Daniel Goleman identifica o papel da inteligência emocional na educação - PORVIR
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Daniel Goleman identifica o papel da inteligência emocional na educação

Escritor e jornalista defende que a inteligência emocional é tão importante quanto o QI e influencia na carreira dos estudantes

por Ruam Oliveira ilustração relógio 20 de junho de 2024

Priorizar a inteligência emocional é tão vital quanto desenvolver lado acadêmico, e essas competências também desempenham um papel decisivo ao longo da vida dos estudantes, afirma o jornalista norte-americano Daniel Goleman. 

Goleman acredita que a capacidade de utilizar habilidades como autogerenciamento, consciência social e relacionamento interpessoal é fundamental para uma trajetória bem-sucedida. Essas habilidades são essenciais em diversos contextos, seja um líder escolar com professores ou professores com alunos.

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Durante palestra no ArcoDay, evento promovido pela Arco Educação, em São Paulo (SP), nesta terça (18) e quarta-feira (19), o autor do best-seller “Inteligência Emocional” (Objetiva, 384 páginas) destacou que o gerenciamento dessas emoções é também essencial e vale a reflexão.  

“E eu acho que a inteligência emocional só vai fortalecer essa tendência, porque as relações interpessoais, como as de professor para aluno, aluno para professor ou líder escolar para professores, são exatamente o que se precisa de uma pessoa”, afirmou. 

Daniel destacou que muitas pesquisas confirmam que uma inteligência emocional desenvolvida aumenta o desempenho, tanto na escola quanto no trabalho. “Embora as habilidades cognitivas sejam essenciais nos anos acadêmicos, é a inteligência emocional que se torna crucial para o sucesso na vida adulta”, afirmou Goleman. 

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“Embora as habilidades cognitivas sejam essenciais nos anos acadêmicos, é a inteligência emocional que se torna crucial para o sucesso na vida adulta”, afirmou Goleman. “A IE permite que as pessoas lidem com suas emoções, construam relacionamentos saudáveis e tomem decisões assertivas, habilidades cada vez mais demandadas no mercado de trabalho e na vida pessoal.” 

Pessoas emocionalmente bem-desenvolvidas, que conseguem gerenciar suas próprias emoções de forma equilibrada, tendem a se engajar mais em seus projetos, não apenas gostando do que fazem, mas também em termos de satisfação e produtividade. “Isso é interessante para quem possui escolas: quanto mais engajadas as pessoas que trabalham lá, mais rentável a escola tende a ser. Está correlacionado com a satisfação dos funcionários e com uma menor rotatividade, já que poucas pessoas pedem demissão se tiverem alta inteligência emocional”, comentou Goleman para uma plateia majoritariamente composta por lideranças escolares.

QI x inteligência emocional

Goleman considera polêmico, principalmente no ambiente escolar, mas igualmente importante abordar as diferenças entre esses dois aspectos da mente humana.

“A diferença entre QI e inteligência emocional é como dia e noite. O QI é fixo, você nasce com um certo coeficiente e ele não muda muito ao longo da vida. No entanto, – e essa é a parte mais difícil de entender para os acadêmicos – o QI prevê muito bem o seu desempenho escolar”, explicou.

O jornalista apontou que isso pode ser “herético” dentro do ambiente escolar, porque o QI influencia na obtenção de um diploma, na realização de um mestrado ou em um curso específico. Contudo, ele não é capaz de prever a progressão na trajetória profissional do aluno. 

“Uma vez nessa carreira, no entanto, algo bem diferente acontece. O QI se torna um limite de habilidade. Todos precisam de um certo nível dele para entrar naquela profissão, mas uma vez dentro, se destacar e se tornar um líder excepcional depende mais da inteligência emocional do que do QI”, disse.

Atenção: habilidade fundamental para o aprendizado

O autor destacou a importância da atenção como uma habilidade cognitiva crucial para o aprendizado. “A capacidade de focar e manter a atenção é essencial para absorver informações, processar conhecimentos e resolver problemas”, disse Goleman. 

“É preocupante que o transtorno de déficit de atenção seja frequentemente tratado apenas com medicamentos, sem que haja um esforço para desenvolver a capacidade de atenção das crianças através de métodos educativos adequados”, pontuou.


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competências para o século 21, socioemocionais, tecnologia

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