Protagonistas de 2014 no Porvir
Retrospectiva mostra casos de estudante, empreendedores e professores que colocaram grandes ideias em prática
por Redação 24 de dezembro de 2014
O Porvir é sinônimo de inovação em educação e se especializou em mapear iniciativas de impacto que, cada vez mais rápido, têm chegado às escolas e plataformas brasileiras.
Neste fim de ano, em vez de adotarmos o tradicional método para retrospectivas, com infindáveis tópicos mês a mês, resolvemos lembrar alguns dos personagens que protagonizaram algumas de nossas histórias inovadoras de 2014 e que podem inspirar outros professores e educadores por toda a vida. Trata-se de uma lista que poderia facilmente ser maior, mas que se justifica por trazer representantes de diferentes tendências que o Porvir já tratou no passado, mas que ganharam ainda mais força em 2014.
Um dos destaques do Transformar 2014 e do especial sobre personalização do ensino, o professor Luís Junqueira incentivou seus alunos a escreverem seus próprios livros e a se expressarem pela linguagem escrita. No começo, gravava videoaulas e hoje desenvolve uma plataforma que terá recursos online de correção de textos e big data para levar seu projeto para outras salas de aula. “Não é nada fácil construir uma atividade que se baseia na liberdade. Personalizar o ensino significa dar mais oportunidades para que a criança tenha autonomia de escolha e é uma frente contra a padronização, que ignora a diversidade da aprendizagem”, explicou o professor.
Este ano o Porvir também lançou uma nova seção, chamada Diário de Inovações, que reúne relatos de professores que inovam em suas salas de aula e escolas. Ester Brambila, leciona em uma escola na rural de Charqueadas (RS), e desenvolveu um projeto de horta sustentável para resolver o problema da falta de merenda e, ao mesmo tempo, aproximar as famílias e a comunidade local da escola. “A horta serve no dia a dia como um ambiente de aprendizado de língua portuguesa, matemática e ciências, além de trabalhar valores como responsabilidade, comprometimento, cooperação e solidariedade. As famílias se aproximaram da escola e passaram a acompanhar de forma muito mais efetiva o desenvolvimento escolar dos filhos”, contou em seu relato.
Do recém-publicado especial sobre competências socioemocionais vem o exemplo de Iane Nobre, coordenadora pedagógica da Escola de Ensino Fundamental e Médio João Mattos, em Fortaleza, no Ceará. A escola tem o novo currículo para o ensino médio introduzido na rede estadual, e Iane foi uma das primeiras professoras da disciplina de Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais, que combina o desenvolvimento de aspectos como trabalho em equipe e autoestima com projetos junto à comunidade. “A gente consegue ver dentro da sala de aula um aluno mais crítico, com mais perspectiva de futuro e percebendo que estudar vale a pena”, declarou durante entrevista ao Porvir.
Em setembro, na Olímpiada do Conhecimento, realizada em Belo Horizonte (MG), acompanhamos ver de perto como a chegada da robótica às aulas de física desperta a atenção dos alunos. O professor Wesley Costa, mentor do time do do Sesi Guiomar de Freitas Costa, de Uberlândia (MG), campeão do torneio First LEGO League (FLL), diz que os robôs permitem aos estudantes terem um “poder de abstração e entendimento muito melhor”. Quando não está nos campeonatos, Wesley abre espaço à interdisciplinaridade na sala de aula para ajudar alunos nos projetos de pesquisa: “Quando vou montar uma aula que envolve geografia e biologia, convido professores dessas matérias e elaboro uma atividade a mais”, disse.
O ano de 2014 também ficará marcado como aquele em que grandes nomes do ensino superior brasileiro despertaram para os MOOCs (Cursos On-line Abertos Massivos, na sigla em inglês) . O Coursera começou a falar português e logo anunciou parceria com USP e Unicamp, o Veduca passou a oferecer até MBA e muitos alunos já colecionam diplomas, como é o caso da analista de planejamento e controle de produção Amanda Caniatto, de São Carlos (SP). “Agora, estou empregada e faço cursos mais por curiosidade, mas sempre busco algo que tenha a acrescentar à minha profissão”, afirmou ao Porvir. A vontade de aprender de Amanda parece não ter fim e ela já completou dezenas de cursos de empreendedorismo e gestão em grandes sites de ensino online.
O Porvir não olha somente para o que acontece de inovador dentro da escola. Um exemplo disso é a história de Biel Baum, jovem que tem uma rotina de estudos independente. Aos oito anos, percebeu que o modelo de ensino tradicional não o ajudava a realizar o seu projeto de vida e pediu para sua mãe que o tirasse da escola, pois não queria esperar tantos anos para realizar seu sonho de levar a alimentação saudável para as crianças. Hoje, aos 12 anos, ele estuda de forma livre, com a colaboração de amigos, parentes e pessoas que conhece pela internet. Apesar da pouca idade, acumula experiências de peso no currículo. Já teve o seu primeiro livro publicado e gravou uma palestra no TEDx. “Quero mostrar para as crianças que existe uma prova viva de alguém que está realizando seus sonhos, e que eles também podem realizar o deles, por mais absurdo que isso possa parecer”, disse em entrevista ao Porvir.