Espaço na Colômbia aproxima crianças da leitura - PORVIR
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Espaço na Colômbia aproxima crianças da leitura

Espantapájaros promove o encontro entre literatura e arte para incentivar a formação de leitores na primeira infância

por Marina Lopes ilustração relógio 23 de julho de 2015

Dentro de um espaço literário infantil em Bogotá, na Colômbia, uma cesta reúne os livros preferidos dos visitantes. Com um critério de seleção bastante inusitado, a lista traz os títulos mais mordidos pelos frequentadores. No projeto cultural de formação de leitores Espantapájaros, os livros estão ao alcance das crianças desde os primeiros anos de vida. A partir da união entre literatura e artes, o local trabalha no desenvolvimento cultural dos pequenos e ajuda na formação de adultos mediadores de leitura.

Em 1988, o projeto começou com uma pequena biblioteca especializada em literatura infantil. Hoje já conta com um Centro de Desenvolvimento Infantil, sala de expressão corporal, parque e arena com brinquedos. No espaço acontecem atividades para todas as idades: enquanto os bebês participam das oficinas onde interagem com os livros ilustrados pelo toque ou até mesmo pela mordida, as crianças com mais de dois anos se expressam em oficinas de música e dança.

Todo o trabalho realizado com as crianças é convertido em teorias, reflexões e propostas que são apresentadas para bibliotecários, educadores e pais. Para que eles descubram como podem incentivar o interesse pela leitura nos pequenos, acontecem oficinas que refletem, estudam e aprofundam questões de literatura, educação e artes na primeira infância.

“Queremos formar adultos com o que as crianças estão nos ensinando”, diz a diretora do espaço Yolanda Reyes, em entrevista ao Porvir, durante sua visita ao Brasil para participar do Seminário Internacional de Educação Integral, promovido pela Fundação SM, nos dias 22 e 23 de julho, em São Paulo.

Para a educadora e pesquisadora colombiana, os primeiros anos de vida são fundamentais no processo de desenvolvimento do interesse pela leitura. “A diferença entre as crianças que crescem rodeadas por palavras é muito grande. Trabalhar com a leitura e a linguagem desenvolve possiblidades de acessar o mundo simbólico na primeira infância”, afirma Yolanda, que define a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais para garantir o direito à educação.

Na biblioteca infantil de Espantapájaros existem livros de todos os tipos: poesia, narrativas contemporâneas e clássicas, obras ilustradas e conteúdos informativos. Segundo Yolanda, devem ser títulos que proporcionam leituras completas e não menosprezam as crianças. Além disso, ela conta que um espaço como esse deve ter muita atividade lúdica com música, “corpos que cantam” e pessoas dispostas a contar uma história aos pequenos, que podem ser educadores ou os próprios pais.

Dentro da tarefa de aproximar as crianças da literatura, a pesquisadora colombiana afirma que a família tem um papel importante. “O trabalho dos pais é fundamental. Ele acontece de uma maneira muito espontânea através de experiências, como as canções de berço, jogos de palavra, jogos corporais, contos e conversas com os bebês”, explica.

Mesmo que ainda não sejam alfabetizadas, a pesquisadora colombiana diz que o contato com os livros ensina muitas coisas para as crianças. “Elas aprendem que a humanidade guarda o tempo nos livros, que as histórias começam e terminam, que os livros trazem companhias, emoções e experiências para aqueles que estão explorando seu conteúdo.”


TAGS

brincadeiras, educação infantil, engajamento familiar

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