Rede do Paraná usa laboratório para formar alunos e professores em novas tecnologias - PORVIR
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Inovações em Educação

Rede do Paraná usa laboratório para formar alunos e professores em novas tecnologias

Seed Lab oferece formações em programação, robótica, prototipagem e impressão 3D e em desenvolvimento de circuitos e produtos

por Ingrid Matuoka, do Centro de Referências em Educação Integral ilustração relógio 8 de fevereiro de 2019

Muito se fala sobre usar as novas tecnologias na educação, mas acessá-las e manipulá-las pode não ser tão simples. Pensando nisso, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná criou o Seed Lab, que forma alunos e professores da rede pública em Programação, Robótica, Prototipagem e Impressão 3D e em Desenvolvimento de Circuitos e Produtos.

“Queremos fomentar o desenvolvimento de tecnologias pelos próprios estudantes, por meio da aprendizagem criativa e iniciativas mão na massa“, diz Eziquiel Menta, chefe do Departamento de Políticas e Tecnologias Educacionais da Secretaria de Educação do Paraná, responsável pela criação do Seed Lab em 2017 em Curitiba (PR).

Ele destaca que mais importante do que o uso das tecnologias é estimular a resolução colaborativa de problemas, a experimentação e criar uma cultura de inovação e criatividade, dando autonomia para que os alunos e professores sigam aprendendo e se desenvolvendo em suas escolas. Assim, todos os projetos do laboratório são desenvolvidos partindo dos interesses dos estudantes e têm por objetivo criar algum produto.

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Em uma das turmas de 2018, por exemplo, os alunos receberam a formação e os materiais, e tiveram 40 dias para entregar um projeto final.

Nesse curto tempo, um dos alunos criou um controle que ao ser instalado no volante do carro de seu pai lhe permitia comandar o rádio por bluetooth. “É impressionante a velocidade com que aprendem e já começam a desenvolver seus próprios produtos”, conta Eziquiel, que diz também ter se surpreendido com a facilidade que as crianças têm para dominar as novas tecnologias.

Para além disso, o Seed Lab tem sua atenção voltada para como a tecnologia pode ser utilizada a favor da inclusão. Por meio da prototipagem e impressão 3D, o laboratório criou um teclado com colmeia adequado para um aluno com deficiência, que precisava do recurso. “Nós também temos feito próteses com a impressão 3D”, conta o gestor.

Disseminando o conhecimento
Além das formações presenciais, o Seed Lab se dedica a produzir conteúdos pedagógicos para compartilhar conhecimentos com os que não podem ir até o laboratório. São livros, guias, vídeos, animações e até eventos e festivais.

“Nosso objetivo é compartilhar materiais pedagógicos para escolas públicas com dicas e sugestões de como realizar atividades mão na massa com materiais alternativos de baixo custo”, explica Eziquiel.

Outra frente de atuação consiste na pesquisa e desenvolvimento de kits de materiais para as escolas realizarem projetos independentemente do laboratório. O primeiro deles, ainda em produção, deve ser um robô de papelão e isopor.

“Estamos testando versões desse robô para baixar ainda mais o custo e poder compartilhar o projeto com todos, onde quer que estejam”, conta.

Acesso e financiamento
Parte do investimento para financiar o projeto vem da própria Secretaria Estadual, mas os recursos também chegam via parcerias, doações e prêmios — o Seed Lab foi selecionado pelo Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2017, da Fundação Lemann e do MIT Media Lab.

Para visitar o equipamento presencialmente, basta agendar um dia para ter acesso aos materiais, ferramentas e professores do Seed Lab. Um micro-ônibus busca as crianças e professores de escolas de Curitiba e, para os professores de outras cidades do Paraná, são oferecidas bolsas para que o educador vá até o laboratório, faça a imersão e depois retorne. Além disso, uma vez por semana, o laboratório fica aberto à comunidade.

Por enquanto, alunos das demais escolas do estado ainda não têm acesso ao Seed Lab, mas já começam a surgir possibilidades de implementação do projeto em outras cidades.

“A nossa intenção é sempre compartilhar de maneira aberta tudo que criamos. Temos também avançado em criar uma rede colaborativa de professores, conhecendo as pessoas que têm tentado fazer com que a nossa educação pública seja mais criativa e inovadora”, diz Eziquiel.

* Publicado originalmente no Centro de Referências em Educação Integral e reproduzido mediante autorização. 


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educação mão na massa, programação, robótica, tecnologia

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