Empreendedor em educação é o que mais demanda mentoria e apoio em comunicação - PORVIR
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Inovações em Educação

Empreendedor em educação é o que mais demanda mentoria e apoio em comunicação

Veja destaques do 2º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental realizado pela Pipe.Social

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 27 de março de 2019

Investimento para deslanchar a empresa nunca é demais, mas o 2º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental, promovido pela vitrine de negócios Pipe.Social, mostra que o empreendedor em educação também busca aporte de conhecimento. Quem tem como foco no ensino-aprendizagem manifesta maior necessidade de mentoria e o apoio em comunicação do que os que atuam nas cinco outras áreas do estudo – saúde, serviços financeiros, cidadania, cidades e tecnologias verdes.

Durante cinco meses, as pesquisadoras Livia Hollerbach e Mariana Fonseca analisaram o ecossistema nacional e reuniram 1.002 negócios de impacto. Assim como na primeira edição, em 2017, a nova rodada conta com análises qualitativas e quantitativas, sendo estruturada para detectar os desafios, as percepções e as oportunidades desse novo setor da economia, conhecido como 2.5.

“Nas análises conduzidas na Pipe.Social, um discurso presente entre empreendedores de todo o Brasil é a demanda pelo dinheiro aplicado, ou seja, um investimento que venha com conhecimento e apoio técnico ao negócio. O empreendedor precisa de dinheiro, mas demanda ainda mais de orientação e mentoria para navegar o custo Brasil de empreender, por exemplo”, afirma Livia Hollerbach, cofundadora da Pipe.Social e coordenadora do Mapa (clique para baixar).

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Mariana Fonseca e Livia Hollerbach, da Pipe.Social Divulgação

Mariana Fonseca e Livia Hollerbach, da Pipe.Social

Segmentação por área de atuação e localização

Entre os setores mapeados, 46% dos negócios contam com soluções de tecnologia verde; 43% cidadania; 36% educação; 26% saúde; 23% serviços financeiros; e 23% cidades. Dos mais de mil negócios de pesquisados, 62% estão no Sudeste – 38% deles em São Paulo –; 14% no Sul; 11% no Nordeste; 7% na região Norte; 5% no Centro-Oeste.

Perfil dos empreendedores

Analisando o perfil do principal fundador dos negócios pesquisados vemos que 66% são homens e 34% mulheres; são predominantemente brancos (66%), têm entre 30 e 44 anos (53%). Dentre as seis categorias do estudo, a presença de mulheres é maior nos negócios relacionados à cidadania (36% têm apenas mulheres ou mais mulheres) e educação (37%).

Detalhamento da educação

Em comparação com o estudo de 2017, a fatia da educação diminuiu dois pontos percentuais, para 36%. O estudo recebeu respostas de todos os segmentos de educação, da primeira infância ao ensino superior, atuando com pais, alunos, professores, gestores e governo.

A maior parte dos 366 negócios relacionados à área de educação está na região Sudeste (69%), possui uma equipe de 2 a 5 pessoas (53%), tem de 2 a 5 anos de existência (38%) e está formalizado (76%).  Enquanto 37% não faturam, 5% estão faturando acima de R$ 2,1 milhões e 2% de R$ 1,1 milhão a R$ 2 milhões.

Demorar para começar a gerar receita tem a ver com a própria jornada empreendedora, que demanda a superação alguns estágios até que o produto se prove viável. Na escala que passa por ideia/validação da ideia, protótipo/piloto, MVP (sigla em inglês para produto mínimo viável), organização, tração e pré-escala/escala, os negócios de educação estão bastante espalhados. Os três momentos mais mencionados são ideia (18%), de organização e pré-escala/escala (19%).

Quando perguntados se estão captando dinheiro, 79% dos empreendedores dizem que sim. Destes, a maior parte (38%) está em busca de R$ 100 mil para desenvolver suas soluções. O questionário também perguntou: O negócio passou por aceleração? 52% dizem que não, mas em algum momento já tiveram interesse.

Casos

Para ilustrar a parte quantitativa, o estudo traz o depoimento e raio X de alguns negócios em educação, como é o caso da AED Tecnologia, que desenvolve a Biblioteca Acessível, solução de conteúdo em áudio e braile. Com sede em Fortaleza (CE), a empresa enfrenta dificuldade em conseguir investidores por estar fora do eixo sul-sudeste.

Outra que trata de educação, a Speck, de Belo Horizonte (MG), está em fase de pré-escala e usa a inteligência artificial para personalizar o ensino. A tecnologia de inteligência artificial, aliás, é mencionada por 44% dos negócios de educação, índice maior do que em qualquer categoria pesquisada. Por isso, a Pipe.Social ressalta que esse fenômeno “expressa mais um desejo dos empreendedores de usar inteligência artificial do que uma realidade de desenvolvimento avançado das soluções, já́ que a maioria da base mapeada está nos estágios iniciais da jornada”.

Já a plataforma de comunicação e engajamento em ambientes educacionais Agenda Edu está em fase de escala, a última na jornada do empreendedor. Conta com investimento de fundações, fundos, bancos, incubadoras e aceleradoras. No entanto, ainda não realizou medição formal de impacto, apesar de reconhecer a importância desse mecanismo para o futuro do negócio.


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empreendedorismo, negócios de impacto social

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