Já pensou no podcast como recurso educacional? - PORVIR
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Como Inovar

Já pensou no podcast como recurso educacional?

Programas em áudio são uma forma simples de encontrar quem quer aprender a qualquer hora e em qualquer lugar

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 9 de fevereiro de 2015

Simples e barato de ser produzido, o podcast (arquivo de áudio digital) é uma ferramenta pronta para beneficiar a educação. Quem visita o Porvir já deve ter encontrado matérias que falam dos diferentes ritmos de aprendizagem e como o contato com conhecimento se dá cada vez mais longe da escola. É neste ambiente que os podcasts atuam como facilitadores, por poderem ser reproduzidos nos computadores, tablets ou celulares, e em qualquer lugar: em casa, a caminho da escola ou no transporte público.

Em palestra na Campus Party Brasil, evento que aconteceu em São Paulo na semana passada, Kellen Bonassoli, parceira do portal Mundo Podcast, defendeu a produção de podcasts como recursos educacionais abertos para tirar o “conhecimento do pedestal”. Para isso, pretende lançar em breve o projeto baseado em software livre Educasom, que funcionará como agregador e ponto de referência para escolas e professores interessados. “É uma plataforma para educadores ou profissionais com interesse em produzir conteúdo específico para educação possam hospedar seu material e fazer disso um recurso educacional aberto”, explica. A ideia de Kellem, que é formada em letras e pós-graduada em psicopedagogia, é conectar produtores e consumidores em um só lugar e, assim, simplificar a distribuição dos programas, um dos grandes gargalos enfrentados pelos autores.

O Educasom, segundo Kellen, também busca apoiar e dar fôlego aos projetos. “A graça do podcast está no nicho e em entender a pessoa com quem está falando. Existem mais de 800 podcasts no Brasil, mas são todos muito iguais. As pessoas viram uma forma que fez sucesso com o Jovem Nerd [que fala de cultura pop e alcança 100 mil downloads por episódio] e resolveram copiar e não conseguem levar adiante”, explica.

Para aqueles que desejam começar e ainda não sabem bem qual estratégia adotar, Kellen explica que o público do podcast é formado por nichos e está atrás de conhecimento especializado, ao contrário de meios como a TV, que parte para uma abordagem mais generalista. Ao mesmo tempo, não é tão amarrado quanto o rádio. “Para bater um papo com as pessoas, a referência deve ser a linguagem do Facebook, do Twitter e dos blogs. É preciso imaginar uma conversa ao telefone em que são usadas referências que fazem parte do dia a dia de quem vai te ouvir. Isso é o que faz a diferença”, disse.

Os gêneros a serem seguidos também são bastante amplos e partem da (aparentemente) simples audiodescrição, que ajuda estudantes cegos com a contextualização de vídeos. Além desse, a gravação de aulas também é uma alternativa que, para ser bem executada, demanda um trabalho de sistematização por parte do professor. “O único cuidado necessário é com as indicações. No lugar de dizer ‘aqui você está’ vendo isso’ deve-se usar ‘aqui você está vendo um cálculo’”, explica. Outros modelos abrem espaço para textos literários e dramáticos, onde locução, efeitos e som de fundo se encontram para dar vida à narrativa.

Scicast, o podcast de ciência com diversão

Criado por ex-redatores do site de tecnologia Meio Bit, o SciCast é um podcast que trata de temas e curiosidades científicas, fazendo uma intersecção entre educação e entretenimento. Silmar Geremia, um dos fundadores do site que hoje reúne estudantes, engenheiros e biólogos de várias partes do país, explica que podcasts superam uma dificuldade técnica imposta pelo vídeo.

“Se você faz um canal do YouTube com qualquer material, vai ficar sempre parecendo uma coisa amadora e queríamos nos posicionar melhor. Em áudio, isso já é possível com baixo investimento”, diz. O restante, explica, é dedicação e tempo para preparar pautas e seguir uma linha coerente com começo meio e fim para cada episódio.

Como gravar

Para começar a gravar seus programas, o investimento mínimo é muito baixo: basta um telefone celular, um gravador de voz ou um simples microfone ligado ao computador.

Como editar

Para edição de áudio, um dos programas mais usados é o Audacity, software livre, disponível em português, que além de não cobrar nada pelo download, também reúne uma comunidade de usuários ao redor do mundo e traz plug-ins que facilitam a acessibilidade para cegos. Com ele, é possível “casar” a locução com efeitos e música de fundo.

Como hospedar

Para hospedar o arquivo de áudio, é possível usar um site nas plataformas WordPress ou Tumblr. Sua audiência pode receber sua produção por meio de um feed, recurso que alerta sempre que um novo episódio é publicado.

Como ouvir

Ouvir é igualmente simples, basta um computador, um tablet ou um tocador de MP3 de sua preferência.

Referências
– Curso de Podcast com Leo Lopes
www.youtube.com/user/cursodepodcast
– Mundo Podcast
www.mundopodcast.com.br
– Alotenica
www.radiofobia.com.br/category/podcast/alotenica
– Grupos no Facebook
www.facebook.com/groups/podcastbr
www.facebook.com/groups/podcast.discussoes


TAGS

campus party, recursos educacionais abertos, tecnologia

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