Caminhão maker viaja o país em uma expedição de aprendizagem
Durante três meses, o laboratório sobre rodas levará oficinas de programação, robótica e atividades mão na massa para crianças, adolescentes e professores
por Marina Lopes 5 de maio de 2016
Já imaginou como seria um laboratório criativo sobre rodas? Com a proposta de levar experiências de aprendizagem mão na massa para vilas remotas e periferias das grandes cidades, um caminhão maker irá percorrer o país desenvolvendo oficinas de programação, robótica e atividades que incentivam a solução de desafios locais.
Equipado com impressora 3D, cortadora a laser, computadores e diversas ferramentas, o veículo irá passar por 14 cidades brasileiras durante três meses. Do Sudeste ao Norte do país, no roteiro estão alguns locais como São Carlos (SP), Belém (PA), Sobral (CE), Caraíva (BA) e Itabira (MG).
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A viagem, que começa no dia 13 de junho e segue até 28 de agosto, está sendo organizada pela empresa de educação MundoMaker, que promove a alfabetização digital por meio de projetos. “Tudo que a gente faz está baseado no fazer. A gente raramente explica alguma coisa antes de colocar a mão na massa”, explica o empreendedor e educador Fábio Zsigmond, sócio-fundador do Mundo Maker.
A ideia da expedição surgiu a partir de um convite para participar do IDDS (International Design Development Summit) Amazon, um evento que será realizado pelo MIT (Massachusets Institute of Technology), nos dias 4 a 17 de julho, em Belém (PA). Com a proposta de se juntar a outros 40 participantes de todo o mundo para usar o design e a permacultura na solução de desafios locais, a equipe do Mundo Maker decidiu aproveitar a viagem para espalhar a cultura maker por diferentes cidade do país.
“A ideia principal da expedição é impactar essas comunidades de uma maneira que não seja só passageira, mas perene. Que ao longo do tempo elas ainda possam produzir resultados e continuar com esse tipo de pensamento”, destaca Amanda Matta, assistente de planejamento logístico da expedição.
Durante a viagem serão realizadas oficinas com crianças, adolescentes e professores. Unindo equipamentos digitais e ferramentas tradicionais, como alicate, martelo e pregos, os participantes serão estimulados a colocar a mão na massa em atividades que podem envolver desde a criação de instrumentos musicais ou jogos, até invenções que sejam úteis para cada local. “Vamos supor que em Tocantins tem pouca luz nas escolas, então vamos fazer uma oficina onde tem luz. Ou é super quente em Belém, então vamos fazer ventiladores”, exemplifica Rita Croce, coordenadora do projeto.
Como uma maneira de incentivar que os locais visitados pela expedição possam continuar as atividades depois, também serão fornecidos kits para as escolas, incluindo alguns materiais como papelão, fitas, motores e leds. De acordo com Zsigmond, a proposta é que eles representem apenas os primeiros passos para que as instituições continuem trabalhando com outros recursos acessíveis. “No Brasil, a gente acha que isso é muito desejável. A maioria dos espaços de aprendizagem não têm tantos recursos. Vamos mostrar para o professor que tem um jeito diferente de fazer e tem recurso acessível para ele”, afirma.
Para viabilizar a compra de materiais, despesas de estadia e alimentação de monitores e outros detalhes logísticos, o projeto recorreu a uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. A meta é levantar R$ 31.600 até o dia 14 de maio. Os apoiadores podem contribuir valores a partir de R$ 30 pelo site.
Veja como é a preparação do caminhão maker para uma oficina: