Cérebro de adolescente 'desliga' a voz da mãe - PORVIR

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Cérebro de adolescente ‘desliga’ a voz da mãe

por Redação ilustração relógio 3 de maio de 2022

Quando seus adolescentes parecem não ouvir o que a mãe diz, isso não acontece só porque eles não querem limpar o quarto ou terminar a lição de casa. Existe um motivo biológico: seus cérebros não estão registrando a voz como na pré-adolescência.

Por volta dos 13 anos, o cérebro das crianças não identifica mais as vozes de suas mães como única fonte de recompensa, e passa a se conectar mais com vozes desconhecidas. Esse achado faz parte de um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que foi publicado no Journal of Neuroscience no último dia 28 de abril.

A pesquisa usou exames de ressonância magnética do cérebro para dar a primeira explicação neurobiológica detalhada de como os adolescentes começam a se separar de seus pais.

“Assim como uma criança sabe sintonizar a voz de sua mãe, um adolescente sabe sintonizar novas vozes”, disse Daniel Abrams, o principal autor do estudo e professor clínico associado de psiquiatria e ciências comportamentais. “Quando adolescente, você não sabe por que age desta forma. Você está apenas sendo você: você tem seus amigos, novos companheiros e quer passar tempo com eles. Sua mente está cada vez mais sensível e atraída por essas vozes desconhecidas.”

De certa forma, o cérebro dos adolescentes é mais receptivos a todas as vozes – incluindo as de suas mães – do que os cérebros de crianças menores de 12 anos, descobriram os pesquisadores. Isso justificaria também o aumento do interesse dos adolescentes em muitos tipos de sinais sociais.

No entanto, no cérebro de adolescentes, os circuitos de recompensa e os centros cerebrais que priorizam estímulos importantes são mais ativados por vozes desconhecidas do que pelas de suas mães. A mudança do cérebro para novas vozes é um aspecto da maturação saudável, avaliam os pesquisadores.

“Uma criança se torna independente em algum momento, e isso tem que ser precipitado por um sinal biológico subjacente”, disseram os autores do estudo, Vinod Menon, Rachael L. e Walter F. Nichols, professor e professor de psiquiatria e ciências comportamentais. “Isso é o que descobrimos: este é um sinal que ajuda os adolescentes a se envolverem com o mundo e a formar conexões que lhes permitem ser socialmente adeptos fora de suas famílias”.


Leia a matéria original em Stanford News Center

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neurociência

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