Curso de autoconhecimento ajuda jovens a tomar decisões
Programa imersivo de seis meses envolve viagens nacionais, uma internacional, workshops e mentoria individual
por Fernanda Kalena 16 de setembro de 2014
Durante a vida, os momentos de transição, como a fase após colégio e antes da faculdade, ou mesmo, após o fim da graduação, são difíceis e decisivos. Para ajudar jovens que estão enfrentando esse desafio e buscando um caminho pessoal e profissional, um grupo de amigos teve a ideia de criar o GPX (Globlal Project Experience), um curso informal de aprendizado experimental e imersivo.
O programa foi desenhado para que jovens de 18 a 24 anos vivenciem, ao longo de um semestre, novos conteúdos, conhecimentos e oportunidades que os preparem para suas futuras escolhas.
O nome GPX veio da ideia de GPS (Global Positioning System, ou Sistema de Posicionamento Global, em tradução livre). “A missão é nortear, orientar, apontar caminhos e possibilidades que condigam com o trajeto que as pessoas queiram traçar a partir de suas experiências e habilidades”, conta Daphne Baroukh, uma das criadoras do programa.
Durante os seis meses, os jovens passarão por sete etapas de desenvolvimento, que foram construídas com base na Teoria U, uma técnica de desenvolvimento de capacidades de liderança, de processos de mudanças e de aprendizado coletivo. Assim, o programa começa com uma viagem nacional de abertura, que tem como foco alinhar as expectativas do que o grupo e o curso podem realizar juntos. A segunda fase é um intensivo coletivo para absorção de conteúdo, de acordo com Baroukh. Serão realizados workshops, palestras, visitas a empresas e startups. Nessa etapa, todos os participantes vão morar juntos em uma casa, em São Paulo.
Em seguida, é o momento da imersão social. Os jovens serão levados a alguma comunidade com o intuito de se integrarem a algum projeto de cunho social para participarem do desenvolvimento de soluções criativas para desafios levantados em conjunto entre eles e integrantes dessa comunidade. “É o momento de entender a realidade do outro, de como eles podem usar o que estão aprendendo, suas habilidades e aptidões em prol do outro e da sociedade. Ainda não definimos, mas entre as opções temos uma comunidade kilombola, uma indígena ou mesmo uma pequena cidade”, explica Baroukh.
A quarta etapa, chamada de check-point, é para cada um compartilhar com o grupo os aprendizados e experiências das fases anteriores. É um momento mais introspectivo, de conscientização do processo. “É quando vão exercitar a vontade de correr atrás de alguma coisa, de aprofundar seus interesses e se preparar para o que eles querem fazer em seguida”, afirma a criadora do programa. Isso porque, a próxima etapa é a viagem de expansão, e não é pré-definida, vai acontecer de acordo com o interesse, objetivo e planejamento de cada participante.
Essa viagem é uma experiência internacional de seis semanas. Como durante todo o programa os participantes são acompanhados individualmente por um coach, essa é a pessoa que lhes ajudará a definir o que será feito no exterior. Pode ser um curso de especialização, uma experiência profissional, uma viagem cultural que abra novos horizontes, ou mesmo tudo isso junto.
A sexta fase é a de projetos, para começar a compilar as vivencias e consolidar o que foi desenvolvido ao longo do programa. Com o auxílio do coach, cada um desenha seus próximos passos e ações para depois de encerrado o curso. Por fim, um último encontro de encerramento, chamado de Graduation Weekend, onde durante três dias os participantes vão apresentar e compartilhar seus projetos, ideias e planos.
Para Daphne Baroukh, é importante que os jovens se conheçam, para que tenham autonomia e consigam encarar desafios. “Hoje em dia vemos pela dinâmica e rapidez das transformações do mercado e do mundo que é essencial para os jovens saberem identificar suas habilidades, desenvolverem coisas novas e estarem aberto a mudanças”.
O curso tem previsão de iniciar em fevereiro de 2015 e não tem prazo para inscrições. O investimento pode ser parcelado em sete vezes de R$ 3.450. A única atividade não inclusa no programa é a internacional. Gastos pessoais também não estão calculados.