Mobile X infraestrutura de universidades
Pesquisa do Education Dive, com 50 universidades norte-americanas, traz opinião de técnicos sobre mobilidade
por Vagner de Alencar 10 de julho de 2013
Smartphones, tablets e outras mídias móveis estão mudando o cenário da educação. Por aqui já tratamos algumas vezes sobre a importância desses dispositivos em sala de aula. Especialistas já proclamaram que o celular, por exemplo, não deve ser visto como um inimigo, além de defenderem seu acesso dentro e fora da escola. Para entender mudanças como essas, o Education Dive, portal especializado em notícias sobre o ensino superior, nos Estados Unidos, realizou a pesquisa Mobility in Higher Education. Foram entrevistados 50 CIOs (chefes dos departamentos de TI, em tradução livre) de universidades norte-americanas para entender como a mobilidade está impactando seus campi. Já que cada vez mais alunos estão levando seus próprios aparelhos para as aulas e levantando questões ligadas à infraestrutura, segurança cibernética e qualidade da rede wi-fi, e como eles, profissionais de TI, pretendem abordar as mudanças no futuro.
De acordo com o estudo, 68% dos CIOs são favoráveis ao uso das mídias móveis em suas universidades. Eles acreditam que os tablets, por exemplo, são fundamentais para o futuro das instituições. Ao contrário dos 28%, que discordaram da eficácia desses aparelhos. Já 4% dos entrevistados afirmam que os dispositivos móveis não são considerados tão fundamentais, embora sinalizem sua importância mais significativa a longo prazo.
A partir das entrevistas com os chefes dos departamentos de TI, o estudo abarcou três grandes discussões sobre o mobile no ensino superior: 1) quais são os dispositivos e apps mais usados pelos CIOs no trabalho e em casa; 2) o que mais preocupa os CIOs quanto à mobilidade no campus e quais as prioridades para o ensino superior na área de TI para o próximo ano; e 3) o que a universidade planeja para a implementação BYOD – (Bring Your Own Device) – movimento permite que os alunos e funcionários levem para o ambiente de trabalho seus próprios aparelhos portáteis.
Apps e smartphones
O estudo mostra que o aplicativo mais comum entre os entrevistados foi o Evernote, seguido do DropBox, sistema que armazena arquivos remotamente, e do OneNote, uma espécie de bloco de anotações digital para a captura do que é importante em sua vida pessoal e profissional. No ano passado, o Porvir fez uma lista com 12 ferramentas de apoio ao professor. O Evernote, por exemplo, é utilizado para gerenciar e organizar arquivos. A partir do próprio celular, o usuário pode criar notas, salvar pesquisas, gravar áudios e organizar seus materiais. Além disso, ao adicionar qualquer recurso a sua conta, a agenda é automaticamente sincronizada e disponibilizada em todos os computadores, telefones e tablets que o usuário usar.
Dificuldades e prioridades para 2014
Os entrevistados também responderam quais consideram ser as prioridades em suas instituições, em 2014. A partir das respostas, o estudo reuniu em uma lista com as 10 principais “preocupações”, como a segurança (60%) e a escalabilidade (20%). As demais são a infraestrutura e manutenção, sistemas inteligentes, cobertura de rede sem fio, aprendizagem on-line, reparar crises , análise de dados, migração para o cloud computing e mobilidade.
Em entrevista ao Porvir, o especialista Carlos Xavier, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), afirmou que, além da baixa infraestrutura e da segurança cibernética nas instituições, há dois principais desafios quanto à adoção das mídias móveis: a capacitação tecnológica dos professores e a descentralização do protagonismo docente.
Movimento BYOD
Outro desafio também questionado aos entrevistados tange à adoção de movimentos como o BYOD, movimento que levanta a bandeira de que os alunos podem levar seus próprios dispositivos móveis para escola, o que reduziria custos. Por outro lado, isso acaba gerando impactos na infraestrutura dos campi, que precisam de um suporte maior para atender a essa demanda. De acordo com a pesquisa, apenas 26% das universidades contam as políticas do BYOD, enquanto 74% não adotam, mas veem possibilidades de adotá-la.
Nos EUA, mais da metade dos adultos possuem smartphones, de acordo com um relatório publicado pelo Centro de Pesquisa Pew Internet & American Life Project, em junho de 2013. Enquanto isso, no Brasil, o número de smartphones já alcança 27 milhões – o que corresponde a 14% da população do país – de acordo com a pesquisa Our Mobile Planet conduzida pelo Ipsos Media CT em parceria com a Google, divulgada em 2012. Segundo esse levantamento, que mostra os hábitos, uso e consumo dos smartphones em mais de 40 países em todo o mundo, o Brasil tem mais aparelhos móveis que do países como França e Alemanha, com 24% e 25%, respectivamente.