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Sites para aprender a programar de graça

Programação, a alfabetização do século 21, ganha espaço em plataformas e cursos online para todas as idades

por Giulliana Bianconi ilustração relógio 2 de setembro de 2013

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Série Programação

Para quem sequer abriu um editor HTML, desses que estão disponíveis até mesmo em blogs, programar pode ser um verbo distante, que remete a telas pretas, com muitos números e símbolos que a princípio formam sentenças estranhas. A boa notícia aos interessados em aprender a linguagem dos códigos é que os tempos são outros, as telas pretas são apenas uma das muitas interfaces existentes. Opções de plataformas e ambientes amigáveis para quem está disposto a aprender a programar não faltam.

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O que faltam, segundo o garoto prodígio do Vale do Silício desses tempos, Mark Zuckerberg, são desenvolvedores. Não que isso seja uma novidade, mas na plataforma code.org, que reúne depoimentos de celebridades de diferentes áreas do conhecimento, o fundador e CEO do Facebook afirma que a política da empresa é contratar o maior número possível de desenvolvedores talentosos que encontram, exatamente por não haver bons profissionais com essa habilidade suficiente para dar conta do mercado.

Se em escolas e universidades a disciplina programação ainda é uma estranha desconhecida na esmagadora maioria dos currículos, há opções para todos os públicos para correr por fora. Ainda na infância, o aprendizado pode contar com o suporte de softwares como o Scratch, desenvolvido no MIT (Massachusetts Institute of Technology). Um dos mais aclamados pelos educadores, o Scratch não exige conhecimento de qualquer outra linguagem de programação. Na versão mais recente, a 2.0, permite que o usuário faça seus projetos on-line, sem precisar baixar qualquer programa. Funciona quase como um “lego virtual”, onde programas são construídos a partir do encaixe de blocos.

No Brasil, o Scratch tem seus adeptos, como o professor Marcelo Molina, coordenador de Educação Tecnológica do Colégio JK, em Brasília. Em 2011, ele esteve no Medialab do MIT, em Boston (EUA), e trouxe de lá o software da casa. Desde então, as aulas de robótica para seus alunos do ensino fundamental não são as mesmas. “Assim que voltei, criei um currículo para trabalhar com o Scratch na Robótica, e avançamos bastante. Agora, os alunos já fazem games e desenvolvem programas unindo esse software ao [sensor de movimento] kinect, que teve o seu código aberto”, conta ele, entusiasmado.

A introdução à programação no Colégio JK não significa, necessariamente, a preparação de uma turma de desenvolvedores natos. “O que fazemos aqui é despertar as possibilidades. A robótica está no nosso currículo há sete anos porque é uma forma lúdica e estimulante de trabalhar a lógica”, pondera o educador.

Plataformas e cursos gratuitos

Para quem não conta com um professor no suporte da aprendizagem, as comunidades para troca de conhecimento estão aí. Aprender sozinho ou em grupo é uma possibilidade na Codecademy, onde os cursos são gratuitos. A plataforma conta com versão em português, mas apenas nas páginas iniciais. Após o acesso, que é dos mais simples e pode ser feito por meio dos perfis das redes sociais Twitter, Facebook ou ainda com um cadastro breve, os comandos passam a ser em inglês. Uma vez no ambiente, as trilha de aprendizagem são oito. Começam no Web Fundamentals e seguem até APIs (Interface de Programação de Aplicativos). Para quem quer apenas criar sites simples, lá está curso o HTML, disponível. Se a ideia for desenvolver ambientes interativos, basta recorrer ao Java, mais complexa. Tudo funciona na base de exercícios e na dinâmica da gamificação. O usuário vai somando pontos, vai completando etapas, como numa trilha de games mesmo. Porém, ao fim do “percurso”, nada de badges nem inimigos abatidos. Um site construído, sim, pode ser a recompensa.

A CodeAcademy surgiu em 2012, mas como startup já é reconhecida. Dentro da plataforma Code.org, um outro espaço virtual para imersão nos códigos, é uma das “escolas” referenciadas. Lá também estão em destaque as aulas de  programação da Khan Academy, em formato vídeo, e os tutoriais para o Scratch. Ser um hub de ambientes de aprendizagem, e não uma plataforma com conteúdos próprios, é a proposta, até o momento, da Code.org, que cumpre bem esse papel. No endereço é possível encontrar também os cursos de universidades on-line, como Coursera, Edx, Udacity, além de uma lista de tutoriais e indicações de aplicativos que ajudam os iniciados na programação a desenvolverem suas ideias. Esses cursos também costumam ser gratuitos e têm duração de seis e dez semanas. As únicas premissas para aprender são dominar o idioma inglês e ter tempo para se dedicar.

Não tão populares, mas bastante amigáveis

Menos popular entre os iniciantes e com menos espaço no mercado, a linguagem de programação Ruby tem espaços divertidos para os dispostos a explorá-la. A home do Try Ruby é quase um afago ao usuário, com os seus desenhos delicados e indicações de “como fazer” que quase conduzem o aprendiz pela mão. O conteúdo deste ambiente é parte do programa básico da Code School, apoiada pela IBM e também desenvolvida para oferecer uma experiência semelhante a de um game. O lema por lá é “Aprenda Fazendo”. Tutoriais estão presentes, mas exercícios e recompensas etapa a etapa são o forte da proposta.

Na Code School, há também níveis diferentes de contas. Os cursos básicos são os gratuitos. Para se aprofundar, a conta premium, paga, é o caminho, pois permite acesso aos conteúdos avançados.

Desenvolvimento em códigos abertos

Falar em programação com códigos que podem ser modificados e não citar os ambientes e recursos Mozilla é quase uma heresia. Com 15 anos completados neste 2013, a empresa é defensora ferrenha do open source e, além do seu produto mais disseminado, o navegador Firefox, tem outros, igualmente gratuitos, para os interessados em desenvolvimento.

O site Hackasaurus tem a proposta de permitir ao usuário, também de forma bastante intuitiva, através de legos, construir páginas web. Mas, estampando o “jeito Mozilla de fazer”, também permite  remixar páginas, a partir de seus códigos. Uma experiência interessante para quem quer começar a desvendar remix em HTML ou Java.


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educação mão na massa, educação online, programação, série programação

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