Educação Integral – Papel de gestores e coordenadores pedagógicos
por Redação 30 de setembro de 2013
A sexta edição da Série de Diálogos O Futuro se Aprende reuniu especialistas para compartilhar práticas e visões sobre a Educação Integral. Promovido pelo Inspirare/Porvir, Instituto Natura e Centro de Referências em Educação Integral, o encontro gerou recomendações para secretarias, escolas e comunidade sobre os diferentes aspectos que envolvem a educação integral. Neste primeiro post, estão destacadas ideias sobre o papel dos gestores e coordenadores pedagógicos.
Papel de gestores e coordenadores pedagógicos
Uma escola só consegue implementar a educação integral de forma adequada quando a proposta tem o total comprometimento da equipe gestora. Diretores e coordenadores pedagógicos devem assumir a responsabilidade de orientar e liderar os processos de gestão, mobilização e articulação necessários à plena realização do programa.
Cabe à equipe gestora:
Informação: assegurar que toda comunidade escolar tenha uma visão clara e compartilhada do que é e como acontece a educação integral, a partir das diretrizes oferecidas por sua rede.
Mobilização: convocar a comunidade escolar para aderir com convicção e entusiasmo ao programa, por meio de oficinas com alunos, encontros formativos com professores, ações de comunicação com famílias, reuniões com diferentes representações da comunidade.
Adesão: negociar com a rede para que professores que não desejem participar do programa sejam transferidos para outras escolas e aqueles que aderirem trabalhem em regime integral (40 horas).
Diretrizes: liderar um processo coletivo de reformulação do projeto político pedagógico da escola à luz da educação integral, gerando um documento coerente e factível – com metas concretas e definição de responsáveis –, que contemple as expectativas (os sonhos) da comunidade escolar.
Pactuação: assegurar que todos os atores da comunidade escolar estejam comprometidos com o novo projeto político pedagógico e tenham clareza sobre seus novos papéis.
Autonomia: criar comissões de trabalho na escola que se responsabilizem pelas diversas áreas da educação integral (atividades pedagógicas, articulação com a comunidade, comunicação e mobilização, infraestrutura, monitoramento e avaliação etc.)
Democracia: oferecer canais de escuta e participação, garantindo que professores, funcionários, familiares e estudante possam opinar sobre a proposta pedagógica e a gestão da escola, de forma que compartilhem sonhos, desejos e responsabilidades.
Transparência: compartilhar dificuldades, convocar a comunidade escolar para ajudar a resolvê-las e disponibilizar planilhas orçamentárias para que todos possam opinar e repensar os investimentos conjuntamente com a direção.
Acompanhamento: criar mecanismos para monitoramento permanente do programa de educação integral, a fim de que os envolvidos possam identificar as necessidades de mudança e celebrar os avanços alcançados.
Avaliação: construir coletivamente indicadores de qualidade e progresso do programa e indicadores de aprendizagem para todas as ações educativas, inclusive atividades complementares.
Assista também ao vídeo com a palestra de Bárbara Portilho, do Ginásio Experimental Carioca Rivadavia Corrêa (RJ):
Comunicação: divulgar ações e resultados para orientar e motivar todos os envolvidos.
Integralidade: assegurar que o novo projeto político pedagógico supere a separação entre turno e contraturno, promovendo a integração entre disciplinas tradicionais e atividades complementares (oficinas, trilhas, disciplinas optativas), bem como entre professores e oficineiros da comunidade.
Inovação: criar oportunidades para que a comunidade escolar possa ter acesso a novas referências e identificar e/ou gerar soluções para as novas demandas geradas pelo programa de educação integral.
Infraestrutura: garantir as condições físicas necessárias para a realização das atividades de educação integral, otimizando recursos da escola, da rede e de parceiros externos.
Engajamento: integrar a escola ao seu entorno, participando da vida da comunidade e envolvendo-a em todas as etapas do programa de educação integral.
Parcerias: mobilizar o apoio de diferentes setores da comunidade – empresas, organizações da sociedade civil, serviços públicos, lideranças, moradores, familiares, artistas, entre outros -, de forma a ampliar os espaços e agentes da aprendizagem.
Educador comunitário: designar um educador da escola para articular oficineiros, parceiros, comunidade e professores, a fim de que criem um cardápio de oportunidades educativas que integrem o território ao currículo e ao projeto político pedagógico da escola.
Formação: promover ações sistemáticas de formação em educação integral para professores, oficineiros, parceiros da comunidade, entre outros agentes da educação integral.
Trilhas: disponibilizar horários de planejamento, apoiar e empoderar professores para que construam roteiros educativos que integrem disciplinas tradicionais e atividades complementares, saberes acadêmicos e populares, de forma a promover o desenvolvimento integral dos alunos.
Confira a sistematização completa das propostas para este tema no portal do Centro de Referências em Educação Integral.