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Escola em SP usa laboratório para tornar reforço divertido

Em Diadema, jogos, vídeos e simuladores despertam o interesse dos alunos e ajudam na recuperação de português e matemática

por Marina Lopes ilustração relógio 24 de agosto de 2015

Em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, a aula de reforço ganhou um novo significado para os alunos da Escola Estadual Orígenes Lessa. Se antes a recuperação era motivo de chateação, agora eles aprendem brincando com jogos, vídeos, simuladores e outros recursos digitais. Desde o ano passado, quando começaram a usar a plataforma Currículo + (versão da Escola Digital personalizada para Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), o laboratório de informática se transformou em um dos espaços mais disputados da escola.

Na escola é difícil encontrar um momento em que a sala de informática esteja vazia. Durante o período que fica aberta, das 7h às 23 horas, sempre tem um estudante navegando pelos sites ou fazendo atividades para completar a sua missão no Aventuras do Currículo+. O programa de reforço da rede estadual usa objetos digitais de aprendizagem presentes na plataforma para trabalhar conteúdos de português e matemática com as turmas dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio. “Eles pedem para utilizar a sala, inclusive, fora do horário de aula”, conta a diretora Angela Henriques.

Em todo o colégio existem 12 turmas de reforço que foram organizadas de acordo com o desempenho dos alunos em provas bimestrais e avaliações diagnósticas aplicadas no início do ano. Os alunos que apresentam maiores dificuldades são encaminhados para as atividades no laboratório. No Aventuras do Currículo +, conteúdos de matemática e português são panos de fundo em uma narrativa que propõe o desafio de salvar o planeta de uma invasão alienígena.

Um dos aventureiros é o aluno do sexto ano Guilherme Gomes, 12, que estava com muita dificuldade para entender como funciona o plural e entrou na atividade de reforço achando que seria chato, mas se surpreendeu: “Nesse período eu aprendi muita coisa. Antes, quando eu estava na sala, não conseguia aprender quase nada. Com a ajuda dos professores, jogos, imagens e vídeos, percebo que estou aprendendo a cada dia”, avalia o menino, que já conseguiu completar sua missão no Aventuras do Currículo+.

Durante as atividades no laboratório, os professores estão sempre por perto, atentos ao surgimento de qualquer dúvida. “Nós direcionamos o aluno conforme a dificuldade dele”, explica a professora de português Ana Paula Rezende, que acompanha algumas turmas de reforço. Segundo ela, o trabalho no laboratório permite que o professor dê uma atenção exclusiva para o seus alunos, além de conseguir ilustrar melhor os conteúdos. “Se o aluno não entendeu em sala de aula, para eu conseguir dar um exemplo prático é mais difícil. Aqui é muito mais rápido. Eu tenho diversas maneiras de explicar com um vídeo, história em quadrinhos, tirinha ou notícia de jornal.”

A tecnologia é em tempo real. Os alunos perceberam que podem aprender agora e colocar em prática agora. Eles não têm que esperar

Além das aulas de reforço, alguns professores também usam as plataformas para apresentar o conteúdo das suas disciplinas pela primeira vez. O professor do ensino médio Luciano Pereira percebeu que seria mais simples ilustrar os fenômenos físicos com os objetos digitais. “Por mais que você tenha uma boa habilidade artística, a ideia de você conseguir até rotacionar a imagem e mostrar para ele em 3D é fantástica”.

Diferente do que acontece no período de reforço, onde as turmas são montadas de acordo com a quantidade de computadores, quando o professor Luciano quer levar sua classe para o laboratório é necessário se adequar aos recursos existentes no espaço. A sala é equipada com 18 computadores (um deles é apenas para o uso do técnico) e internet banda larga de 4 Mbps (megabits por segundo). Na maioria das vezes os alunos sentam em duplas. Quando a atividade requer trabalho individual, a turma se divide em duas. “Temos feito dessa maneira para que todos sejam contemplados e possam usufruir da sala”, explica a diretora Angela Henriques.

Os impactos do trabalho no laboratório também são vistos na classe. “Quando o aluno é dedicado aqui, você consegue perceber que ele melhorou em sala de aula”, avalia Ana Paula. A mesma sensação é compartilhada pelos alunos. Andrey Ferreira, 15, do primeiro ano do ensino médio, diz que agora consegue fazer os exercícios de matemática na sala: “antes eu tinha dificuldade em soma, subtração, multiplicação e divisão. Agora eu já consigo fazer rapidinho.”

De acordo com Angela, os recursos digitais disponíveis nas plataformas vieram ao encontro do que os professores buscavam para complementar as suas aulas. “A tecnologia é em tempo real. Os alunos perceberam que podem aprender agora e colocar em prática agora. Eles não têm que esperar”, conclui a diretora.


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conectividade, ensino fundamental, ensino médio, escola digital, especial tecnologia na educação, objetos digitais de aprendizagem

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