Cidade virtual vira sala de aula para aprender de tudo
Game Educity permite que o jogador faça construções, frequente a escola e tenha uma carreira, enquanto adquire diferentes conhecimentos
por Marina Lopes 5 de fevereiro de 2016
Estudar, trabalhar, poupar dinheiro e montar sua casa. Nada muito diferente do que acontece no mundo real, exceto pelo fato que tudo isso ocorre dentro de uma cidade virtual. Com a proposta de tornar o aprendizado mais divertido e engajador, a startup brasileira Educity Labs desenvolveu um game educativo que simula a vida e permite ao jogador fazer diferentes escolhas, como ter uma grande carreira, abrir o seu próprio negócio ou se tornar um investidor. Tudo isso com opções para jogar nos modos realidade virtual e aumentada.
Inspirado nos modelos do Jogo da Vida e The Sims, a ideia de desenvolver o game surgiu durante o Startup Weekend Fintech 2014, evento de empreendedorismo e tecnologia voltado para finanças. Durante a primeira edição do evento, realizado em São Paulo, os participantes tinham até 54 horas para solucionar um problema do mercado financeiro. Ao considerar a quantidade de pessoas endividadas porque não sabiam gerir suas finanças, o empreendedor Lucas Moraes, 20, e seus colegas pensaram em criar um game de educação financeira que simula a vida real.
Inicialmente, o projeto era focado apenas em poupar dinheiro, planejar gastos e usar serviços financeiros de forma inteligente. Porém, quando a equipe começou a desenvolver o game, notou que também será possível ensinar qualquer tipo de conteúdo dentro da cidade virtual. “Percebemos que Educity não era um game de educação financeira, mas uma plataforma que reúne jogos educativos. Nós desenvolvemos, hospedamos e rodamos games na nuvem”, conta Moraes, que deixou a faculdade de administração para aprender no universo das startups.
O jogo permite ao usuário optar por diferentes tipos de cidades, que refletem escolhas como trabalhar em uma empresa, empreender ou até mesmo investir. O jogador controla um personagem que passeia pelo ambiente virtual. Dentro do cenário, cada prédio funciona como uma espécie de mini-game para aprender conteúdos diferentes, que variam de acordo com o perfil, interesse e nível do usuário dentro da cidade.
A proposta é que o Educity tenha um cardápio de games educativos variados, para qualquer idade, com prédios e opções para aprender programação, negócios ou até mesmo disciplinas como português e matemática. É possível entrar no banco para aprender a investir, visitar o prédio de uma empresa para fazer um programa de educação coorporativa ou entrar na escola para ter aulas e testar os conhecimentos.
Para ter uma experiência imersiva, o game pode ser jogado nos modos realidade virtual e aumentada. No primeiro caso, basta ter um óculos de realidade virtual que usa smartphones como tela. “Realidade virtual é o futuro. É uma tendência que já temos acompanhado há alguma tempo. Acreditamos que a educação é um mercado ainda vai dominar a maioria dos investimentos na área”, diz.
De acordo com o empreendedor, neste momento estão sendo feitos testes e conversas com escolas para aprimorar o game, acrescentando conteúdos que possam ser utilizados para mudar a forma como o professor ensina em sala de aula. “Acreditamos que o professor não pode apenas transmitir conteúdos. Ele precisa usar as suas habilidades para acompanhar desempenho, focar em defasagem e analisar”, defende.
O Educity ainda está em fase final de desenvolvimento e deve ser lançado em até julho deste ano. Ele estará disponível para Android, iOS, Windows Phone e PC, permitindo que os usuários façam um cadastro gratuito. Para organizações e escolas será cobrado o desenvolvimento e hospedagem dos mini-games educativos.