MEC escuta mais de 2 milhões de adolescentes para lançar nova política  - PORVIR

Inovações em Educação

MEC escuta mais de 2 milhões de adolescentes para lançar nova política 

Escola das Adolescências vai oferecer apoio técnico e financeiro para potencializar a aprendizagem nos anos finais do ensino fundamental. Diretoras do Porvir foram consultoras da iniciativa de escuta

por Marina Lopes / Ruam Oliveira ilustração relógio 20 de junho de 2024

Os adolescentes querem mais esportes, aulas práticas e atividades com tecnologia e mídias digitais na escola. Esses foram alguns dos resultados prévios da Semana da Escuta das Adolescências, uma iniciativa promovida pelo MEC (Ministério da Educação), junto com as redes municipais, estaduais e distrital, entre os dias 13 e 31 de maio. 

A iniciativa ouviu mais de 2,2 milhões de estudantes dos anos finais do ensino fundamental, em mais de 20 mil escolas brasileiras, para identificar as percepções deles em relação à escola em quatro eixos: currículo, clima e convivência, inovação e participação. Os primeiros dados foram apresentados nesta quinta-feira (20), durante o durante o Seminário Nacional Direito à Educação e Garantia das Aprendizagens, em Brasília (DF). 

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Tatiana Klix, diretora do Instituto Porvir, e Regiany Silva, diretora na Agência de Soluções do Porvir, atuaram junto às consultoras Marisa Villi e Harika Merisse, da Rede Conhecimento Social, e Ernesto Faria, do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), na formulação da metodologia aplicada nessa escuta presencial e também na elaboração do formulário que os estudantes preencheram online.

O convite para integrar o projeto veio em razão da experiência do Porvir em ações ligadas às juventudes. Em 2016, a instituição promoveu o “Nossa Escola em (Re)Construção”, que ouviu mais de 400 mil estudantes para entender quais eram seus sonhos e desejos em relação à escola e, assim, pensar em estratégias a partir da perspectiva desses adolescentes.

A imagem mostra um painel de discussão em um evento, com quatro pessoas sentadas em poltronas pretas no palco. Tatiana Klix, diretora do Porvir, é uma delas e fala ao microfone. Ao fundo, há um grande telão projetando informações sobre o evento, intitulado "Seminário Nacional - Direito à Educação e Garantia das Aprendizagens". O evento é organizado pelo Ministério da Educação (MEC) e está programado para uma quinta-feira, 20 de junho, às 8h30.
Crédito: Marina Lopes Tatiana Klix, diretora do Instituto Porvir, durante debate no Seminário Nacional Direito à Educação e Garantia das Aprendizagens

“Essa experiência nos credenciou e usamos muito dela na formulação desses novos instrumentos de escuta que foram aplicados e usados por mais de 2 milhões de estudantes”, comenta Tatiana Klix.

Os resultados completos nacionais da Semana de Escuta das Adolescências serão divulgados no próximo mês, quando as redes e escolas participantes também deverão receber devolutivas com os dados de seus alunos, além de orientações para que possam discutir e tomar decisões baseadas nos resultados.

Política Nacional Escola das Adolescências

A partir desse processo de escuta com abrangência nacional, que também contou com apoio da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), o MEC está trabalhando no desenvolvimento de novas políticas para fortalecer a etapa. Uma delas é a Escola das Adolescências, que também foi lançada durante o evento em Brasília. 

A estratégia do governo federal vai oferecer apoio técnico e financeiro para melhorar os anos finais do ensino fundamental e tornar a escola mais atrativa para os estudantes adolescentes. Essa iniciativa também pretende viabilizar o alcance das metas 2 e 7 do PNE (Plano Nacional de Educação), que incluem a universalização do ensino fundamental e a garantia de que pelo menos 95% dos estudantes concluam essa etapa na idade recomendada, além de fomentar a qualidade da educação básica em todas as suas modalidades.

A Política Escola das Adolescências vai se estruturar em três eixos: 

  • Governança: apoio para gestores e lideranças das redes aprimorarem suas práticas;
  • Organização curricular e pedagógica: organização de tempos e espaços curriculares para potencializar a aprendizagem;
  • Desenvolvimento profissional: formação continuada de profissionais da educação.

De acordo com Tereza Farias, coordenadora geral de ensino fundamental do MEC, a implementação da política será gradual, iniciando com a adesão voluntária de 15 mil escolas. Serão priorizadas aquelas com os menores indicadores socioeconômicos, percentual superior a 50% de estudantes autodeclarados negros matriculados e piores indicadores de aprendizagem.

“Como não conseguimos abraçar as 47 mil escolas nesse momento, em 2024 vamos iniciar a primeira adesão com os maçadores étnico-racial, de aprendizagem e de condição socioeconômica. Vamos progressivamente, nos próximos anos da evolução do programa, ampliando o atendimento com apoio financeiro para trazer mais escolas”, explica. 

Durante o seminário, também foi lançado o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens, uma iniciativa interfederativa entre o MEC, o Consed e a Undime, focada no planejamento de ações pedagógicas, gestão escolar e gestão de redes para superar as defasagens de aprendizagem agravadas pelas restrições educacionais durante a pandemia de Covid-19 e outras situações de emergência.


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ensino fundamental

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