Vencedores do primeiro Global EdTech Prize são revelados - PORVIR
Tatiana Klix

Inovações em Educação

Conheça os vencedores da 1ª edição do Global EdTech Prize, premiação global de tecnologia na educação

Imagine Worldwide, Brisk Teaching e Matific foram reconhecidos por oferecer soluções tecnológicas com impacto comprovado em alfabetização, personalização da aprendizagem e ensino de matemática. O Brasil se destacou entre os finalistas com Nova Escola e Algetec

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 16 de novembro de 2025

Os vencedores da primeira edição do Global EdTech Prize foram anunciados neste domingo (16), durante o World Schools Summit, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Criada em 2024 pela T4 Education, organização dedicada a apoiar escolas e educadores, com apoio da Owl Ventures, maior fundo de investimento em edtech do mundo, e da Digital Promise, instituição norte-americana de inovação educacional, a premiação reconhece tecnologias que oferecem respostas concretas para desafios da educação.

O Porvir é parceiro de mídia exclusivo no Brasil do World’s Best School Prizes e, por isso, acompanha de perto os debates e premiações diretamente do World Schools Summit, trazendo para o público brasileiro os principais destaques do evento realizado na escola Yasmina British Academy. Neste domingo, acompanhamos a fase decisiva do Global EdTech Prize, quando os vencedores foram escolhidos pelos próprios educadores presentes no evento. As empresas premiadas apresentam iniciativas inovadoras que dialogam diretamente com desafios e oportunidades da realidade educacional brasileira.

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As soluções vencedoras nas três categorias

Na categoria Organizações Sem Fins Lucrativos, o destaque foi o Tablet-Based Foundational Learning Programme, da Imagine Worldwide, empresa que atua em países da África Subsaariana com o objetivo de enfrentar a crise de alfabetização e de habilidades matemáticas que afeta milhões de crianças. A solução oferece aprendizagem personalizada por meio de tablets solares que funcionam sem internet.

Rapelang Rabana durante apresentação em palco com tela ao fundo indicando que é finalista na categoria sem fins lucrativos
Divulgação/T4 Education Rapelang Rabana, copresidente-executiva da Imagine Worldwide, vencedora da categoria ONGs por um projeto que usa tablets solares para melhorar a alfabetização.

O sistema permite que uma criança que nunca teve contato com tecnologia comece sua jornada de leitura e matemática guiada por um avatar em áudio no idioma oficial do país. Cada tablet atende, em média, cinco crianças por dia, por períodos de 30 a 60 minutos. Estudos mostram impacto significativo: em 13 meses, 50% mais crianças atingem marcos de leitura e 70% alcançam o nível esperado em matemática.

A Imagine Worldwide atua em parceria com os governos de Malawi, Serra Leoa e Tanzânia e coordena todo o ecossistema necessário, desde painéis solares e armazenamento seguro até capacitação docente e monitoramento. O modelo é desenhado para escala nacional, com custo de manutenção de apenas US$ 3 por aluno ao ano (R$ 16), após a implantação, e integração direta às estruturas dos sistemas públicos para garantir sustentabilidade.

Arman Jaffer, fundador da Brisk Teaching durante apresentação no World Schools Summit
Divulgação/T4 Education A Brisk, fundada por Arman Jaffer, utiliza IA para reduzir a carga de trabalho dos professores e permitir que se concentrem no que mais amam: ensinar.

Na categoria Startups, o vencedor foi a Brisk, desenvolvida pela Brisk Teaching, nos Estados Unidos. A plataforma funciona como uma extensão alimentada por IA que automatiza tarefas pedagógicas e administrativas, gerando planos de aula diferenciados, oferecendo feedback (retorno avaliativo) imediato alinhado ao currículo, traduzindo e adaptando textos e criando atividades interativas nas ferramentas já utilizadas pelos docentes. Seu recurso Brisk Boost permite desenhar tarefas guiadas por IA e monitorar o engajamento dos estudantes em tempo real.

Já na categoria Grandes Empresas, o vencedor foi o Matific, plataforma australiana com milhares de atividades gamificadas alinhadas a mais de 400 currículos nacionais e locais em mais de 70 países. A solução combina pedagogia baseada em evidências com jogos digitais que fortalecem o raciocínio matemático e a fluência, oferecendo painéis de análise para professores e famílias acompanharem o progresso dos estudantes.

Craig Shotland, presidente-executivo da Matific
Divulgação/T4 Education Craig Shotland, presidente-executivo da Matific, plataforma de matemática amplamente adotada por escolas brasileiras.

