Site ajuda a desburocratizar secretarias de Educação
Grupo formado por 13 instituições lançou plataforma que reúne e organiza dados locais e nacionais para orientar decisões políticas
por Redação 30 de janeiro de 2013
Em tempos de começo de mandato nas prefeituras do país, troca de secretarias e rearranjo para os próximos quatro anos, as novas administrações podem até se sentir perdidas diante do volume de dados que devem manejar. Pelo menos os secretários e técnicos das pastas de Educação vão ganhar uma mãozinha. A plataforma Conviva Educação, que está sendo lançada hoje, reúne dados demográficos do IBGE, indicadores educacionais disponíveis no MEC, os apresenta de forma amigável e ajuda os gestores a cruzarem seus dados com os atuais, identificarem problemas e tomarem decisões.
“O foco é gerar impacto na eficácia da aprendizagem dos alunos”, diz Beatriz Ferraz, líder do Conviva Educação. Para ela, se o gestor tem acesso a uma plataforma que o ajuda a não perder tempo com a burocracia, ele fica liberado para se dedicar ao que realmente importa, o ensino das escolas da sua rede. “Apostamos na ideia de que otimizando os processos de gestão e oferecendo uma inteligência [artificial] para pensar melhor esses números, garantimos mais tempo para gestão pedagógica da rede e um acompanhamento mais próximo das escolas, reverberrando no aprendizado dos alunos”, completa ela. Durante a fase de testes, 428 municípios e 534 usuários se cadastraram. A ideia, diz Beatriz, é principalmente ajudar os municípios com até 50 mil habitantes, que são a maioria no Brasil. Mas cidades com estruturas mais complexas também podem se beneficiar com a plataforma, diz.
Funciona assim: cada secretaria de Educação terá um número limitado de usuários para garantir que apenas a equipe de gestão entre na plataforma. Uma vez no ambiente on-line, eles poderão inserir dados da sua pasta relativos a várias áreas – desde gestão orçamentária, calendário, transporte, material pedagógico e outras – e vão recebendo orientações. “Eles terão acesso, por exemplo, a tabelas de acompanhamento, com todos os insumos que as escolas precisam ter. O sistema gera um check-list: quantas escolas há na rede, qual não tem o que e o que fazer para resolver essa carência. Você tem um diagnóstico da sua rede e indicações do que você precisa fazer”, explica Beatriz.
Além das ferramentas de gestão, a plataforma também traz um ambiente para fóruns e outro para formações. A intenção é que os gestores possam conversar livremente uns com os outros, partilhando experiências a partir de um ponto de vista privilegiado, daquele que, de fato, está implementando políticas. “Gerir de forma inovadora é tirar essas ferramentas do papel e colocá-las em rede num relacionamento mais horizontal, onde os gestores podem estar próximos, usando os espaços coletivos, nos fóruns da plataforma, fazendo cursos, trocando indicações de textos, vídeos e legislação na biblioteca”, afirma ela.
O secretário de Educação poderá definir quem poderá ver as informações que ele inserir e as que forem confidenciais assim permanecerão. A plataforma não tem ligação com nenhum grupo político ou governo. Ela foi desenvolvida a partir de uma parceria entre 11 organizações – as fundações Itaú Social, Roberto Marinho, SM, Telefônica Vivo e Victor Civita, além dos institutos Gerdau, Natura, Razão Social, Itaú BBA e Todos pela Educação – e está recebendo o apoio do Consed, conselho dos secretários de Educação, e da Undime, que reúne os dirigentes municipais de educação.