Site usa videoconferências para troca de experiência
Sabixão, plataforma de crowdlearning, promove encontros presenciais e virtuais entre quem quer ensinar e aprender
por Vagner de Alencar 28 de novembro de 2012
No início, a ideia era criar uma plataforma que reunisse mestres e doutores para criarem cursos e compartilhá-los em encontros presenciais. Ao conversar com alguns amigos, que sugeriram que o conhecimento poderia partir não apenas de acadêmicos, Patrícia Guedes, 27, mudou de ideia. Ela ouviu esses conselhos e criou, no começo de 2012, o Sabixão, uma plataforma de crowdlearning que permite que qualquer pessoa organize turmas para cursos presenciais, gratuitos ou não, sobre algum tema que dominem. Preocupada com limitação de espaço e tempo que acabam limitando a adesão aos encontros, desde o início do mês, Patrícia passou também a incorporar o uso de videoconferências.
“Há muitas pessoas interessadas em estudar com alguém disposto a dar um curso de seu interesse, mas quando é preciso se deslocar de casa para outra cidade ou estado, isso pode ser uma barreira”, afirma Patrícia. Contra essa limitação, o Sabixão começou a usar o hangout – ferramenta gratuita do Google para transmissão de videoconferências envolvendo até dez pessoas. Até agora, já foram realizados cinco dessas aulas, todas gratuitas, que podem ser acessadas no site.
Uma delas tratou do desenvolvimento de aplicativos para iPhone e iPad em que os usuários conheceram os recursos e tecnologias envolvidos e tendências do mercado brasileiro e internacional. A outra, realizada por Bianca Bolonhezi, gerente geral do Itaú Personnalité, em São Paulo, falou sobre como são as melhores aplicações para o dinheiro, as vantagens e desvantagens das principais formas de investimento, quando e como utilizá-las de forma a otimizar a rentabilidade. De acordo com Patrícia, a estimativa é que, até o final do ano, sejam realizadas mais 50 videoconferências.
A intenção, a partir de agora, é que o Sabixão possa sofisticar o uso da videoconferência. Por isso, o site agora está investindo na integração de ferramentas que vão possibilitar aos professores usar recursos de vídeo, áudio e telas durante os hangouts. Outra perspectiva para um futuro próximo é a possibilidade de transmissão de palestras de universidades pela plataforma – neste caso, não haveria número máximo de participantes.
Além disso, o site também está sendo traduzido para outros idiomas, como inglês, espanhol, alemão e francês. “A ideia é que estrangeiros também possam dar aulas. Com a crise europeia, há muitos interessados em compartilhar conhecimento e, claro, ganhar por isso, já que podem cobrar ou não pelas aulas”, diz. Essa possibilidade ocorre porque, ao propor uma aula, o usuário pode decidir sobre a data e o preço que pretende cobrar, ou não, pelo curso – se for pago, 15% do valor é destinado à plataforma, que se responsabiliza por fazer uma curadoria com o mestre.
Para participar das aulas, os interessados, tanto os que pretendem ensinar quanto os que querem aprender, podem criar o próprio perfil ou fazer o login via rede social. Os cursos podem ser escolhidos a partir do elenco de cidades ou por meio de alguma das categorias como Negócios e Finanças, Culinária, Tecnologias, Artes, Entretenimento e hobbies, e Saúde e Lazer. Atualmente, o site já conta com 1.200 membros e 4.500 usuários curtiram a página do Facebook.