Novo jogo pedagógico inspira narrativas sobre a Amazônia nas escolas - PORVIR
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Inovações em Educação

Novo jogo pedagógico inspira narrativas sobre a Amazônia nas escolas

Jogo Dixit Amazônias é um convite à imaginação, à escuta e à valorização dos saberes da floresta

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 13 de novembro de 2025

Na Amazônia, as histórias não estão apenas nos grandes rios e nas florestas. Elas também vivem nas cores e nos traços de artistas talentosos.

Agora, essa riqueza cultural e visual tem a chance de visitar salas de aula por meio do jogo Dixit Amazônias (acesse aqui), que convida professores e estudantes a transformarem a aprendizagem em uma aventura leve e criativa, em sintonia com o espírito da COP-30 – 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Belém (PA). O jogo foi lançado nesta quinta-feira (13), durante o evento, fortalecendo a presença da região no centro do debate climático global.

Inspirado pela diversidade cultural e pela força simbólica da floresta, o Dixit Amazônias é um jogo de cartas ilustradas por artistas locais, que estimula a imaginação e cria uma experiência lúdica capaz de permitir que estudantes contem e recontem as múltiplas realidades e identidades da Amazônia, valorizando seus saberes, culturas e modos de vida.

Além da versão online, exemplares impressos do jogo serão enviados pela presidência da COP às delegações internacionais, ampliando a visibilidade da iniciativa. Oito mil kits vão chegar a redes de sete estados da Amazônia Legal.

📍Acesse a plataforma, baixe as cartas, conheça os artistas da Amazônia e comece sua jornada pedagógica!

O Dixit Amazônia integra a plataforma Itinerários Amazônicos, movimento que busca fortalecer práticas pedagógicas conectadas à cultura, à biodiversidade e aos saberes da região e já alcançou mais de 44 mil educadores.

“O Itinerários Amazônicos já mostrou sua potência em engajar estudantes, conectando conhecimento, saberes locais e território. Agora, o Dixit Amazônias abre mais uma possibilidade ao estimular a criatividade e o protagonismo juvenil para discutir a complexidade da região”, declara Paulo Andrade, presidente do Instituto iungo. “Dessa forma, transformamos o conhecimento em ação, com as juventudes contando suas próprias histórias, contribuindo concretamente para promover a sustentabilidade de suas comunidades e construindo projetos transformadores junto com seus professores”, complementa.

O Porvir é parceiro técnico do projeto Itinerários Amazônicos, tendo prestado assessoria para arquitetura da informação e realizado a produção executiva da plataforma digital, onde estão disponíveis gratuitamente materiais pedagógicos sobre temas amazônicos, como mudanças climáticas, questões sociais e econômicas da Amazônia, de maneira articulada com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e os currículos estaduais de ensino médio.

📍Participe das jornadas de webinários do Porvir sobre Cop 30 e educação

História do jogo
Dixit é um jogo de cartas criado em 2008, na França, pelo designer Jean-Louis Roubira. O nome, que em latim significa “disse”, reflete a essência do jogo: a força das palavras e das interpretações. Reconhecido mundialmente por suas ilustrações poéticas, o Dixit estimula a imaginação, o diálogo e a escuta sensível, convidando os participantes a criar e interpretar histórias a partir de imagens abertas a múltiplos sentidos.

Como funciona o jogo Dixit Amazônias

Para orientar o uso do jogo em sala de aula, o Instituto iungo desenvolveu o material ‘Cartadas Pedagógicas’, que traz sugestões de atividades que integram as cartas do Dixit Amazônias aos materiais e trilhas de aprendizagem do programa Itinerários Amazônicos. O recurso tem o objetivo de apoiar os professores na criação de situações de aprendizagem que estimulem a construção de narrativas, a colaboração e o protagonismo dos estudantes a partir de temas da região.

Confira as principais orientações:

1. Preparação e início (organizando as equipes)

Organize a turma em cinco equipes. Cada equipe jogará como um “jogador” único, incentivando a discussão interna e o trabalho colaborativo. As 10 cartas são dispostas e numeradas na mesa para que todos as vejam. O jogo acontece em rodadas, e a cada rodada, uma equipe assume o papel de Grupo Narrador. Este grupo sorteia secretamente o número de uma carta. O desafio, agora, é que o Narrador crie uma história inspirada na imagem sorteada e a conte para a turma.

2. A dinâmica da interpretação (o voto dos colegas)

O objetivo dos demais grupos é decifrar a pista. Eles precisam ouvir a história contada pelo Grupo Narrador e, em seguida, votar na carta que acreditam ser a correta. É importante dar um tempo breve para que cada equipe discuta e combine seu voto. Após a votação, o Grupo Narrador revela a carta real. Este momento é ideal para debater como a história se conecta com a imagem e por que as equipes votaram em cartas diferentes, trabalhando a diversidade de interpretações.

3. Pontuação (exercício da criatividade)

A pontuação é a parte principal do jogo e depende do equilíbrio na comunicação. O Grupo Narrador só pontua se sua história for sugestiva, mas não óbvia.

  • Se todos ou ninguém acertar a carta do Grupo Narrador: O Grupo Narrador falhou no equilíbrio e não pontua. Os outros grupos ganham 2 pontos.
  • Se alguns grupos (mas não todos) acertarem: O Grupo Narrador e quem acertou ganham 3 pontos. Sucesso na comunicação!

A sugestão é realizar, no mínimo, cinco rodadas para que todas as equipes tenham a oportunidade de vivenciar o papel desafiador do Grupo Narrador.

Os artistas que dão vida às cartas ao Dixit Amazônias

O Dixit Amazônias apresenta um painel de cinco artistas visuais de diferentes regiões da Amazônia, cujas obras refletem as culturas, a ancestralidade e o imaginário nortista:

  • Yan Bentes (Juriti – PA): ilustrador paraense com foco na arte do Norte do país. Conhecido pelas parcerias literárias com Jan Santos, como nas obras premiadas “O Livro do Rio: Iguaraguá” e “Rudá: Filho da terra e das estrelas”. Também atua em design de identidade visual para grandes eventos culturais da Amazônia.
  • Hadna Abreu (Manaus – AM): artista visual atuante em Manaus desde 2009. Suas áreas de especialização incluem aquarela, ilustrações para livros, arte urbana e escultura. Recentemente, assumiu a curadoria da galeria Manart.
  • Renata Segtowick (Belém – PA): artista visual e designer que explora o feminino, o místico e o fantástico na ancestralidade amazônica, utilizando técnicas como muralismo, acrílica e digital. É co-curadora de projetos como “Visagentas” e “Tarô Amazônida”, além de trabalhar com grandes organizações
  • Winny Tapajós (Palmas – TO): indígena da etnia Tapajó, designer de estamparia e ilustradora, nascida no Pará e residente em Tocantins. Sua arte integra referências nortistas, utilizando conhecimentos em fotografia, costura, artesanato e design gráfico.
  • Caio Aguiar (Bonikta) (Ourém – PA): artista independente, pesquisador e produtor cultural que utiliza o universo das “Boniktas” para criar narrativas visuais. Seu trabalho é inspirado no imaginário ribeirinho e ancestral, transitando entre grafite, muralismo, tatuagem e fotografia.

TAGS

COP30, educação ambiental, jogos, meio ambiente

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