Meio ambiente está entre os temas de maior relevância para jovens brasileiros - PORVIR
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Inovações em Educação

Meio ambiente está entre os temas de maior relevância para jovens brasileiros

Mais de 5 mil jovens brasileiros moradores de todos os biomas participaram da pesquisa

por Ruam Oliveira ilustração relógio 11 de abril de 2023

A crise climática é uma realidade e já aparece no vocabulário e no radar de preocupação de crianças, adolescentes e jovens. Nessa parcela da população, 8 a cada 10 jovens entre 18 e 24 anos ouvidos pela pesquisa JUMA (Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas) concordam que a situação atual é de crise quando o assunto é o clima. Apesar disso, 13% dos participantes do levantamento não souberam responder o que pensam a respeito. 

Entre os mais preocupados com a questão estão os jovens moradores da Mata Atlântica. Aa percepção de que o planeta vive hoje uma crise climática é mais forte para mulheres, pessoas LGBTQIA+ e moradores de periferias e favelas. 

A temática ambiental aparece entre os seis temas de maior preocupação dos jovens ouvidos pelo estudo. Em primeiro lugar está educação, seguido pelo combate à corrupção, segurança pública e violência e desenvolvimento econômico. Temáticas relacionadas ao mundo do trabalho e geração de renda também se destacam.. 

A maior parte dos respondentes  apontou que este não é um assunto  exclusivo  de ativistas, indígenas ou pessoas ligadas à esquerda. Os jovens de territórios e comunidades tradicionais foram os que mais disseram acreditar que as pessoas de suas regiões também se importam com o tema. 

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Moradores das  regiões da Mata Atlântica  criticaram a falta de preocupação da população brasileira e de políticos sobre o tema. Ao todo, 52% das pessoas entrevistadas acham que essa parcela da população se importa pouco ou quase nada com o assunto.

Apesar de reconhecer a importância do debate sobre a proteção do meio ambiente, há ainda certos limites de conhecimento sobre o tema. O relatório pontuou que 4 a cada 10 jovens não sabem dizer em qual bioma vivem. “O desconhecimento sobre os biomas pode vir do intenso processo de urbanização e do consequente distanciamento dos debates sobre questões ambientais”, afirma o texto do relatório. 

Juventudes e meio ambiente, um raio-x da pesquisa 

  • A maioria dos jovens é negra na faixa dos 18 e 24 anos
  • Para jovens que moram na Mata Atlântica, no Pampa e no Pantanal, o tema é ainda mais relevante
  • Os jovens consideram o assunto um dos três mais importantes pessoalmente, sendo ainda maior entre mulheres (23%) e moradores de periferias e favelas (22%)
  • 36% dos entrevistados não conhecem o bioma onde vivem
  • Jovens de todos os seis biomas do Brasil responderam à pesquisa: 15% deles no Cerrado; 12% na Amazônia; 10% na caatinga; 3% no Pantanal; 20% na Mata Atlântica e 5% nos Pampas

O levantamento ainda  relaciona a questão do meio ambiente e do clima com assuntos que são do cotidiano, como  filosofias de vida e aspectos religiosos. “Tudo que eu reencontro e que diz respeito à minha ancestralidade, toda a minha energia espiritual, mental e física vem direto da planta, vem direto da Mata Atlântica. Esse contato com a água, com as cachoeiras, com as matas, as florestas, tudo é muito importante, porque assim eu sinto que estou voltando para a minha ancestralidade, estou voltando para a minha materialidade, pro meu eixo e pra minha casa”, afirma Izabella Alves, 19 anos, de Hortolândia (SP).

Quais os conceitos mais conhecidos?

A pesquisa também apontou que os termos que circulam há mais tempo na mídia e na internet acabam sendo os de maior conhecimento do grupo. Aquecimento global (72%) e mudança climática (70%) lideram a lista de assuntos mais conhecidos dos jovens. 

Outros termos mais técnicos, no entanto, que são mais interseccionais e específicos, ficam no radar de jovens que também estão inseridos nessas especificidades. Jovens LGBTQIAPN+ e moradores de comunidades tradicionais, por exemplo, são os que mais conhecem os conceitos de segurança climática, racismo ambiental e justiça climática.

“O que me move é a luta por um mundo onde todos possam acessar seus direitos e a natureza plenamente”, comenta Carolina Oliveira Dias, de 22 anos, moradora do Pampa Gaúcho.

➡️ Clique aqui para ler mais depoimentos dos entrevistados 

Impactos sociais 

A pesquisa também mostrou que os jovens reconhecem a  diferença de impactos das mudanças climáticas nas diferentes classes sociais. Sete em cada dez concordam que pessoas pobres e ricas sofrem os efeitos das mudanças climáticas de maneiras diferentes; 27% dos respondentes alegaram que não concordam com essa visão, ante 66% que concordam e 7% que não souberam responder. 

“No fim, espero que o Brasil cuide das suas verdadeiras riquezas e não negue ajuda mundial para viabilizar projetos que mobilizem as nações em virtude das mudanças climáticas que afetam milhares de famílias e comunidades todos os anos. Quem pode esperar mais do que isto?”, comentou Helenilson Persi, de 30 anos, natural de Cuiabá (MT).

A pesquisa foi promovida pela Rede Conhecimento Social e pela Em Movimento, em parceria com Engajamundo, Instituto Ayíka e GT de juventudes Uma concertação pela Amazônia, e entrevistou mais de 5 mil jovens.


TAGS

educação climática, ensino fundamental

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