Planejamento e formação continuada são chaves para o ensino de inglês - PORVIR

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Planejamento e formação continuada são chaves para o ensino de inglês

Existem desafios comuns no ensino-aprendizagem do inglês para quem está no ensino fundamental? Especialistas indicam caminhos

Parceria com Wings

por Ruam Oliveira ilustração relógio 19 de agosto de 2024

Aprender um novo idioma tem suas dificuldades e facilidades. Conhecer regras gramaticais e conseguir ampliar o vocabulário estão entre algumas das principais dificuldades de quem estuda uma língua estrangeira.

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Apesar das variações contextuais e das especificidades de cada aluno, alguns desafios no ensino de inglês são comuns a todos. No ensino fundamental, por exemplo, embora o contexto possa mudar de uma escola para outra, certos problemas persistem.

“Os alunos frequentemente enfrentam dificuldades por diferentes motivos, como falta de vocabulário, gramática, pronúncia e falta de oportunidade de praticar com nativos ou falantes de inglês”, explica Ruymara Almeida, consultora educacional com experiência no ensino de inglês nas redes públicas e particulares. 

Ela exemplifica que, sem ter um repertório adequado, os estudantes terão mais dificuldade em se comunicar, compreender, ler e escrever. Por isso, uma das frentes a serem investidas é a do vocabulário, que vai garantir que crianças e adolescentes se desenvolvam ainda mais ao aprender a língua inglesa.

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André Coelho, professor de inglês e assessor pedagógico da Wings, destaca que obstáculos como falta de acesso ao idioma no dia a dia e formação adequada para os professores também são aspectos recorrentes à etapa de ensino – sem contar problemas mais amplos e ainda comuns no dia a dia da escola

“Dificuldades de aprendizagem não diagnosticadas, como violência e bullying, e a falta de apoio familiar também impactam o desempenho escolar. Currículos engessados e problemas de disciplina em sala de aula agravam esses desafios, tornando o ambiente educacional menos eficaz e relevante”, detalha. 

Pistas para o cenário

O educador sugere que a persistência desses problemas no ensino fundamental pode estar relacionada à falta de políticas públicas educacionais integradas e eficazes. “Muitas vezes, as escolas enfrentam limitações orçamentárias e falta de apoio governamental, o que dificulta a implementação de programas de formação para professores e a melhoria da infraestrutura”, afirma. 

Uma outra pista que pode causar esses problemas comuns, segundo André, é a diversidade socioeconômica dos estudantes, que por sua vez leva a desigualdade no acesso a recursos. 

Contato com o idioma

Praticar um segundo idioma requer contato constante, seja por meio de músicas, filmes e leituras. Quando a turma raramente conversa ou faz trocas em inglês, perde a chance de se sair tão bem quanto poderiam. Isso inclui a dificuldade em aprender a pronunciar corretamente.

Tanto André quanto Ruymara, ouvir pouco e falar pouco são dois grandes pontos de atenção.”Isso limita a capacidade dos alunos de se comunicarem efetivamente em inglês. Outro desafio significativo é a desigualdade de nível entre os alunos; turmas compostas por estudantes com diferentes proficiências dificultam a aplicação de um ensino uniforme e eficaz”, ressalta André.

Formar e acompanhar os professores

Uma estratégia para ampliar o processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa nas escolas é investir na formação continuada dos professores. André reforça que cursos e oficinas para aprimorar a prática do corpo docente são fundamentais para lidar com esses desafios.

“Considerando o baixo domínio de inglês da população em geral, é compreensível que seja difícil formar bons professores de inglês. Isso resulta na utilização de abordagens e recursos ineficazes na maioria das escolas, o que agrava as dificuldades inerentes ao aprendizado de qualquer língua, incluindo o inglês”, acrescenta Ruymara. 

Quanto a isso, André destaca: “O planejamento colaborativo entre professores é essencial, permitindo a troca de experiências e estratégias. A capacitação em ensino diferenciado ajuda a atender às diversas necessidades dos alunos”.

Como os alunos vêem o idioma

Nem sempre as dificuldades no ensino de idiomas estão relacionadas a estruturas inadequadas ou à baixa formação docente. Em muitos casos, os professores relatam a falta de engajamento dos alunos, que não veem sentido em aprender um novo idioma –André costuma ouvir esse tipo de depoimento em muitas de suas formações com educadores. O que fazer para reverter esse quadro?

A professora Ruymara tem uma recomendação. “Acredito que o que se pode fazer de maneira universal é preparar os professores para criarem uma percepção mais positiva em relação ao inglês junto aos alunos, mostrar as vantagens cognitivas e sociais de quem tem um bom domínio da língua. Por exemplo, ao estudar e praticar duas línguas, você melhora sua habilidade de memorizar e desenvolve mecanismos de tomada de decisão mais ágeis”, exemplifica. 

Além disso, a educadora sugere que os professores expliquem as dificuldades normais do aprendizado de uma língua estrangeira, incentivando a resiliência dos estudantes para que não desistam.

André também destaca que realizar avaliações diagnósticas pode ajudar a identificar os níveis de proficiência dos alunos, permitindo que o ensino seja adaptado às suas necessidades específicas. Além disso, integrar conteúdos relevantes e de interesse dos alunos ao ensino de inglês torna o aprendizado mais significativo e motivador.

Na esteira das estratégias que surtem efeito para essa faixa etária, o uso de recursos diversificados é essencial, como por exemplo materiais didáticos variados, jogos, vídeos e aplicativos que ajudem a aula a ficar mais engajante e atrativa. “Também é importante focar na prática oral, criando oportunidades para que os alunos se comuniquem por meio de debates, dramatizações e atividades em pares, aumentando assim sua fluência”, conclui André. 

Práticas docentes a serem replicadas

Confira as sugestões dos entrevistados para aumentar o estímulo entre professores e alunos e, assim, incentivar o aprendizado da língua inglesa:

Planejamento colaborativo: A colaboração entre professores é fundamental para a troca de experiências e estratégias.

Capacitação em ensino diferenciado: Formação especializada em ensino diferenciado ajuda a atender às diversas necessidades dos alunos.

Integração de tecnologia: O uso de tecnologia nas aulas torna o aprendizado mais dinâmico e interessante.

Sistema de retorno (feedback) contínuo: Implementar um sistema de feedback contínuo permite que os alunos expressem suas dificuldades, possibilitando ajustes no ensino.

Ambiente positivo: Criar um ambiente onde o erro é valorizado incentiva a participação ativa dos alunos.

Parcerias com a comunidade: Colaborações com a comunidade local enriquecem o aprendizado com experiências práticas.

Avaliações formativas: Utilizar avaliações formativas possibilita monitorar o progresso dos alunos e ajustar o ensino conforme necessário.

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educação bilíngue, ensino fundamental, inglês

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