Positivo integra startups em ecossistema de tecnologia educacional
Com nova divisão, chamada Educacional, empresa cria ofertas conjuntas para língua portuguesa, matemática e ciências para se conectar com os setores público e privado
por Vinícius de Oliveira 6 de agosto de 2021
A volta às aulas presenciais na maior parte das escolas também é um momento importante para empresas e empreendedores de educação conversarem com gestores de escolas e secretarias. Apesar do uso mais intenso de tecnologia durante as aulas remotas, antigas questões permanecem vivas: as regras para compras no setor público e a dificuldade de passar pela porta de grupos privados.
Para pacificar essa relação, a Positivo Tecnologia começa agora no mês de agosto os primeiros passos de sua nova área, chamada Educacional. Nesta iniciativa, empresas parceiras do programa, que podem até ser consideradas rivais no mercado aberto, são reunidas em suítes (conjuntos) e chegam juntas às escolas para oferecer recursos de software e hardware que podem ser adotados em diferentes momentos da rotina de professores e alunos, seja em casa ou na escola.
Segundo Álvaro Cruz, vice-presidente do Educacional, ao atuar a partir de um ecossistema, é possível agir mais especificamente em torno das demandas das escolas e fortalecer o setor. “Primeiro, uma empresa grande, como a Positivo e o Educacional, garante para o governo que existe uma continuidade, porque já vendemos muita coisa para o setor público. Segundo, como é que a gente fortalece o sistema de Edtech (empresas de tecnologia educacional)? Não é comprando edtech para alunos dentro do meu sistema de ensino, mas sim conectando a esse mercado grande, que tem 35 milhões de alunos no Brasil”, diz o executivo.
Em língua portuguesa, a suíte que primeiro começa a ser testada por escolas privadas e públicas, as empresas são organizadas em três eixos: leitura, escrita e linguagem formal. “As suítes do Educacional foram pensadas para apoiar nessas dificuldades, pois incluem diagnóstico, curadoria e, se for preciso, indicação e mudança de rota, tudo baseado em análises e indicadores estratégicos integrados”, diz Álvaro, que reforça a flexibilidade de escolas poderem variar o uso de aplicativos e plataformas dependendo da necessidade ou do nível de engajamento dos estudantes e professores.
“A gente entendeu que a área pública, em especial, não precisa contratar um único software. Ela tem a necessidade de resolver o problema de português que, às vezes, no ensino fundamental 1 é leitura e escrita. No fundamental 2, muda para escrita e linguagem formal”, diz. Com a convivência de diferentes soluções dentro do Educacional, a Positivo Tecnologia tem o objetivo de entregar ao gestor escolar e às secretarias um painel de visualização com dados de uso e aprendizagem nas três áreas principais.
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Em um segundo momento, chegam as suítes para matemática, com recursos digitais para raciocínio lógico, pensamento matemático e resolução de problemas e abordagem STEAM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que terá foco em robótica, aprendizagem maker, design e engenharia. Esta última, aliás, vai contar com marcas conhecidas já ofertadas pela própria Positivo, de arquitetura aberta e fechada e novos nomes selecionados no mercado.
“Hoje existem várias soluções de STEAM e a gente acredita que não existe uma única solução de robótica capaz de atender todas as escolas. Estamos reunindo várias soluções de robótica que, dentro da suíte, podem ser intercambiáveis. Tem soluções nacionais e internacionais, algumas com LEGO, outras com micro:bit, mas também tem Arduino, de tal forma que a escola não precise se vincular a um projeto rígido”, exemplifica.
Escolas podem ainda precisar de materiais guiados num primeiro momento para preparar professores até que eles e elas se sintam preparados a caminhar de forma mais independente em atividades com uma placa Arduino, um pequeno computador que serve como base para projetos de robótica, por exemplo.
A coexistência de diferentes empresas em um mesmo ambiente, segundo Álvaro, tem a ver com uma nova visão que está sendo construída pelo setor e por tomadores de decisão sobre o uso da tecnologia na educação. “A aula virtual não é outra aula e nem é uma cópia da aula presencial, mas é a continuidade”. Neste sentido, o que o aluno faz em casa é tão importante quanto o que ele faz em aula para apoiar mudanças na maneira de ensinar.