Já parou para pensar em como será a escola em 2032?
Iniciativa se propõe a ouvir a opinião dos estudantes para entender o que eles querem para a educação brasileira
por Redação 30 de outubro de 2014
Durante o mês de setembro, o Porvir convidou estudantes brasileiros a responderem um questionário on-line sobre como eles gostariam que as escolas fossem em 2032. As respostas dos alunos foram levadas para um debate que um grupo de atores e líderes influentes vem realizando desde o início do ano para construir cenários a respeito de como será a escola do futuro. O grupo engloba educadores, gestores, especialistas e representantes de organizações sociais, mas também quer levar em conta a opinião daqueles que estão estudando hoje.
No total, 175 jovens de 7 a 25 anos responderam a perguntas como: O que deseja que a Escola do Futuro não tenha?; O que você deseja que a Escola do Futuro tenha?; Como você imagina que será a escola em 2032? Eles também foram convidados a postar contribuições em forma de textos, fotos ou vídeos.
As respostas foram diversas, mas algumas palavras e ideias foram recorrentes como o desejo usar mais tecnologia na sala de aula. Sobre o professor, muitos apontaram a necessidade que ele tenha uma melhor remuneração. Também ficou claro que os estudantes não querem ser testados através de provas e a demanda por uma maior liberdade, tanto em relação ao espaço físico, quanto ao conteúdo curricular.
Esse primeiro levantamento foi um piloto para uma pesquisa maior que será realizada em 2015 e que além de estudantes, também pretende ouvir professores, para que eles possam subsidiar toda a discussão de qual caminho a educação brasileira deve traçar e quais práticas pedagógicas estão ligadas ao século 21.
Veja a seguir algumas das respostas:
Como será a escola do futuro?
“A tecnologia presente em sala. Aulas onde os alunos são o centro, não o professor. Os alunos buscam o conhecimento ao invés de absorvê-lo”
Maria Victória, 17 anos, São Paulo
“A escola em 2032 será altamente tecnológica, com infraestrutura de primeira. A biblioteca será um grande painel touchscreen em que será possível visualizar todo o catálogo de livros, após a escolha do título será gerado um QR code onde o aluno fará a leitura em seu smartphone/tablet e terá o livro em “suas mãos”. As salas de aula vão ser virtualmente conectadas com o mundo, haverá intercâmbio de informações culturais entre alunos do mundo todo.
Todos os alunos irão para a escola através do transporte coletivo, para redução de despesas, de CO² e outros benefícios da coletividade.
Se o aluno não estiver se sentindo “bem” (saúde) para comparecer à escola, sua projeção holográfica ao vivo estará presente”
Arthur, 17 anos, Rio Grande do Sul
“Todos os alunos vão usar notebooks ao invés de cadernos, todos vão se formar com uma profissão e até uma vaga na universidade. Os professores vão ser mais bem pagos e mais respeitados dentro de sala de aula. Os aluno usarão tablets e o uniforme não seria obrigatório”
Letícia, 15 anos, Rio de Janeiro
O que você deseja que a escola do futuro tenha?
“Experiências em diversas carreiras e ambientes de trabalho, professores on-line para responder a toda e qualquer dúvida 24h por dia, todos os dias. Uma rede mundial de escolas para que os alunos sejam incentivados a passar parte de cada ano letivo em um outro país. A possibilidade de eletivas em todas as matérias e pequenos núcleos onde fosse possível a vivência de um pouco do cotidiano de cada profissão
Marianna, 15 anos, São Paulo
“Laboratórios mais completos, tempo para livre recreação, aulas facultativas (de música, teatro, tecnologia, idiomas, etc), aulas ao ar livre, empresas juniores, professores mais bem remunerados e com programas de incentivo. Que tenha cachorros e o dia do animal 4 vezes na semana”
Michele, 11 anos, São Paulo
“Mais arvores, mais amor, inspiração e comprometimento por parte dos educadores. Alunos construtores do próprio conhecimento e valores socioambientais”
Ana Carla, 19 a 25 anos, Espírito Santo
O que você deseja que a escola do futuro não tenha?
“Professores ruins. Não queremos ser obrigados a receber aulas de péssimos professores, apenas por serem concursados. Queremos ter nas mãos uma forma de assegurarmos a conduta dos mesmos”
Pedro Henrique, 17, Bahia
“Provas. Acho que prova não prova nada”
Larissa, 19 a 25 anos, São Paulo
“Relações de mercado aplicadas à prática educacional, ceifar o pensamento criativo dos alunos, excessiva preocupação com provas e esquecimento do ‘eu’”
Brenda, 17 anos, Rio de Janeiro