Literatura indígena infantojuvenil é destaque de exposição gratuita em SP - PORVIR
Crédito: Fabio Montarroios/IMS

Inovações em Educação

Literatura indígena infantojuvenil é destaque de exposição gratuita em SP

Em cartaz no Instituto Moreira Salles, mostra reúne mais de 200 títulos em espaço especial para acolher os leitores

por Redação ilustração relógio 2 de fevereiro de 2023

Que tal passear pela Avenida Paulista, em São Paulo, e aprender mais sobre a cultura indígena? Essa é a proposta da exposição “Xingu: contatos”, em cartaz no IMS Paulista (Instituto Moreira Salles) até o dia 9 de abril. A mostra, com entrada gratuita, ocupa dois andares do prédio com curtas-metragens, fotografias e grafismos que retratam lutas e resistências do Xingu, primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961.

Com pufes e tapetes, vídeos projetados em uma tela e um mural composto por palavras e ilustrações em Kuikuro (povo com a maior população no Alto Xingu), o espaço de conveniência oferece acolhimento e uma biblioteca com 219 títulos de literatura indígena, boa parte voltada ao público infantojuvenil. O acervo pertence à Associação Vaga Lume, que há 21 anos leva bibliotecas a comunidades tradicionais da Amazônia Legal. 

Mais de 90% das obras são de autores indígenas, como Marcia Kambeba, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara e Yaguarê Yamã. De acordo com Marcia Licá, coordenadora de conteúdo da Vaga Lume, há uma diversidade no gênero textual, de poesias a contos fantásticos. “Dentro da especificidade da literatura indígena, esse acervo contempla uma diversidade de povos, territórios, linguagem, qualidade literária e qualidade estética, autores no contexto urbano e aldeados”, diz. 

Entre os mediadores do espaço, estão três indígenas (dois deles falantes de sua língua originária), disponíveis para conversar com o público e incentivar a interação.

Ouça também o episódio sobre educação indígena do podcast “O futuro se equilibra”, parceria do Porvir com o Instituto Unibanco

“Além de obras de autores indígenas que já tínhamos no acervo, contamos com a consultoria da pesquisadora e escritora indígena Julie Dorrico em uma curadoria específica para este projeto. Também incorporamos indicações de livros bibliográficos e fotográficos da biblioteca do IMS”, explica Priscila Fonseca, coordenadora de cultura local da Vaga Lume. 

A área de educação do IMS reforça que o projeto decorre da constatação de que é preciso refletir cada vez mais sobre a história e a realidade atual dos povos originários do Brasil. “Ter a possibilidade de vivenciar um pouco da cosmovisão indígena é uma oportunidade para nos fortalecermos em nossas conexões de alteridade, fundamental para o reconhecimento do outro em sua inteireza, dignidade e humanidade”, ressalta a coordenadora de diversidade e inclusão do instituto, Viviana Santiago.


Serviço da exposição Xingu: contatos

IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424 – São Paulo/SP
Entrada gratuita até 9 de abril
Funcionamento: Terça a domingo e feriados (exceto segunda) das 10h às 20h. Última admissão: 30 minutos antes do encerramento.


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