Queda da desigualdade racial no ensino superior desacelera

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Queda da desigualdade racial no ensino superior desacelera

por Redação ilustração relógio 28 de novembro de 2022

Desde 2018, a queda da desigualdade entre brancos e negros no ensino superior perdeu fôlego e avança de forma mais lenta, como aponta o Ifer (Índice Folha de Equilíbrio Racial). Idealizado pelos economistas Michael França, Sergio Firpo e Alysson Portella, o Ifer é uma ferramenta que mede a exclusão de pretos e pardos de estratos sociais privilegiados, como a parte da população com diploma universitário.

Na educação, o parâmetro considerado é a proporção de negros de 30 anos ou mais com nível superior completo em relação à sua representação na população, de acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). De 2012 a 2018, a melhora no componente educacional do Ifer chegou a 2,8% ao ano. Desde 2018, no entanto, a redução da desigualdade ainda ocorre, mas em uma velocidade menor, de 1,6% ao ano. 

Mesmo com políticas públicas para aumentar o acesso da população às universidades, como o aumento de vagas, as cotas e programas como o Fies e o Prouni, a desigualdade racial no ensino superior ainda é grande. Nas regiões norte e nordeste, onde a desigualdade é menor, projeções apontam que a equidade total seria alcançada em 19 e 20 anos, respectivamente. Nas regiões sul e sudeste, com as maiores taxas de desigualdade, estima-se que o equilíbrio só seja alcançado, respectivamente, em 52 e 44 anos.

Dados recentes revelam que ainda há muitos desafios para o país alcançar, de fato, a equidade racial nas universidades. Em 2021, por exemplo, a proporção de matrículas na rede privada do ensino superior com algum tipo de financiamento estudantil, essencial para que jovens de baixa renda tenham acesso à universidade, alcançou o menor índice desde 2013, segundo o Censo do Ensino Superior 2021. Uma redução também foi vista na proporção de pretos e pardos inscritos para o ENEM. Entre 2019 e 2021,  após a pandemia e as restrições à isenção da taxa de inscrição do exame, o percentual caiu de 58% para 51,8%.


Leia a matéria original em Folha de S. Paulo

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ensino superior, equidade

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