Game ensina educação financeira para adolescentes
Com ferramentas lúdicas, o jogo Mesadinha ajuda jovens a acompanhar relatórios de suas finanças e poupar dinheiro
por Marina Lopes 11 de julho de 2014
Embora muitas pessoas associem a educação financeira a complexas operações matemáticas, a administração de rendimentos pode se tornar um hábito simples e objetivo. A partir dessa crença, a empresa catarinense Oficina da Inovação desenvolveu o game Mesadinha, que tem o objetivo de despertar o interesse de alunos do ensino fundamental e médio pelo tema. Com elementos que se aproximam da realidade do jovem, o programa gratuito permite que os estudantes tenham mais conhecimento sobre o universo financeiro e consigam fazer o controle mensal de suas despesas.
O programa utiliza o formato de um jogo para travar uma batalha entre o exército dos gastos e o exército da economia. Com soldados espalhados por um mapa, os estudantes podem inserir de forma simples as suas receitas e despesas mensais, como receber a mesada dos pais ou usar o dinheiro para alimentação, diversão e contas de celular. Conforme eles lançam um gasto, os soldados vermelhos avançam pelos territórios de maneira proporcional à despesa. Ao acrescentar um pagamento, é a vez do exército verde tomar conta do espaço.
Além de visualizar as receitas e despesas no formato de um mapa, o Mesadinha também oferece a possiblidade de analisar as informações em uma planilha, com a descrição detalhada dos lançamentos, e um gráfico, que informa as áreas que o adolescente gasta mais dinheiro.
Segundo Elvis Tolotti, idealizador do Mesadinha, a ideia era quebrar a barreira dos números e utilizar a aparência de um game para fazer com que os alunos tenham mais contato com a educação financeira. “A gente percebeu que no mercado existiam diversos programas e aplicativos voltados para adultos, mas não tinha nada direcionado para os mais novos”, explicou.
Para incentivar os adolescentes a aprenderem poupar recursos, o jogo oferece a opção de cadastrar um objetivo. Se o jogador pretende comprar um videogame novo, por exemplo, ele insere o valor do produto e em quantos meses deseja juntar o dinheiro. Todas as vezes que consegue economizar uma quantia, ele tem acesso a uma barra que informa a porcentagem de quanto falta para conseguir atingir o seu objetivo.
“Quando um jovem tem contato com a educação financeira desde cedo, ele aprende a valorizar o dinheiro que recebe”, defendeu Tolotti. Segundo ele, isso gera um impacto direto na economia do país. “O jovem que tem uma cultura financeira não vai consumir tudo. Ele vai poupar recursos e analisar qual é o melhor momento para comprar. Isso ajuda a diminuir a inflação.”
Educação financeira nas escolas
De acordo com Tolotti, o Mesadinha já foi utilizado em algumas atividades pontuais em escolas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O jogo pode agregar conteúdos como matemática básica, matemática financeira, porcentagem, razão e proporção. Com uma tecnologia que se adapta ao tamanho da tela de qualquer dispositivo, além de contar com os equipamentos da escola, os estudantes também podem acessar o game pelo próprio celular ou tablet. O único pré-requisito é ter acesso à internet.
Para auxiliar os professores que desejam trabalhar o tema em sala de aula, o jogo oferece um guia que explica possíveis aplicações e abordagens dos recursos do Mesadinha no ensino de educação financeira, incluindo suas abrangências e interdisciplinaridades. O material está disponível on-line em http://mesadinha.com/guiadoprof.pdf.