogia, atuando na área da educação nos anos finais do ensino fundamental há 30 anos.