Programa financia projetos voltados à primeira infância
Entidade canadense, Saving Brains, vai conceder R$ 500 mil para ações inovadoras feitas por brasileiros em prol de crianças
por Davi Lira 18 de novembro de 2013
Mais de 200 milhões de crianças que vivem em países em desenvolvimento, como o Brasil, não conseguem atingir o seu pleno potencial cognitivo durante a infância. Problemas de saúde gerados durante a gravidez, subnutrição, pobreza, exposição à violência ou até aprendizagem inadequada são apenas alguns dos fatores de risco que interferem no processo de desenvolvimento cerebral. As informações, do Grand Challenges Canada – organização canadense que apoia projetos na área de saúde em países de média e baixa renda –, são o mote do programa Saving Brains (Salvando Cérebros, em português). A iniciativa, liderada pela entidade do Canadá, visa ao financiamento de propostas que estimulem o potencial cerebral de crianças que vivem em situações de vulnerabilidade social.
Apoiada por parceiros regionais no Brasil, como a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e a Fundação Bernard van Leer, o Saving Brains está com uma convocatória aberta para projetos propostos por brasileiros ou entidades do país envolvendo a primeira infância. O foco da chamada são soluções inovadoras sobre o tema. Está previsto a concessão de mais de R$ 500 mil por projeto selecionado. Serão consideradas até três propostas apresentadas por brasileiros e todas elas serão acompanhas, durante dois anos, onde serão avaliadas segundo seu impacto positivo e sua viabilidade em serem escaladas. Interessados em participar da seleção deverão inscrever suas propostas no site do Grand Challenges Canada até o dia 14 de janeiro de 2014.
A previsão é que sejam selecionadas propostas de desenvolvimento de produtos, medicamentos, equipamentos médicos, programas de saúde, além de tecnologias da informação e até modelos de empreendimentos sociais. Também serão considerados projetos envolvendo a criação de políticas públicas, envolvendo não apenas a saúde, como também a educação. Entretanto, para que um projeto seja aceito no programa é preciso que ele incorpore a abordagem da chamada Inovação Integrada, um conceito “definido como a aplicação coordenada de inovação científica, tecnológica, social e empresarial no desenvolvimento de soluções para desafios complexos”, conforme disposto no edital lançado nesta semana.
A ideia que permeia toda essa lógica de inovação integrada é que os projetos possuam abordagens envolvendo todo o desenvolvimento infantil e que considerem não apenas um, mas vários fatores de risco que impedem o pleno desenvolvimento cognitivo dos pequenos. Além disso, as propostas devem considerar ações que estejam relacionadas aos primeiros mil dias de vida da criança. Isso porque, é nesse período onde ocorre a maior parte do desenvolvimento cerebral, conforme destacado no edital de seleção de projetos.
Dessa forma, para facilitar a inscrição de propostas, a entidades regionais apoiadoras –incluindo o Grand Challenges Brasil, organização vinculada ao Ministério da Saúde –, resolveram traduzir toda a convocatória para o português. Assim, fica mais fácil para os participantes interessados ficarem atentos às normas de cadastramento de propostas. O preenchimento do projeto, no entanto, deve ser feito todo em inglês ou em francês. Para mais informações consulte o edital completo ou a seção de perguntas frequentes presente no site da entidade canadense, que organiza a seleção.