Tendências para universidades do Brasil
Novo estudo do NMC mostra o que especialistas acreditam que será realidade no ensino superior brasileiro
por Fernanda Kalena 10 de outubro de 2014
O mais novo relatório do NMC (The New Media Consortium), lançado ontem, é dedicado a estudar o ensino superior brasileiro e aponta as principais tendências e tecnologias emergentes que vão fazer parte da rotina universitária ao longo dos próximos cinco anos. Para levantar estas informações, 41 especialistas foram convidados a considerar centenas de artigos relevantes, notícias, publicações de blogs, pesquisas e exemplos de projetos para compilar o Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras. É a primeira vez que o NMC produz um estudo voltado exclusivamente ao cenário brasileiro, dando sequência ao relatório sobre as tendências no ensino superior da América Latina e no mundo.
No total, nove tendências foram apontadas. No curto prazo, entre os próximos um a dois anos, espera-se que o aprendizado on-line se popularize e seja, cada vez mais, visto como uma alternativa viável para algumas formas de ensino presencial. A justificativa para esse modelo se popularizar, segundo o relatório, é a possibilidade que oferece de flexibilizar, facilitar o acesso e oferecer uma maior integração de recursos tecnológicos com os conteúdos pedagógicos.
Conjuntamente, modelos de ensino híbrido também devem ganhar força, pois possibilitam o equilíbrio entre os ambientes presenciais e virtuais e permitem que o aluno tire o melhor proveito de cada um deles. E, como consequência da proliferação de aprendizagens on-line e híbridas, o papel do professor é impactado. Ele passa a assumir a postura de mentor, ou instrutor, promovendo o desenvolvimento independente e ativo dos estudantes.
A médio prazo, entre três e cinco anos, os especialistas apostam no potencial do movimento de open source, na produção massiva de recursos educacionais on-line e no crescimento de empreendedores e startups de educação. Também estão incluídos aqui palestras TED, Wikipedia, Khan Academy e MOOCs, por exemplo. No mesmo período, é apontado o crescente uso das redes sociais como meio para compartilhar notícias sobre conteúdos acadêmicos e desenvolvimentos científicos. Essa combinação levará a uma mudança de postura dos próprios estudantes, que deixam de ser simplesmente consumidores de conteúdos e passam a ser criadores. Assim, a expectativa é que os cursos de graduação invistam cada vez mais em espaços maker para estimular essa criação e criatividade, em design e em empreendedorismo.
Para daqui a cinco anos ou mais, os especialistas preveem uma mudança na abordagem pedagógica, priorizando modelos mais ágeis que sejam mais adaptáveis a mudanças e que consigam as incorporar. As pesquisas acadêmicas também se transformarão, ao fazerem maior uso de bancos de dados, aplicações geoespaciais e ferramentas de código aberto, e vão poder combinar métodos tradicionais de publicações com recursos mais dinâmicos e interativos, o que permitirá que os dados pesquisados sejam manipulados em tempo real.
Também é esperado que daqui a cinco anos os computadores pessoais sejam reinventados, ficando menores, mais leves e mais conectados, assim como o uso de tecnologias de computação e armazenamento em nuvem também se popularizará.
Dentre as tecnologias destacadas pelo estudo, as primeiras que devem entrar no circuito acadêmico são: aprendizado on-line, sala de aula invertida, games e gamificação e aplicativos móveis.
Para daqui a dois a três anos, destacam-se: análise da aprendizagem (ou learning analytics, em inglês), aprendizado móvel, conteúdo aberto e laboratórios remotos e virtuais. Em um prazo de quatro a cinco anos, realidade aumentada, internet das coisas, inteligência de localização e assistentes virtuais, estarão presentes nas salas de aula das universidades brasileiras.
Confira no infográfico a seguir as nove tendências e as 12 tecnologias trazidas no documento.