Xadrez na escola: o jogo que aliado à tecnologia desenvolve competências da BNCC
O jogo é uma ferramenta que estimula a capacidade de concentração, atenção e outras habilidades socioemocionais
por Ruam Oliveira 29 de abril de 2021
No ritmo acelerado que o mundo vive, é comum ver crianças e adolescentes terem uma queda nos níveis de concentração. É preciso, então, buscar ferramentas que estimulem elas em ambiente escolar a ter mais atenção, paciência e habilidades necessárias para seu desenvolvimento pleno. O xadrez, esporte milenar, possibilita que essas e outras habilidades como pensamento crítico e analítico sejam trabalhadas. Muitas delas, inclusive, podem ser encontradas nas competências previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
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Não existem pontos negativos na aprendizagem de xadrez – seja na escola, seja em qualquer outro lugar. Quem aposta nessa ideia é Rafael Leitão, grande mestre de xadrez, heptacampeão brasileiro. Aprendiz de Xadrez aos 6 anos de idade, o enxadrista vê um número grande de possibilidades para quem traz o xadrez para a vida.
É uma atividade intelectualmente estimulante, que pode engajar os alunos e desenvolver características cidadãs como respeito e pensamento crítico. O xadrez, para Leitão, é como se fosse um complemento às atividades físicas, pois trabalha de maneira efetiva o cérebro, assim como a arte e a música.
E como ficam essas atividades no ambiente virtual? Levando em consideração que grande parte das escolas segue – ou seguirá – em um modelo híbrido, soluções que envolvem a tecnologia têm ficado cada vez mais populares. O próprio uso de jogos virtuais em sala de aula tem sido uma ferramenta bastante explorada por educadores para auxiliar no engajamento dos estudantes.
O Chessmatec, por exemplo, é uma plataforma que oferece formas de jogar xadrez de uma maneira lúdica e pode ser o primeiro contato de estudantes com a atividade. Como muitas das atividades que são realizadas online, jogar xadrez num ambiente virtual requer uma mentalidade diferente da necessária em uma modalidade presencial.
Uma vantagem é que é possível apresentar o xadrez para as turmas e, enquanto trabalha as questões de estratégia, pensamento crítico etc, os estudantes também conseguem se divertir no processo. O enxadrista heptacampeão traz como uma das principais características positivas do xadrez a possibilidade de se divertir. Todos os grandes profissionais de xadrez que Rafael Leitão conheceu se dedicam à prática majoritariamente porque gostam. “Eles foram movidos à paixão, não escolheram [o xadrez] porque queriam ganhar dinheiro”, apontou.
Ter tido contato com o xadrez na escola foi, para Rafael Leitão, muito significativo porque possibilitou que ele treinasse com outros colegas, exercitando habilidade de convivência e socialização. Foi na escola que ele participou da primeira competição.
Para os que desejam ingressar no ramo, o enxadrista reforça que é necessário, primeiro de tudo, ter paciência para aprender os detalhes e sutilezas. Nada de querer cortar caminho ou procurar atalhos. “Principalmente procurar se divertir com o jogo de xadrez, porque ele abre um mundo de possibilidades muito interessantes, seja para ter como hobby – que é a realidade da imensa maioria – ou não. O xadrez é um passatempo que é difícil comparar com qualquer outra atividade porque é complexo e prazeroso ao mesmo tempo e a pessoa não vai se arrepender de ter aprendido”, disse.