Como foi a escolha dos vencedores

A escolha dos vencedores do Global EdTech Prize envolveu um processo em três etapas. Primeiro, uma avaliação online selecionou as 30 organizações mais promissoras em cada categoria. Em seguida, foram anunciadas as 10 finalistas por categoria, que participaram de uma nova rodada de análise. Por fim, durante o World Schools Summit, as três soluções finalistas de cada categoria apresentaram seus projetos presencialmente a um painel composto por especialistas em educação, investidores e formuladores de políticas públicas. A decisão final ficou nas mãos dos educadores presentes, que votaram por cédula secreta nos vencedores anunciados ao final do evento.

As soluções finalistas foram avaliadas com base em quatro critérios: propósito, ou seja, se a tecnologia resolve um problema real da educação; impacto, com evidências de resultados positivos; inovação, considerando a originalidade da proposta; e escalabilidade, avaliando o potencial de expansão com viabilidade e baixo custo por aluno.

Para Vikas Pota, fundador da T4 Education e do Global EdTech Prize, a premiação nasce para ampliar o impacto de tecnologias que já demonstram resultados concretos. “Criamos o prêmio para ajudar a escalar inovações que fazem diferença real em desafios urgentes: da alfabetização ao desenvolvimento de competências para a vida, passando pela redução de desigualdades. E deixamos que educadores decidam, porque eles sabem o que funciona em sala de aula”, afirmou.

O reconhecimento também foi celebrado pelos parceiros da iniciativa. Amit Patel, cofundador da Owl Ventures, destacou o papel transformador das soluções premiadas: “Ao usar tecnologia a serviço da educação, o trabalho dessas organizações merece reconhecimento mundial. Espero que este prêmio ajude formuladores de políticas, educadores e agentes de mudança a enxergarem o impacto dessas inovações e a ampliarem a transformação de que precisamos.”

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Brasil entre os destaques internacionais

Além das vencedoras, o Brasil também marcou presença nesta edição do Global EdTech Prize, com duas tecnologias entre as Top 10 finalistas.

A Nova Escola foi selecionada entre as dez melhores iniciativas da categoria Organizações Sem Fins Lucrativos por seu impacto na formação de professores da rede pública. A plataforma, gratuita, alcança cerca de 2 milhões de visitas mensais e reúne 845 mil docentes cadastrados. Ela oferece planos de aula alinhados à BNCC (Base Nacional Comum Curricular), conteúdos jornalísticos, cursos e ferramentas práticas. Mais recentemente, incorporou tecnologias de inteligência artificial, como o planejador de aulas pelo WhatsApp, que gera planos personalizados em poucos cliques.

A Algetec também foi finalista na categoria Startups por trazer uma nova abordagem ao ensino prático no ensino superior, combinando laboratórios virtuais imersivos com laboratórios físicos modulares e acessíveis. Com mais de mil práticas em áreas como engenharias e ciências da saúde, os estudantes podem experimentar primeiro em um ambiente virtual seguro e depois avançar para equipamentos reais, fortalecendo competências STEAM (abordagem educacional que integra Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática para promover aprendizado interdisciplinar e prático) e ampliando o acesso a atividades mesmo em instituições com pouca infraestrutura.

Lista completa de finalistas

Grandes Empresas — Entre as grandes empresas finalistas, aparecem soluções consolidadas de países como Estados Unidos (Prometric, Edmentum, D2L), Reino Unido (Dukes Plus), Canadá (Brightspace), Austrália (Compass, Matific), Índia (LEAD Group), Jordânia (Abwaab), Emirados Árabes Unidos (Alef Education) e Singapura (EtonHouse). A área de atuação abrange plataformas de aprendizagem, sistemas integrados e conteúdos digitais e ferramentas de personalização.

Organizações Sem Fins Lucrativos — Na categoria de organizações sem fins lucrativos, destacam-se iniciativas voltadas à aprendizagem inclusiva, educação básica e equidade digital. Estão representados países como Brasil (Nova Escola), Estados Unidos (Imagine Worldwide, Team4Tech, Learning Equality), Indonésia (INA Digital Edu), Emirados Árabes Unidos (Higher Colleges of Technology), Nigéria (Osvitoria) e Índia (Fab AI for Education). Em geral, são programas de leitura em tablets, ferramentas de identificação de risco e comunidades de prática.

Startups — Entre as startups finalistas, há forte diversidade geográfica e foco em inovação rápida, com representantes dos Estados Unidos (Authentica Solutions, VictoryXR), Índia (Suraasa), Nigéria (uLesson), Finlândia/Reino Unido (Lyfta), Polônia/EUA (Novakid), Malásia (Arukay), Reino Unido (tiney) e Brasil (Algetec). As propostas vão desde laboratórios virtuais e experiências imersivas em XR até plataformas de mobilidade docente, ensino de idiomas e sistemas de aprendizagem ativa.


TAGS

conectividade, ensino fundamental, ensino médio, inteligência artificial, matemática, prêmios, tecnologia

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